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Preview | Age of Empires 3: Definitive Edition tem tudo para ser uma obra prima

Por| 30 de Setembro de 2020 às 17h10

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Divulgação/Microsoft
Divulgação/Microsoft

Age of Empires inaugurou uma das mais renomadas séries de jogos de todos os tempos e Age of Empires 2 a consolidou com gameplay aprimorado e uma dose cavalar de conteúdo. A Age of Empires 3, restou aperfeiçoar a fórmula que sempre deu certo e apresentá-la com uma nova roupagem, aproveitando-se das novas capacidades técnicas dos computadores na segunda metade dos anos 2000. Porém, o que era promessa acabou se transformando em frustração.

Apesar de ser o mais completo e complexo dos três jogos da série, Age of Empires 3 sofreu no lançamento com problemas de desempenho por exigir demais dos computadores da época. E quem tinha hardware com poder de fogo suficiente para tankar o jogo, acabou torcendo a cara devido à temática mais moderna e menos precisa historicamente, além de esbarrar num grind gigantesco imposto pelo novo sistema "Sua Metrópole" e um desbalanceamento que minou toda a experiência multiplayer.

Esses problemas minaram o alcance do jogo, que sempre teve de viver à sombra dos dois irmãos mais velhos. Por isso, o lançamento de Age of Empires 3: Definitive Edition tem tudo para ser a primeira experiência de muitos fãs de RTS com o terceiro capítulo da série.

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O Canaltech pôde testar a versão prévia do jogo e conferir de perto as principais melhorias e adições que foram feitas pela Tantalus Media, mesma responsável pelos excelentes Age of Empires: Definitive Edition e Age of Empires 2: Definitive Edition. A diferença é que, desta vez, a desenvolvedora parece ter tido bem menos trabalho para adaptar e repaginar o trabalho original do Essemble Studios.

Melhorias visuais

Age of Empires 3 foi lançado originalmente em 2005, seis anos depois que AoE 2: The Age of Kings chegou ao mercado. Nesse intervalo, muita coisa mudou em matéria de tecnologia — tome como exemplo o Windows: os jogadores saltaram do Windows 98 para o Windows XP, e estavam a poucos meses de adotar o Windows Vista. A nível de hardware, a evolução foi tamanha que permitiu AoE 3 passar por um facelift visual completo: os cenários e sprites 2D deram lugar a mapas e personagens modelados inteiramente em 3D, resultando num jogo visualmente deslumbrante.

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Até hoje, muito disso permanece atual em alguma medida e a sensação ao jogar a versão prévia de Age of Empires 3: Definitive Edition é que pouca coisa mudou. Entretanto, a diferença está nos detalhes. Toda a parte gráfica do jogo foi retrabalhada: dos personagens à relva dos mapas, tudo recebeu um incremento visual de respeito e acabamento em 4K, embora não na mesma proporção. Os bonecos, por exemplo, já não eram lá muita coisa nos anos 2000 e continuam sendo o elemento que mais destoa na edição definitiva — nas cutscenes entre uma missão e outra da campanha, a cara de bolacha amassada pobre em detalhes é perceptível.

Por outro lado, a animação de partículas empolga pelo realismo e confere toda uma beleza aos confrontos, que em AoE 3 abandonam a tepidez das armas brancas em favor da calidez das armas de fogo apinhadas de pólvora. Não foram raros os momentos em que me peguei estagnado observando bombardas em ação, disparando seus projéteis para esfacelar construções inimigas, com pedaços voando para todos os lados; ou momentos de calmaria em que contemplei a fumaça extremamente detalhada saindo pelas chaminés do meu vilarejo enquanto meus colonizadores trabalhavam nas redondezas colhendo madeira e alimento.

A sonoplastia e a trilha sonora também são dignas de nota. Completamente remasterizados, esses elementos dão ainda mais vida ao que vemos em tela, com barulhos de tiros, explosões e destruições extremamente fiéis. Quanto à música, ela chama atenção não apenas pela qualidade, como por conseguir se encaixar e transacionar perfeitamente de situações de calmaria à agitação das batalhas. Nesses momentos, rola um sobe som que dá uma baita injeção de adrenalina, capaz de fazer muita gente se ajeitar na cadeira e pensar "agora a coisa ficou séria".

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Novidades e correções

Tudo isso pode ser sentido no tradicional Modo História, que contém três campanhas completas (apenas uma estava liberada na versão que tivemos acesso: "Sangue, Gelo e Aço"), e no Multiplayer online. Nesse quesito, não há qualquer novidade a não ser que Age of Empires 3: Definitive Edition inclui todo o conteúdo do jogo original e suas expansões — ou seja: nada de novas campanhas nem de novas histórias. Para não dizer que tudo é igual, a Tantalus Media incluiu dois novos modos de jogo: Batalhas Históricas e A Arte da Guerra.

