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Prévia | Modo online de Watch Dogs Legion repete erros, mas com personalidade

Por| 22 de Fevereiro de 2021 às 14h00

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Divulgação/Ubisoft
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Todo o mote de Watch Dogs Legion gira em torno de uma revolução sem rosto definido, que envolve cidadãos comuns e coloca populares contra o controle de grandes corporações. Dá para dizer, na realidade, que toda a franquia tem essa pegada, mas no mais recente título, lançado no final de 2020, a ideia tomou ares ainda mais expansivos com a troca de um protagonista mascarado por toda uma população, revoltada, mascarada e, principalmente, habilidosa.

Com isso, a Ubisoft nos entregou uma experiência interessante, mas com uma notável ausência de personalidade que agora tenta compensar com a adição de um modo multiplayer que chegou em 23 de fevereiro ao título. Gratuito para todos os jogadores de Watch Dogs Legion, a adição traz uma nova história, separada da principal, ainda que passada na mesma Londres e contendo muitos dos mesmos objetivos do jogo base — a diferença, entretanto, está na maneira como as coisas são feitas e principalmente no grande foco dado à coordenação entre os usuários.

A velha máxima de que um jogo vale a pena pelo multiplayer pode valer demais aqui, ainda que dependa da boa vontade dos jogadores e, principalmente, de uma coordenação bem feita entre eles para que tudo funcione bem. A adição também mostra um foco da Ubisoft no conteúdo de cauda longa, com temporadas de conteúdo, desafios sazonais e itens temporários, assim como os eventos inevitáveis, mas ainda não confirmados, que servem para fazer com que quem já largou o game retorne a ele, enquanto os jogadores que chegam apenas agora têm a garantia de mais e mais conteúdo para fazer valer o montante investido.

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A ideia, entretanto, pode sair pela culatra pelo exato mesmo motivo. Em nossa experiência com o modo cooperativo de Watch Dogs Legion, ao lado de amigos jornalistas e influenciadores que já conhecíamos anteriormente, ficou clara que a falta de personalidade também permeia essa porção da jogatina, principalmente para quem não tiver amigos com o título. Claro, estamos falando do mesmo game, cujas mecânicas foram aplicadas também ao online, o que significa que os conteúdos seguem repetitivos, enquanto a dificuldade alta de alguns objetivos e escolhas equivocadas de design podem tornar essa uma experiência aquém do desejado.

Invasões, furtividade e tiroteio

Assim como no jogo base, no online, cada jogador serve como o operador de seu próprio time de revoltosos, que podem ser recrutados a partir de, literalmente, qualquer NPC. Aqui, entretanto, o sistema funciona de forma um pouco diferente para agilizar a formação de uma equipe e a montagem de times que atendam aos diferentes requisitos de cada tipo de fase. Em vez de realizarmos missões e objetivos específicos para cada operador em potencial, a entrada de novos membros à equipe é “comprada” com pontos de influência.

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As moedas verdes, que já existiam na campanha principal para compra e upgrade de tecnologias, assumem um ar ainda mais central na experiência online. O recebimento de pontos está atrelado diretamente à evolução do jogador ao longo da trama do multiplayer, com cada subida de nível garantindo um montante do item, além de outros tipos de artigos ou melhorias; além disso, elas também podem ser encontradas em diversos pontos do mapa, em pequenas infiltrações que incentivam a exploração e fazem uso das habilidades dos agentes.

Após uma missão inicial que envolve o recrutamento de um agente à escolha do jogador e o roubo de dados a partir de uma base inimiga, Watch Dogs Legion libera a experiência online na íntegra e permite o passeio livre pela Londres do futuro próximo. Os jogadores podem se unir em grupos de até quatro pessoas para encarar os desafios e é aqui que todo o formato começa a se diferenciar, pelo menos um pouco, da experiência principal.

Uma das primeiras paradas durante nossos testes foram as Operações Táticas, grandes missões compostas de diferentes etapas que contam a história do modo cooperativo. Novamente, estávamos diante dos desmandos da Albion, a tirana corporação que mantém Londres sob um punho de ferro, e parece disposta a usar drones de combate para combater revoltosos e atacar qualquer pessoa que ouse se opor ao jugo da empresa.

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Logo de início, a missão exigia coordenação, já que os objetivos deveriam ser cumpridos em dois pontos distintos do mapa simultaneamente. Os jogadores de nosso time se comunicavam enquanto invadiam bases da Albion e deveriam realizar o download de arquivos ao mesmo tempo, em uma das tarefas de maior complexidade e dificuldade da demonstração, ainda que seus objetivos, em si, sejam velhos conhecidos.

