8 ports de jogos que chegaram ao PC quebrados em 2025
Por Raphael Giannotti • Editado por Jones Oliveira |

Tem sido cada vez mais difícil ser PC gamer. Jogos e mais jogos chegam com problemas de otimizações, verdadeiros ports quebrados, e nem mesmo máquinas robustas conseguem passar por cima dos problemas. Isso nos coloca (sim, sou um de vocês) totalmente à mercê da boa vontade dos desenvolvedores em melhorar os seus jogos depois do lançamento, algo que nem sempre acontece.
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Até que 2025 foi um ano tranquilo quanto a isso, já que tivemos anos bem piores. Porém os últimos 12 meses não se safaram (é claro que não), e nos trouxeram jogos mal otimizados em diferentes níveis, desde aqueles bem pesados, ou aqueles que só "crasham", indies que não faz sentido serem tão pesados assim, e mais. Confira nossa lista.
1. Monster Hunter Wilds
A Capcom tentou levar a RE Engine ao limite no mundo aberto com Monster Hunter Wilds, mas o resultado nos PCs é um festival de stuttering (quedas de FPS constantes), algo que já foi visto antes em Dragon's Dogma 2. A principal reclamação envolve o uso excessivo de CPU, onde o jogo compila shaders em tempo real durante o combate, causando engasgos severos em momentos críticos.
Além disso, as texturas de alta resolução demoram a carregar (pop-in agressivo) mesmo em SSDs NVMe rápidos, e o jogo devora VRAM: placas com 8 GB sofrem para manter 1080p estável sem upscaling, transformando a imagem em pixels borrados e sem detalhes.
2. Rise of the Ronin
Mantendo a triste tradição da Team Ninja (vide Wo Long), esse port chegou ao PC em estado deplorável. Usuários relatam que o jogo não consegue manter 60 FPS estáveis nem em uma RTX 4090 devido a gargalos severos de renderização. O problema não é gráfico — o visual não justifica o peso —, mas sim a má gestão de threads do processador.
O jogo apresenta micro-stutters constantes ao girar a câmera e falhas na sincronização de quadros, que tem a ver com frametime, tornando a experiência de combate, que exige precisão, frustrante e muitas vezes injogável sem mods da comunidade. Além disso, depois de uma atualização do Windows 11, o jogo passou a crashar constantemente. Muitos usuários sequer conseguiram abrir o jogo novamente.
3. Borderlands 4
A Gearbox entregou um título onde a latência é o maior inimigo. Testes mostram que, ao rodar nativamente em 4K no preset "Badass", a latência do sistema chega a absurdos 50 ms, tornando a mira pesada e imprecisa. Para ter uma experiência aceitável (entre 20 e 30 ms), o jogador é obrigado a ativar o NVIDIA Reflex e o DLSS, provando que o jogo não foi otimizado para rodar sem muletas (e eu experimentei isso).
Além disso, o título sofre com vazamento de memória, degradando a performance após sessões longas de jogo, apresentando quedas de FPS constantes. Mas se você está incomodado com isso, basta criar seu próprio motor gráfico e fazer o seu jogo.
4. The Elder Scrolls: Oblivion Remastered
O remaster sofre do mal da Unreal Engine 5: o sistema de iluminação Lumen. Embora muito bonito, ele aniquila o desempenho em áreas externas. A reclamação recorrente é a oscilação brutal de FPS: você pode estar a 100 FPS numa masmorra e cair para 30 FPS ao olhar para uma floresta.
O jogo ignora o culling (técnica de não renderizar o que não é visto), processando geometria desnecessária, causando muito peso na renderização. Placas intermediárias são forçadas a rodar em resoluções internas sub-HD com upscaling para manter a fluidez, destruindo a nitidez que um remaster deveria trazer.
5. Chronos: The New Dawn
A Bloober Team, conhecida por The Medium e Silent Hill 2 Remake, continua lutando com a otimização. O jogo apresenta o clássico traversal stutter da UE5: cada vez que você cruza uma porta ou entra em nova área, o jogo trava brevemente para carregar ativos. O uso de ray tracing é mandatório para a atmosfera, mas mal implementado, dobrando o custo de performance sem ganho visual proporcional.
Jogadores de Cronos: The New Dawn com CPUs Ryzen reclamam de uso ineficiente dos núcleos, com um ou dois núcleos em 100% enquanto o resto do processador "dorme", limitando a GPU. Alguns trechos são muito pesados sem motivo, e nem a RTX 5070 conseguiu lidar com o game aqui em 1440p, sendo necessário o uso do DLSS.
6. Sword of the Sea
Esse é o campeão do peso injustificável e um caso muito estranho. Sendo um jogo focado em arte estilizada e cel-shading (dos criadores de Journey), não há motivo técnico para exigir placas topo de linha. Aqui, rodando em Core Ultra 9 285K, RTX 5070, 32 GB DDR5 e SSD NVMe 4.0, não foi possível alcançar 60 FPS em 4K no médio, algo que não faz nenhum sentido dado o escopo do game.
Além disso, não existe DLSS, somente escala de resolução. Não há um motivo claro para isso, mas o game não apresenta nada visível que justifique. Apesar de bem avaliado no Steam, até quem gostou do game, reclama desse problema. Um belíssimo game, mas mal otimizado.
7. Spider-Man 2
A Insomniac geralmente faz bons trabalhos, mas o port para PC de Spider-Man 2 veio com uma fome insaciável de VRAM e CPU. O tay tracing (que não pode ser totalmente desligado em algumas configurações) e a densidade de tráfego/pedestres esmagam processadores com menos de 8 núcleos.
A reclamação principal é que, diferentemente do PS5, a gestão de memória no Windows é falha: o jogo aloca mais de 12 GB de VRAM em 1440p, causando crashes constantes em placas populares de 8 GB, obrigando os donos dessas placas a jogar com texturas no "Médio".
8. Metal Gear Solid Delta: Snake Eater
A Konami prometeu fidelidade, mas entregou um peso técnico desproporcional ao migrar para a Unreal Engine 5, deixando de lado seu motor proprietário Fox Engine. O problema crítico aqui é o stutter de compilação de shader: cada nova interação na selva — seja uma explosão ou mudança de camuflagem — gera travamentos que quebram a imersão furtiva. O uso de Lumen para iluminação global é mandatório, sem opção de desligar, o que faz placas como a RTX 4070 suarem para manter 1080p nativo.
Além disso, as transições entre áreas sofrem com quedas bruscas de frametime, e o jogo depende excessivamente de upscalers (DLSS/FSR) para mascarar a falta de otimização em resoluções acima de 1440p, deixando a imagem com artefatos de ghosting na vegetação densa.
Alguns desses jogos receberam atualizações trazendo melhorias em otimizações, mas a maioria deles ainda apresentam alguma dificuldade para os PC gamers. Além disso, cinco desses jogos são feitos em UE5, um pesadelo recente do PC gamer. Esse é o nosso top 8 jogos de PC mais mal otimizados em 2025:
- Monster Hunter Wilds
- Rise of the Ronin
- Borderlands 4
- The Elder Scrolls: Oblivion Remastered
- Chronos: The New Dawn
- Sword of the Sea
- Spider-Man 2
- Metal Gear Solid Delta: Snake Eater
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