Batalhas Históricas reúne uma série de cenários específicos com desafios bem delineados que o jogador precisa cumprir para alcançar a vitória. Na versão prévia, apenas uma estava disponível e era basicamente uma missão de sobrevivência. Com a cidade sitiada, o jogador deveria resistir ao cerco e às investidas inimigas por tempo determinado, numa missão para por à prova suas capacidades defensivas.

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O modo A Arte da Guerra, por sua vez, não é novidade para quem já experimentou o Age of Empires 2: Definitive Edition, por exemplo. Aqui, o jogador é apresentado a uma série de desafios que servem como tutoriais de luxo, digamos assim, tendo de cumprir metas de coleta, formação de exército e derrota do inimigo em determinadas faixas de tempo para receber medalhas de ouro, prata ou bronze como recompensa. É uma forma mais desafiadora de o jogador tirar a ferrugem das engrenagens e se reabituar às mecânicas e estratégias de Age of Empires depois de tantos anos.

O hall de civilizações também ganhou duas novas civilizações, elevando o total para 16. Ambas têm suas particularidades e favorecem estilos de jogos diferentes. Os Incas, por exemplo, têm uma abordagem muito mais defensiva, capacidade de usar sacerdotes para converter unidades inimigas (o que originalmente foi deixado de lado em AoE 3) e construções que coletam comida automaticamente, aliviando o fardo do jogador de ter de empregar uma grande quantidade de aldeões nessa tarefa.

Os Suecos são a nova civilização europeia adicionada ao jogo e têm uma abordagem mais ofensiva. Prova disso é a Infantaria Caroleana, uma unidade extremamente agressiva com dano de longo alcance; e uma dobradinha difícil de ser batida pelo poder de fogo e alto grau de manobrabilidade: canhões de couro e cavalaria Hakkapeliitta. Mas não é só isso: se as construções dos Incas farmam alimento automaticamente, as casas suecas podem coletar qualquer recurso natural, desde que estejam posicionadas perto dele.

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A coleta automática de recursos dessas duas facções dá mais celeridade ao jogo e parece ter sido uma decisão tomada após a correção de um grande problema do Age of Empires 3 original. Uma das principais novidades do jogo naquela época era o novo "Sua Metrópole", um sistema de deck building que permitia ao jogador utilizar cartas para personalizar o envio de unidades, recursos e habilidades sob medida à medida que ganhava experiência e evoluía a civilização nas partidas.

Essa novidade adicionou uma camada generosa de estratégia às partidas de Age of Empires 3, mas exigia que o jogador desbloqueasse as cartas individualmente para cada civilização, não importando se a carta de um recurso era compartilhada com outra facção ou não. O grind para ter todas as cartas de todos os decks disponíveis era gigantesco, gerando um desbalanceamento absurdo nas partidas e favorecendo quem tinha mais tempo livre para fazer o grind.

Ao que tudo indica, isso foi corrigido na Definitive Edition de AoE 3, já que, pelo menos na versão prévia, tudo já vinha desbloqueado e cabia ao jogador montar o deck da forma que acreditava ser mais vantajoso. Não ficou claro se isso se estenderá para a versão final, mas fica aqui a torcida para que sim.

Por fim, a última correção apresentada pela versão definitiva de Age 3 tem cunho sócio-histórico. Assim que o jogo é carregado pela primeira vez, um caixa salta à tela avisando que o original de 2005 continha imprecisões históricas sobre os Nativos Americanos. Para corrigi-las, a equipe trabalhou em estreita colaboração com nativos remanescentes e consultores especializados para corrigir os fatos, eliminar esteriótipos e apresentar a História como ela realmente é.

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Essa preocupação é interessante principalmente porque, de todos os Age of Empires, o terceiro é o que menos se atém à precisão dos fatos históricos. Quem acompanhou o lançamento original e jogou toda o Modo História sabe que as campanhas têm fortes doses de ficção e a maioria envolve tramoias, conspirações e conflitos que jamais aconteceram.

Claro, a Definitive Edition não tem a intenção de consertar tudo isso — até porque é um remaster, não um remake —, mas corrigir uma imprecisão histórica e dar o mesmo tratamento aos povos indígenas nativos não só é uma maneira de reconhecer sua importância e respeitá-los, como também de mostrar que houve esmero e carinho para trazer a melhor versão possível de Age of Empires 3 para os jogadores, sejam eles novos ou nostálgicos.

Age of Empires 3: Definitive Edition tem lançamento marcado para o dia 16 de outubro na Steam e na Microsoft Store, além de estar disponível no Game Pass. Uma oportunidade e tanto para jogadores novos e nostálgicos, e um belo esquenta para o lançamento de Age of Empires 4.

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