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Review | Testamos os fones profissionais com DNA brasileiro da Xtreme Ears

Por| 31 de Janeiro de 2020 às 15h25

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Luciana Zaramela/Canaltech
Luciana Zaramela/Canaltech

Fones de ouvido com DNA brasileiro: você conhece representantes de marcas nacionais? A gente resolveu redescobrir esse mercado e mostrar aos audiófilos, entusiastas, músicos (profissionais e amadores) e até aos usuários menos exigentes, mas que amam encher o dia a dia de música, que o Brasil, graças à sua diversidade e pluralidade de estilos, tem empresas de peso quando o assunto é música misturada com tecnologia.

Este review faz parte de um especial sobre o assunto, e é a segunda parte da nossa matéria sobre a Xtreme Ears — empresa de renome entre artistas, produtores e apreciadores de um som cristalino e superdefinido aqui no país. Como não basta só falar de mercado, testei três modelos da empresa (um deles, inclusive, lançamento com pioneirismo na categoria) para dar um parecer sobre a qualidade e a praticidade desses fones de ouvido.

Em suma: a Xtreme Ears está há mais de 10 anos no mercado nacional e trilhando um caminho cada vez mais sólido aqui no Brasil — e lá fora, também. Ela conta atualmente com 4 produtos na linha universal e 8 modelos na linha de personalizados. "A linha universal foca em aliar a qualidade e conforto do design anatômico e ajustável a preços acessíveis e para um público mais amplo. Na linha PRO, temos 8 modelos, compostos por 2 até 12 drivers, incluindo o Xtreme Hybrid", conta André Goldstein, cofundador da empresa, ao Canaltech.

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A marca é bem famosa no meio artístico, aliás. Vários cantores e instrumentistas famosos endossam os fones da Xtreme e usam durante os shows como retorno. E se até o Ed Motta — exigente do jeito que é — gostou, é sinal de que o Brasil está produzindo produto premium de verdade.

Durante várias semanas, eu testei três modelos do portfólio da empresa, especializada em fones in-ear: o Stage, o Stage Hybrid e o Hybrid (personalizado para meus ouvidos), que possuem propostas diferentes. Todos são fones de ouvido in-ear profissionais produzidos aqui no Brasil, com alguns componentes importados.

Como são cabeados, testei todos os modelos usando uma interface de áudio Scarlett, da Focusrite, para ouvir música. Também fiz o teste usando retorno para fones em estúdio, para contrabaixo e sintetizador.

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Sem mais delongas, conheça agora três modelos da marca: Xtreme Stage, Xtreme Stage Hybrid e Xtreme Hybrid personalizado!

Xtreme Stage

O modelo de entrada da Xtreme Ears é um fone universal, que traz especificações para músicos e amantes da música que precisam de qualidade e valor acessível. Ou como a própria fabricante diz, pode ser uma opção reserva para quem já conhece e usa outros modelos mais parrudos da marca.

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Mais simples, ele traz apenas um microdriver dinâmico de neodímio, com 117 dB de sensibilidade e impedância de 16 ohms a 1 kHz, atuando em uma frequência de resposta de 20 Hz a 17 kHz. É um fone construído para atender a músicos que estão começando sua vida nos palcos e precisam de monitoramento em tempo real de qualidade.

Uma característica dos fones da Xtreme Ears é que todos possuem um cabo destacável da cápsula, que por sua vez conta com um conector micro miniatura coaxial (MMCX) — banhado a ouro. Na caixa, você conta com mais opções de ponteiras para trocar e conseguir o melhor selamento/isolamento passivo, em condutos P, M ou G.

O Stage é um fone bem levinho, já que a cápsula é feita em plástico e os demais componentes não pesam nem incomodam. É gostoso de usar, aliás: você passa o fio sobre a orelha, direciona o cabo por trás do pescoço, pluga no retorno do seu instrumento ou fonte sonora (seja uma placa de áudio, um celular, um amplificador de guitarra ou um direct box) e aí só vai.

Ele vem nas cores transparente, preta e fumê. Recebi o modelo na cor transparente.

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Como é o som


Quanto à sonoridade, dada essa frequência de resposta do modelo, temos um perfil bem mais concentrado em médio-graves e médios (com ênfase na faixa de 200 Hz a 1 kHz), e agudos bem comportados. Este modelo possui um perfil sonoro diferente, sem aquela tradicional "pimpada" nos graves e agudos, o que a galera que consome música no dia a dia pode achar estranho, por não ser um fone V-shaped — definitivamente. O som chega de maneira bem neutra, linear e definida em todas as frequências, algo bom para monitoramento, mas não muito legal para o usuário comum que quer ouvir suas músicas no metrô, por exemplo.

