Review Call of Duty: Black Ops 7 | É tanto deslize que fica difícil contar
Por Raphael Giannotti • Editado por Jones Oliveira |

Tradicionalmente, Call of Duty sempre foi uma franquia de guerras antigas e modernas, sendo a série Modern Warfare uma das mais bem-sucedidas em termos de aceitação dos jogadores. Tudo começou a mudar em Black Ops 2, um grande sucesso que foi lançado em 2012, misturando o passado com o futuro, e essa segunda temática começou a ser tornar recorrente na franquia da Activision com o passar dos anos.
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Depois de Advanced Warfare e Infinite Warfare que, pasmem, levou a guerra para o espaço, a temática futurística segue com o novo Call of Duty: Black Ops 7. Esse é um tema que os jogadores já haviam deixado claro que já tinham se cansado, mas os desenvolvedores insistiram nela mesmo assim.
Prós
- Campanha em coop é interessante quando tem jogadores
- Modo Zumbis diverte mais que modos tradicionais
Contras
- Campanha absolutamente desnecessária
- Temática futurista entediante
- Não existe destruição alguma nos combates
- Mapas sem criatividade
- Mais de 200 GB para instalar do zero
Campanha desastrosa
A essa altura, se você acompanha os shooters online disponíveis hoje, já deve ter visto do que se trata a campanha de Black Ops 7. Bem, não existe dúvida de que a história em um jogo de tiro com foco em multiplayer online não é o foco. Será que foi pensando nisso que a Activision fez uma campanha tão ruim assim?
Todo modo single-player em um shooter online existe mais para dar o pano de fundo, entender o motivo daquela guerra toda do multiplayer estar acontecendo. Black Ops 7 faz isso, mas se é bom, aí já são outros quinhentos. Por algum motivo, eles acharam interessante trazer um tom de terror (que não dá medo), mais ou menos no estilo do modo Zumbis (que eu chamaria de um dos pontos altos do jogo), que destoa completamente da proposta de um Call of Duty.
É ruim, muito ruim. Eu imagino que eles gastaram todo o dinheiro (brincadeira, dinheiro é o que não falta para a franquia) contratando o ator hollywoodiano Milo Ventimiglia (de This is Us), e faltou dinheiro para elaborar o resto. O bom da campanha, na verdade, é o ator e Guilherme Brigs na dublagem do protagonista.
A história até traz personagens icônicos dos primeiros episódios dessa série da franquia, mas eles são muito injustiçados na forma como são apresentados. E os novos personagens não convencem, nem mesmo David Mason, o protagonista interpretado por Ventimiglia.
A campanha alterna entre um mundo paralelo, que é uma completa "viagem na maionese", com um mapa grande e aberto, onde acontece várias missões em diferentes regiões. Ou seja, existe muita repetição, mesmo em uma campanha curta.
Seu diferencial é o suporte ao coop de até quatro jogadores, essa é a única vantagem. Mas essa vantagem atrapalha muito quem quer jogar sozinho, já que alguns trechos são injustos por causa da quantidade de inimigos na tela, pensados para mais de um jogador. Eu, particularmente, desisti bem no final, em uma missão em que não consegui achar outros jogadores, não sei se foi porque ela não suporta coop (não fica claro), ou se realmente ninguém está jogando.
E falando nisso, somente 0,3% dos jogadores completaram a primeira missão de Call of Duty: Black Ops 7 no Steam, e essa porcentagem diminui ainda mais conforme avança a campanha. Ou seja, os jogadores viram o quão ruim era o modo história e foram desistindo. Simples assim.
Multiplayer desinteressante e genérico
Esses que não querem saber da história, vão para o multiplayer. E ele também não tem atraído os jogadores. Não quero entrar em detalhes aqui sobre modos de jogo, armas e personagens, que são o "arroz com feijão" de sempre. Em relação a modos, existe uma novidade chamada Overload, que exige que um grupo de jogadores leve um dispositivo para o território inimigo para ganhar pontos.
Eu não sou o jogador mais experiente em shooters online, sempre brinco em um ou outro por um tempo casualmente, mas o multiplayer do Black Ops 7 foi o que menos me segurou. Achei desinteressante, principalmente por causa da temática futurista, que deixa tudo muito genérico, desde as skins de armas, até os cenários. Além disso, não sou fã de mapas apertados, que exige um gameplay frenético.
Nisso, o rival Battlefield 6 se sai muito melhor, trazendo uma guerra moderna, com a dimensão de uma guerra de verdade em vários aspectos, algo totalmente ausente do novo Call of Duty. Aliás, nem parece que existe uma guerra em Black Ops 7, tá mais para um confronto de bairros. Algo que o multiplayer de BO7 faz bem é a progressão de personagem, até melhor que BF6.
Um reflexo de tudo isso é o número de jogadores, que só cai dia após dia no Steam. Atualmente, o game não entra mais nem no top 15 jogos mais jogados na plataforma da Valve. Além disso, o game tem recepção bem baixa, na casa de 40%.
Há uma lição a ser aprendida
Eu só joguei a campanha de Black Ops 6, que já era muito mais interessante, e sei que o multiplayer foi bem aceito também. As mudanças que Black Ops 7 trouxe fizeram com que a aceitação do novo título fosse completamente diferente, um caminho oposto. Ele, na verdade, já é o jogo com a pior avaliação dos jogadores de toda a franquia.
A campanha desastrosa — que poderia muito bem ser evitada, assim como a EA fez com Battlefield 2042 — aliado ao modo multiplayer que não empolga por causa da temática, mapas mais fechados (existem alguns maiores), visuais futuristas genéricos, gerando muitos memes e comparações com BF6, precisa ter deixado uma lição para a Activision e o próximo Call of Duty.
Como o estúdio que faz parte da divisão Xbox lança quase um Call of Duty por ano (Black Ops 6 chegou em 2024), é bom eles ficarem espertos já com os projetos em andamento para não dependerem somente do nome da franquia e voltarem a entregar títulos relevantes para a indústria de games.
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