Publicidade

Phil Spencer diz que Xbox perdeu "guerra de consoles" no pior momento

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

Compartilhe:
(Imagem: Reprodução/Microsoft)
(Imagem: Reprodução/Microsoft)
Phil Spencer

A atual geração de consoles tem um comportamento peculiar, no qual alguns dos principais games já estavam disponíveis nos aparelhos da era passada. Para a Microsoft, isso também teria representado uma amarga derrota, com o Xbox One ficando em terceiro, atrás do PlayStation 4 e Switch, em um momento no qual os usuários estavam construindo suas bibliotecas e criando uma fidelização maior a determinadas plataformas, que acabou resultando em vendas das novas versões.

A fala é de Phil Spencer, diretor da marca Xbox, em entrevista ao site Kinda Funny Games, com raros comentários sobre performances negativas e a análise do que deu errado nos últimos anos, sob a ótica dos comentários abaixo do esperado sobre o recente Redfall. Segundo o executivo, enquanto a Microsoft não quer ver seus concorrentes fora do mercado, é inegável que eles traçam acordos comerciais que tornam o ecossistema mais complexo para a companhia, o que a levou a pensar fora da caixa.

Nasceu assim, segundo Spencer, o foco na convergência de plataformas. Serviços como o Game Pass e as plataformas de computação na nuvem possibilitam que os jogadores curtam seus títulos em diferentes aparelhos, do console tradicional de vídeo game até o PC e dispositivos portáteis como o Steam Deck, chegando também aos celulares. Os velhos tempos, para ele, acabaram.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

Essa ideia conversa com a noção de que a biblioteca de jogos é trazida de uma geração para outra e também com uma ideia de que os usuários escolherão aquilo que mais compense do ponto de vista financeiro. Mais um elemento que fortalece o Game Pass e as ofertas de convergência, indica Spencer, que refuta a ideia de muitos fãs de que o Xbox deveria entregar uma versão melhor do que é feito na concorrência ou que, a cada mudança de console, a biblioteca deveria recomeçar do zero, assim como o market share de plataformas.

Ao mesmo tempo, Spencer também refuta uma ideia que sempre acompanha a fala sobre plataformas digitais: não há uma expectativa, para a Microsoft, de abandonar o mercado de consoles para focar totalmente no streaming e no Game Pass. Pelo contrário, a ideia da empresa é que 90% dos jogadores adquirem aparelhos da marca preferida e seguirão com ela; o desafio, então, é trazer mais gente para o lado verde da força.

Grandes jogos são solução, mas não mudam panorama

Durante a entrevista e seguindo nesta mesma ideia, Spencer também refutou outra ideia de que os blockbusters, apenas, são os responsáveis por gerar vendas de consoles. Ele aponta para um lançamento bastante esperado para o futuro próximo, Starfield, apontando que, mesmo que as notas da crítica sejam absolutas, ele não vê muitas pessoas vendendo o PlayStation 5 para adquirir um Xbox Series X ou Series S por conta disso.

Não é como se os grandes lançamentos não causassem um interesse maior, claro, mas Spencer indica que essa não é a história completa. Novamente, ele se volta à questão da otimização de custos e da manutenção de biblioteca por parte dos jogadores, que acredita ser a realidade da maioria dos usuários e um interesse dos grandes principalmente em um mercado no qual títulos como Fortnite, Roblox e Minecraft dominam.

Mais uma vez, vem a explicação sobre a mudança de foco da Microsoft e o motivo para a maior atenção às plataformas de assinatura e cloud gaming. O mundo mudou, apontou Spencer, e foi preciso que a empresa mudasse também; para o executivo, não há uma perda de foco, mas sim uma continuidade do ideal de fazer com que as próprias plataformas sejam as melhores possíveis, mas com uma visão diferente, principalmente, de não permanecer na sombra de um competidor.