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Days Gone: vale a pena comprar a versão PC do game?

Por| Editado por Jones Oliveira | 26 de Maio de 2021 às 12h00

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Divulgação/Sony
Divulgação/Sony
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Days Gone chega aos computadores como mais um exemplo da iniciativa da Sony de levar os títulos das plataformas PlayStation a mais gente. Ainda que não tenha entregado títulos de peso nos PCs, como The Last of Us ou God of War, a empresa segue os passos da rival Microsoft, que há anos já trabalha com essa estratégia de exclusividade combinada, se é que podemos chamar assim. Nesta nova jornada, porém, o game da Sony Bend tem mais a mostrar do que apenas esse acesso.

Estamos falando de um game que, em seu lançamento original, em 2019, gerou amplas discussões sobre sua qualidade e performance. Pudera, afinal de contas, uma das propostas desse mundo apocalíptico é o passeio motorizado pelo que restou da sociedade e o cuidado com hordas gigantescas de oponentes e efeitos climáticos que fizeram o PlayStation 4 suar. No PC, principalmente nas máquinas mais robustas, há um espaço bem mais amplo para manobra e foi justamente nele que a desenvolvedora decidiu brilhar.

Polimento na lataria

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A experiência com Days Gone neste novo lançamento é essencialmente a mesma, mas com melhorias visuais que são perceptíveis. Entretanto, há de se notar que, assim como o próprio jogo não vai a fundo em suas mecânicas e propostas, tais upgrades também não são apresentados na íntegra — a tecnologia DLSS, que melhora a resolução e os gráficos usando inteligência artificial, ainda não está disponível, enquanto o título jamais ganhará suporte ao ray tracing.

Não é como se o que foi efetivamente feito fosse pouco, entretanto. E mesmo em computadores mais modestos, dá para dizer que os jogadores têm em mãos a melhor versão possível de Days Gone. Isso vale desde os pequenos elementos, como controles pensados com cuidado para serem interessantes no combo mouse e teclado, e na amplitude de configurações possíveis de acordo com o gosto dos usuários.

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A principal melhoria se dá nas taxas de frames e no draw distance, a capacidade de enxergar longe nos já belos cenários do título. Afinal de contas, estamos falando de um jogo de mundo aberto em que usamos uma motocicleta como meio central de exploração. Vamos seguir rápido por ambientes devastados ou dominados pelas criaturas, mas também devagar em momentos mais furtivos ou onde a ameaça é grande. Em todos, a experiência se tornou mais intensa.

Isso vale principalmente para os trechos de história, com cutscenes por vezes repetitivas e longos diálogos entre sobreviventes deste mundo. O aumento na resolução e na taxa de quadros por segundo evidenciou ainda mais as performances dos dubladores e atores de captura de movimento, com mais detalhes perceptíveis. Rugas, marcas na pele, barba e, principalmente, o sangue que jorra pelos caminhos de Deacon aparecem muito mais bonitos e detalhados, tornando os elementos narrativos mais interessantes.

O mesmo também vale para abrigos, túneis devastados e ambientes que exploramos em busca de itens ou para progredir na campanha. De perto e no detalhe, as melhorias gráficas da versão PC de Days Gone chamam bastante atenção, enquanto o aumento na resolução e o suporte a diferentes aspectos de tela trazem uma experiência superior, que evidencia o trabalho dos desenvolvedores naquilo que é pequeno e, normalmente, deixado de lado em títulos de tamanha escala.

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Falar isso não exclui o fato de que, na amplitude e no campo aberto, o game da Sony Bend também não deixa a desejar, muito pelo contrário. E neste novo lançamento, a principal melhoria está relacionada à resolução dos problemas de performance que foram usados por muitos jogadores há dois anos para destratar Days Gone. Basicamente, com hardware de sobra, também temos zumbis de sobra.

O Canaltech testou o game em um PC mediano, mas compatível com as configurações recomendadas do título, com placa de vídeo GeForce GTX 1060 e processador Intel Core i7. A título de comparação, a experiência original com Days Gone se deu na versão básica do PlayStation 4, quando as experiências são colocadas lado a lado, já se nota que o tempo fez muito bem ao título.

São raros os momentos em que há uma queda perceptível na taxa de quadros por segundo, mesmo quanto há muita coisa acontecendo na tela ao mesmo tempo. O trabalho de otimização mantém o título fixo nos 60 frames por segundo, com baixas sendo sentidas de forma mais contundente apenas quando começa a chover ou o cenário é tomado pela névoa. Ainda assim, nada perto da apresentação de slides em que se transformava a versão do título rodando no PS4 base.

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Por outro lado, não é apenas da performance que vivem as críticas a Days Gone e, no que toca o restante do game, fora de seus sistemas visuais, ainda temos as mesmas falhas. Deacon St. John, em seus passeios por um mundo devastado e sem lei, continua tagarelando em uma forma chata de contar a história, expondo seus pensamentos ao jogador o tempo todo, enquanto busca por pistas sobre o paradeiro da esposa.

Os objetivos repetitivos e a progressão lenta também seguem como obstáculos, assim como as longas barrigas de conteúdo e os trechos narrativos desnecessariamente alongados. Fica claro que, ao criar um game de mundo aberto, a Sony Bend decidiu esticar suas estruturas ao máximo, com o fato de tais elementos não serem superinteressantes nem completamente instigantes gritando forte na medida em que as horas investidas em Days Gone vão passando.

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Chega a ser curioso que, na época de seu lançamento original, muito se falou sobre como o título abre uma série de portas, mas não entra a fundo em nenhuma delas. A alegoria também pode valer para as melhorias visuais desta nova versão, que apesar de perceptíveis, não chegam ao nível que deveriam, deixando de lado tecnologias contemporâneas e sistemas de iluminação que dariam vida nova a esse mundo devastado e o tornariam ainda mais envolvente.

Este relançamento é, sem dúvidas, a melhor versão de Days Gone disponível no mercado atual. Ainda que boa parte dos problemas de performance estejam resolvidos, principalmente se sua máquina der conta do recado, todo o restante permanece como sempre foi, tornando este um retorno mais indicado aos fãs de Deacon ou aos motoqueiros de primeira viagem. Até porque quem já não gostou muito do título em seu lançamento original não verá muitos motivos para voltar — e com exceção das melhorias visuais, eles não existem mesmo.

Days Gone chegou aos PCs no dia 18 de maio de 2021. No Canaltech, o game foi testado em cópia digital gentilmente cedida pela Sony.