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Analógicos do PS5 podem ter vida útil de apenas 400 horas, aponta análise

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Divulgação/Sony
Divulgação/Sony

O DualSense foi apontado como uma das grandes inovações do PlayStation 5 e, apenas poucos meses após seu lançamento, também está sendo motivo de problemas para os donos do console de nova geração. Agora, uma nova análise aponta o motivo: um potenciômetro, usado no funcionamento dos analógicos do joystick, que teria uma vida útil de pouco mais de 400 horas.

A análise é do site iFixIt, especializado em manutenção de dispositivos e famoso pelos vídeos de desmontagem de produtos tecnológicos. Ela aponta o uso do componente de uma fabricante chamada ALPS como a principal causa das falhas encontradas não apenas pelos usuários do PS5, mas também do Switch e, em menor grau, Xbox. É o famigerado “drift”, termo em inglês que indica um controle cujo analógico, ainda que em posição central, parece estar sendo empurrado sozinho para um dos lados.

De acordo com informações oficiais disponibilizadas pela ALPS, os potenciômetros utilizados nos controles aguentam dois milhões de ciclos para a movimentação, enquanto o pressionamento dos analógicos aguenta 500 mil ciclos. O iFixIt analisou a telemetria de partidas comuns de Call of Duty: Warzone para, então, traduzir esse total em 417 horas de vida útil antes de os componentes apresentarem problemas.

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Pode parecer bastante, mas uma conta simples mostra que não. O cálculo indica que um jogador que utilize o controle por duas horas, diariamente, atingiria a expectativa de operação do joystick em apenas sete meses. Os dados também aparecem em diferentes ações de classe movidas na Justiça dos Estados Unidos contra Nintendo, Sony e Microsoft, e quando se leva em conta que estamos falando de consoles feitos para durarem de seis a sete anos, no mínimo e de acordo com o andamento das gerações passadas, é pouco.

Segundo a análise do iFixIt, o problema do drift pode acontecer por diferentes causas, como um afrouxamento das molas que mantêm a alavanca analógica em seu ponto central ou com o desgaste constante, que interfere na detecção de movimentos. Quedas, mau uso, poeira e outros contaminantes podem reduzir a vida útil ainda mais, e em todos os casos o problema aparece quando os jogos registram movimentos, normalmente para os lados, ainda que o controle esteja em posição neutra.

Os especialistas vão além e afirmam que o problema poderia ter sido evitado, já que estamos falando de componentes disponíveis e utilizados há anos, com informações claras sobre seu ciclo de vida. A crítica é quanto ao fato de as fabricantes não encararem os controles como dispositivos com ciclo de vida finito e, sendo assim, não investirem em formas fáceis de substituição de seus componentes internos.

O iFixIt indica que, em alguns casos, ferramentas de software dos próprios consoles, como o Switch, podem compensar uma detecção inicial de drift, enquanto a substituição dos componentes em si é tarefa bem mais complicada. No PS5, por exemplo, o processo envolve mais de uma dezena de pontos de solda e uma desconexão dos motores de feedback tátil do controle, constituindo uma alternativa pouco acessível para quem não tem experiência ou os materiais necessários.

Enquanto as ações de classe seguem em andamento e algumas empresas, como a Microsoft, buscam acordos fora dos tribunais, restam poucas opções aos usuários que não sejam a troca das peças por conta própria ou o acionamento da garantia, que no Brasil é de um ano. Por enquanto, todos os consoles de nova geração vendidos por aqui desde o lançamento estão cobertos, mas uma vez que o prazo acabe, a perspectiva é de gastos e problemas maiores para os usuários, enquanto as próprias companhias, pelo menos por enquanto, ainda não anunciaram uma solução mais abrangente, para dizer o mínimo, já que quando falamos em produtos que sofrem desgaste, uma opção definitiva pode jamais existir.

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Fonte: iFixIt (YouTube)