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Activision Blizzard é acusada de destruir provas de abuso sexual

Por| Editado por Bruna Penilhas | 26 de Agosto de 2021 às 12h11

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Divulgação/Activision Blizzard
Divulgação/Activision Blizzard

O Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, está acusando a Activision Blizzard de destruir evidências de assédio e abuso sexual. A empresa foi processada em julho pelo DFEH (Departamento de Emprego e Habitação Justos da Califórnia, em tradução livre).

  • Activision Blizzard escondeu denúncias de assédio por 20 anos
  • Funcionários da Activision Blizzard criticam resposta da empresa a processo
  • Ex-funcionários da Activision Blizzard dizem que homens também sofriam assédio

Segundo reportagem do site Axios, o DFEH atualizou trechos do processo judicial, afirmando que a empresa “suprimiu evidências e interferiu em uma investigação governamental”. O departamento também alega que o estúdio “destruiu” documentos internos relacionados a reclamações e investigações, o que é ilegal. O processo chama essas ações de “intencionais, maliciosas, fraudulentas e opressivas”.

O processo também cita que a distribuidora de Call of Duty, Overwatch e World of Warcraft não cooperou com a investigação. O texto cita acordos de não divulgação com os funcionários, a exigência de que eles falassem com a empresa antes de entrar em contato com o governo e a contratação do escritório de advocacia WilmerHale para combater o sindicato organizado pelos trabalhadores.

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Denúncias de freelancers foram adicionadas ao processo

O documento atualizado também trouxe denúncias de trabalhadores freelancers — ou seja, empregados temporários sem carteira assinada. A empresa utilizaria esse método de contratação para evitar o pagamento de benefícios. Em agosto, o site Polygon publicou relatos de baixos salários, longas horas de trabalho e falta de estabilidade.

“Eu chorei quando consegui o emprego,” disse um freelancer à reportagem na época. “Fiquei muito entusiasmado por fazer parte do processo e por estar nesta indústria. Sempre foi meu sonho trabalhar com videogame. E agora me sinto acabado”.

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O que diz a Activision Blizzard

A empresa enviou um comunicado à imprensa americana sobre os ocorridos. Eles alegam que atenderam a todas as solicitações da DFEH, e que as alegações de destruição de provas “não são verdadeiras”. As mudanças pontuadas pela empresa são:

  • Várias mudanças de pessoal de alto nível;
  • Práticas renovadas de contratação e recrutamento, exigindo diversos painéis de entrevista;
  • Maior transparência na equidade salarial;
  • Treinamentos e investigações expandidas e melhoradas para recursos humanos e equipe de compliance;
  • Criação de equipes de investigação fora das unidades de negócios para dar suporte a uma maior independência;
  • Divisões reestruturadas para oferecer maior prestação de contas;
  • Processos de revisão aprimorados para incluir avaliação dos gerentes pelos funcionários;
  • Limites claros sobre o comportamento no local de trabalho, com uma abordagem de tolerância zero ao assédio e outras ações que diminuem ou marginalizam.

Por fim, a Activision Blizzard afirma que quer "um local de trabalho seguro e inclusivo, que recompensa os funcionários de modo igualitário", e está comprometida "em dar um exemplo que outros possam seguir".

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Fonte: Axios, GamesIndustry, Polygon