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Rabbit R1 usa app e sistema Android para funcionar

Por  • Editado por Wallace Moté | 

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(Imagem: Divulgação/Rabbit)
(Imagem: Divulgação/Rabbit)

Investigações de desenvolvedores e entusiastas indicam que o Rabbit R1, dispositivo que chamou atenção por rodar IA generativa para executar ações e tarefas, estaria utilizando o mesmo sistema Android de smartphones e um aplicativo para funcionar. O cenário reacendeu discussões sobre a necessidade da existência do aparelho, em vez do lançamento de um app para celulares, especialmente diante do estado inacabado do R1 e do software atestado por reviews.

Apresentado durante a CES 2024, em janeiro, o Rabbit R1 integra a leva de dispositivos focados em Inteligência Artificial, como o AI Pin da Humane, que têm buscado conquistar o espaço hoje ocupado pelos smartphones. Curiosamente, as especificações eram similares às de um celular básico ao incluir processador MediaTek Helio P35 — já usado em aparelhos como o Galaxy A04 —, 4 GB de RAM, 128 GB de armazenamento, porta USB-C para dados e recarga, Bluetooth, Wi-Fi e slot para chip SIM com 4G.

Os principais diferenciais do modelo eram o visual chamativo, desenvolvido pelo escritório de design especializado em dispositivos de áudio Teenage Engineering, além do que a Rabbit chamou de "Large Action Model" (LAM), ou Grande Modelo de Ação, em tradução livre.

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Inspirado nos Grandes Modelos de Linguagem (LLMs), o LAM seria capaz de avaliar, compreender e reproduzir ações feitas de forma repetida pelo usuário. Seria possível, por exemplo, solicitar uma viagem no Uber ou uma compra em uma loja com apenas um comando de voz.

Já na época da revelação, discussões sobre a necessidade de haver um aparelho separado em vez de um app de smartphone surgiram, com a Rabbit respondendo que quem desenvolve um app precisa "lidar com certas limitações" para "garantir que a experiência do app se adapte ao formato do smartphone e aos atuais sistemas baseados em apps", referindo-se ao Android e iOS. A companhia também afirmou querer adotar uma "abordagem diferente" para inovar.

Apesar das declarações ambiciosas, investigações feitas pelo desenvolvedor e jornalista Mishaal Rahman nesta semana mostram que o Rabbit R1 é baseado em Android, mais especificamente sua versão de código aberto Android Open Source Project (AOSP), utilizando um aplicativo para rodar os serviços de IA — quase como uma espécie de launcher rodando sobre o Android. Rahman foi capaz de extrair esse app e executá-lo em um Google Pixel 6a, tendo acesso aos mesmos recursos do R1.

Considerando a tela pequena e de baixa resolução do gadget, a interface ficou dimensionada para uma porção limitada da tela do Pixel 6a. Os botões de volume substituíram a roda de navegação, enquanto o botão de energia assumiu o lugar do botão de confirmação. Como as funções de IA são executadas na nuvem, o celular modificado acabou bloqueado de acessar os servidores da Rabbit, que não reconheceram o aparelho como um R1.

Respondendo à descoberta de Rahman, a empresa confirmou que bloqueou o acesso de "emuladores de apps e sites não oficiais" e afirmou que "o rabbit OS [o sistema do R1] e o LAM rodam na nuvem com modificações de firmware de baixo nível bastante personalizadas, e assim um APK bootleg sem os endpoints [os dispositivos que se conectam à nuvem] adequados não serão capazes de acessar [os serviços da Rabbit]. O rabbit OS é customizado para o R1 e [a Rabbit] não oferece suporte a dispositivos de terceiros".

Em resumo, o comunicado de linguagem complexa basicamente confirma que o R1 roda Android, e que está usando um app para acessar o LAM e os serviços da Rabbit na nuvem. Isso não é um problema em si, como o próprio Mishaal Rahman destaca, mas abre margem para questionar as justificativas da existência do aparelho, ainda mais quando colocamos na conta o estado inacabado relatado por diversos reviews e o preço um tanto salgado de US$ 199 (cerca de R$ 1.040 na cotação atual).

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Fonte: Android Authority