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Funcionária da Activision Blizzard fala sobre assédio que sofreu na empresa

Por| Editado por Bruna Penilhas | 09 de Dezembro de 2021 às 13h44

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Funcionária da Activision Blizzard fala sobre assédio que sofreu na empresa
Funcionária da Activision Blizzard fala sobre assédio que sofreu na empresa

Na última quarta-feira (8), uma funcionária atual da Activision Blizzard fez uma coletiva de imprensa para falar sobre a “cultura de assédio sexual regado a álcool” da empresa. Trabalhando na Blizzard Entertainment há quatro anos, Christine (o nome completo foi preservado) afirma que foi rebaixada de cargo após reclamar sobre os assédios, além de ter seus bônus salariais negados.

Atenção: o texto a seguir contém gatilhos de assédio moral e sexual.

Christine falou sobre o assédio em entrevista à advogada estadunidense Lisa Bloom, que já representou mulheres em casos como o do comediante Bill Cosby — o mesmo que inspirou a suíte Cosby da Blizzcon; ela também já aconselhou o ex-produtor de Hollywood Harvey Weinstein, condenado por crimes sexuais. A conversa ocorreu em frente à sede da Blizzard e foi transmitida ao vivo pelo Instagram.

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Segundo o relato, colegas e supervisores faziam comentários sobre seu corpo e a tocavam de maneira inadequada. Um de seus chefes teria lhe convidado para transar. Quando Christine procurou seus gerentes para falar sobre os ocorridos, eles teriam dito para ela não falar com o RH porque eles estavam tentando ser “amigos”, e que não estavam fazendo “nada de errado por lei”.

“Lutar pelo meu emprego nesta cultura tóxica de local de trabalho tem causado graves prejuízos à minha saúde mental. Estou aqui hoje porque quero lutar por um ambiente de trabalho seguro para os funcionários. A Blizzard tem algumas pessoas incríveis que trabalham para eles, mas precisamos nos sentir seguros e apoiados por pessoas em funções de liderança, e responsabilizar as pessoas por suas ações.”
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Christine e Bloom fizeram alguns pedidos à Activision Blizzard:

  1. um processo mais simples e rápido para vítimas de assédio, com um fundo de compensação;
  2. um pedido de desculpas "de verdade" a Christine a outras vítimas;
  3. revisão dos danos causados a vítimas de assédios feita por organizações terceirizadas e neutras.

O que a Activision Blizzard diz

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Em um comunicado enviado ao site Polygon, a empresa disse que “tal conduta não está de acordo com nossos padrões”, e que agradece pela coragem de atuais e ex-funcionários por falar sobre esses casos. Leia na íntegra:

Agradecemos pela coragem de nossos atuais e ex-funcionários em apresentar denúncias de má conduta e sentimos muito por quaisquer vítimas de pessoas cuja conduta não correspondeu aos nossos valores. Como continuamos a reafirmar em nossos comunicados mais recentes, tal conduta não está de acordo com nossos padrões, nossas expectativas e com o que a grande maioria de nossos funcionários encontra diariamente. Não há lugar em nossa empresa ou indústria, ou em qualquer indústria, para má conduta sexual, assédio ou retaliação de qualquer tipo. Não toleraremos nenhum comportamento que não esteja alinhado aos nossos valores e responsabilizaremos os funcionários que não cumpram com eles. A empresa está comprometida em criar um ambiente do qual todos possamos nos orgulhar. Estamos no processo de implementação de mudanças e melhorias significativas no escopo, estrutura e eficiência de nossas equipes de conformidade e recursos humanos, sistemas de relatórios e transparência em nosso processo de investigação. A segurança e o apoio de nossos funcionários, especialmente daqueles que sofreram, continuam sendo nossa prioridade.

A Activision Blizzard vem passando por um turbilhão de processos jurídicos, protestos e críticas desde julho, quando foi processada pelo DFEH (Departamento de Emprego e Habitação Justos da Califórnia, em tradução livre). O CEO, Bobby Kotick, estaria ciente dos casos e teria intervido em um deles a favor do agressor.

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Fonte: Game InformerPolygon