Entretanto, uma boa cota de fracassos foi imposta aos jogadores pelo fato de, uma vez iniciada uma Operação Tática, não ser possível trocar de agente fora do lobby. Minha escolha equivocada de uma professora de primário, capaz de realizar downloads mais rápidos, não conversou muito bem com o pesado esquema de segurança do prédio a ser invadido, e levou todo o time a algumas telas vermelhas de fim de jogo até notarmos que era preciso rever a montagem da equipe.

Aqui, se desenhou um dos aspectos mais potencialmente interessantes da porção online de Watch Dogs Legion. Se no game principal montar um time coeso e com habilidades que se completavam era um bom caminho para facilitar a vida da resistência, no multiplayer essa é praticamente uma exigência, caso os usuários não queiram seguir a rota mais difícil. Saber usar habilidades de invisibilidade, aranhas robóticas ou armas letais, por exemplo, é de grande ajuda, e se alguém tiver um agente capaz de se disfarçar com o uniforme dos inimigos, melhor ainda.

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A furtividade, quando se joga em grupo, acaba inevitavelmente perdendo protagonismo. Para contornar isso, o grupo pode buscar outras alternativas, como o uso de um personagem de background militar para atacar uma base de um lado, enquanto um agente mais veloz, disfarçado ou com habilidades de hacking rápido pode aproveitar a confusão para invadir o local por outra entrada.

Temos aqui, novamente, o mesmo tipo de comprometimento exigido pela experiência principal de Watch Dogs Legion, que exige a entrada no “mundinho” de opressão e tecnologia apresentado pela Ubisoft. Para que a ideia funcione, ela precisa ser comprada pelos jogadores, e quem estiver unido a usuários comprometidos e que curtam o game, com certeza, terá mais facilidade nesse mergulho.

As missões cooperativas comuns seguem abordagens semelhantes, envolvendo o cansativo e repetitivo sistema de invadir lugares e roubar dados, resgatar pessoas ou furtar veículos, sem muita variedade. Elas, por outro lado, são mais simples e menos complexas que as Operações Táticas, servindo, por exemplo, como boas-vindas ao modo, para que os usuários se ambientem, ou como uma maneira rápida de evoluir o próprio perfil para conseguir pontos de experiência e recrutamento de novos operadores.

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Enquanto a cooperação não é essencial aqui, ela também pode ajudar a seguir em frente. Em uma das tarefas, o grupo do qual eu fazia parte roubou dois furgões que deveriam ser jogados no rio, para que os materiais no interior fossem destruídos. Na saída do estacionamento, se seguiu uma longa perseguição por drones que foi facilitada quando o time se separou, também dividindo a ofensiva inimiga. Sucesso, mergulho e alguns pontos para melhoria da resistência que se provaram um bocado úteis mais tarde.

Algo que a experiência multiplayer não explica claramente, entretanto, é que, uma vez gastos, tais moedas não são tão simples de serem obtidas. Caso o jogador vá com muita sede ao pote no recrutamento de início, pode se ver em uma situação complicada mais tarde, sendo obrigado a realizar missões altamente desafiadoras com idosas enquanto carece de alternativas de evolução para facilitar a própria vida.

Ataque direto

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Ao mesmo tempo, chamaram a atenção algumas pequenas novidades trazidas pelo modo online de Watch Dogs Legion, como os eventos do mundo que trazem variação e imediatismo à experiência. Em um determinado momento, um drone inimigo começou a atacar populares nas proximidades do grupo e, mesmo fora de uma missão, o centro de Londres se transformou em uma arena de tiroteio cheia de opções de cobertura e abordagem.

O Canaltech também teve a chance de experimentar a Spiderbot Arena, primeiro modo PvP de Watch Dogs Legion. Trata-se de um mata-mata convencional, não fosse o fato de estarmos controlando os robôs-aranha, agora armados com metralhadoras, escopetas, mísseis e outros upgrades.

O formato oferece ação rápida e, novamente, desafiadora, que motiva o jogador a nunca ficar parado e sempre buscar os itens de cura ou armas especiais espalhados pelo cenário. Os gadgets não aguentam muitos tiros, enquanto as partidas são curtas, o que propicia um respiro das operações da campanha online e, também, um tipo de diversão mais descompromissada.

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Esta é apenas a primeira temporada de conteúdo para um game que, muitas vezes, parece ter sido voltado justamente a esse tipo de jogabilidade. Ainda que a experiência seja essencialmente semelhante à da campanha principal, a jogatina ao lado de amigos pode acabar compensando alguns dos problemas, enquanto as opções de missões com diferentes graus de complexidade, ainda que essencialmente semelhantes, atendem a todo tipo de jogador.

O modo online de Watch Dogs Legion chega em 9 de março ao PC, PlayStation 4, PS5, Xbox One e Xbox Series X|S. O conteúdo é gratuito para todos os jogadores que tiverem o título base.