Novembro registra a menor venda de consoles e mídia física em 30 anos
Por Diego Corumba • Editado por Jones Oliveira |

O diretor executivo da companhia de dados Circana, Mat Piscatella, revelou que a venda de jogos em mídia física e consoles atingiu um de seus piores índices desde o ano de 1995. O recorte foi pelos números obtidos no mês de novembro de 2025 nos Estados Unidos.
Em postagem nas redes sociais da última quarta-feira (17), o analista apontou uma receita de US$ 5,9 bilhões em discos e cartuchos e US$ 695 milhões em videogames — uma queda de 14% e 27% respectivamente, se comparada ao mesmo período de 2024.
Apesar de um declínio menor do que dos consoles, os jogos em mídia física apresentaram o menor número para o mês de novembro desde o início da coleta destes dados em 1995. Como as vendas digitais não são rastreadas com a mesma precisão, não é possível atribuir esse declínio unicamente à migração para o formato digital, embora ela seja um fator.
Queda bruta das vendas de consoles
Em receita, a venda dos consoles de mesa teve uma queda tão significativa que é vista como a 2ª pior desde o início das pesquisas. A primeira foi em novembro de 2005, que apresentou o montante de US$ 455 milhões por todo o período.
Ainda que tenha arrecadado mais nos Estados Unidos, foi vendido menos. O número de unidades comercializadas foi de 1,6 milhão, o menor desde novembro de 1995 — que teve a distribuição de 1,4 milhão de hardwares ao redor do planeta.
Mat Piscatella destaca que o Xbox Series teve uma retração de 70%, PlayStation 5 caiu em 40% e o Nintendo Switch apresentou a redução mais suave: apenas 10%, um dado curioso se considerar que o Switch 2 já está nas prateleiras desde junho.
Os acessórios também não se saíram tão bem neste mês de novembro. Comparado ao mesmo período em 2024, houve uma queda de 13%. Os controles tiveram uma porcentagem ainda pior: 19%.
Aumento de custo, redução de receita
Ao IGN, Mat Piscatella aponta que estes índices ruins se devem ao aumento dos custos para se jogar um videogame em 2025. Com o aumento recente do preço das memórias RAM, a situação tende a piorar de 2026 em diante.
Segundo o executivo, o movimento reflete o momento que vivemos na indústria e que era esperado — em consideração às mudanças econômicas que foram vistas nos últimos anos e meses.
“Os gastos no varejo se mantiveram, apesar da pressão dos preços mais altos no mercado. Os consumidores com melhores condições financeiras continuam a gastar, o que compensou parte da queda nos gastos das parcelas de menor renda. Isso talvez seja um sinal de que valores elevados começaram a impactar a compra de itens mais caros, como consoles”, revela o responsável pelo Circana.
Além do aumento súbito no valor dos componentes, é importante levar em conta que o tarifaço do governo norte-americano encareceu muitos produtos nos Estados Unidos. Deste modo, o custo de vida aumentou e o poder de compra foi reduzido — o que continua a assolar a população do país.
A venda de jogos
A companhia também revelou que Call of Duty: Black Ops 7 se tornou o jogo mais vendido nos EUA durante o mês de novembro. No entanto, ele segue longe de atingir o ranking dos 5 títulos que mais arrecadaram em 2025.
De acordo com o Circana, Battlefield 6 — rival direto da franquia COD — é o jogo que mais vendeu durante o ano. Ele liderou as vendas no seu lançamento, em outubro, e ficou em 2º lugar no mês passado.
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Com informações: IGN