Testei o modelo em duas situações: ouvindo música/monitorando gravações no Logic Pro X e tocando em estúdio.

Ouvindo música: com graves cheios, mas recuados e não contundentes, ouvir um som mais voltado para o funk ou disco é bacana, já que o modelo é voltadíssimo para os médios-graves, mas existe aquela falta de "poderio" nos baixos. Aliás, contrabaixo, bumbos, kicks das batidas eletrônicas e vocais mais graves soam bem no Stage, mas não se destacam. A gama média é superdefinida, e pianos, sintetizadores, violões, guitarras, vocais, violinos chegam à frente com uma clareza incrível. Monitorar trilhas de instrumentos nessa faixa de frequência com esses fones é uma delícia, inclusive recomendado para uso em home studio — porque não vão te dar aquele senso perdido de graves acima da média na pré-produção e meio "miados" na pós: ele é bem equilibrado.

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Mas o que mais me chamou a atenção foram os agudos. Não por superênfase, mas sim por serem muito bem comportados e ao mesmo tempo presentes. Pela frequência de resposta do modelo, eu já imaginava algo nesse sentido: ele não chia. Não sibila, não frita em chimbais e percussão e nem irrita. Mas os agudos existem e captam bem sussurros, percussões, notas mais altas da escala do piano e do violão, por exemplo, e vocais femininos e infantis, sem arder. O destaque do Stage vai para vocais, sempre muito definidos. Então, em suma, é um fone bem mais voltado para músicos que para o usuário comum (que, geralmente, adora graves).

No estúdio: testei o Stage em sessions diferentes, tocando teclado (sintetizador) e contrabaixo. Por ser um fone universal e "rápido", por assim dizer, é só tirar do case, espetar no seu equipamento e começar a se ouvir. Pessoalmente, gosto de equalizar o contrabaixo com mais médios, menos graves, em um som mais "warm" à la Jaco Pastorius. Corto todos os agudos e abro a captação da ponte todinha. Então, para isso, caiu como uma luva: pluguei o fone no direct box e também no retorno de ouvido e obtive ótima experiência nos dois casos.

Já no sintetizador, gostei bastante do fato de esse fone entregar médios muito lineares, quando solando nas oitavas centrais e mais altas. Isso te deixa passear pela escala do instrumento sem ter que ficar mexendo no volume porque agudos estourariam ali, ou faltariam graves aqui. É calibrar o volume do seu jeito, poucas vezes, e meter a cara no palco ou no estúdio de gravação. Super flat, e quem gosta de som neutro, pode investir no modelo sem medo. Você vai ouvir um som bastante próximo ao que seu instrumento produziria em uma fonte sem equalização, como monitores de referência, por exemplo. Para quem gosta de um pouco de ênfase nos graves, entretanto, não vai dar muito certo, porque o fone não dá essa pressão.

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Preço e onde comprar

São fones leves, muito confortáveis, que eu usaria um dia inteiro — dentro e fora do estúdio, aliás. Eles saem a R$ 350 às vista (ou R$ 390 em até 3x direto com a Xtreme) e podem ser adquiridos tanto no site oficial da Xtreme quanto em e-commerces parceiros, geralmente do grupo B2W (Americanas, Shoptime e Submarino) e na loja oficial pelo Mercado Livre.

Xtreme Stage Hybrid

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Temos aqui um modelo mais "responsa": o Stage Hybrid já vem em seu formato de ajuste universal (com ponteiras, aquele tipo de fone que você pode "emprestar" para um amigo) e é um modelo bem superior ao Stage, contando com dois microdrivers: um de armadura balanceada e um dinâmico, entregando um som diferente do modelo de entrada da marca.

Ele também tem cabo removível. A cápsula conta com um conector micro miniatura coaxial (MMCX) banhado a ouro. Na caixa, você pode escolher entre mais opções de ponteiras para trocar e conseguir o melhor selamento/isolamento passivo, somando três tamanhos: P, M e G.

Exceto pelo fato de trazer dois microdrivers, suas especificações de resposta, sensibilidade e impedância são similares às do Stage, embora melhores. Ele ganha em agudos, com frequência de resposta que vai de 20 Hz a 18 kHz, com sensibilidade de 117 dB e impedância de 16 ohms a 1 kHz.

O fone é chamado de híbrido exatamente por trazer duas tecnologias sonoras em um modelo só: um driver de armadura balanceada, que entrega muito bem frequências médias e altas, e um driver dinâmico de neodímio, com excelente resposta às baixas frequências. A impressão que eu tive desse fone ao compará-lo com o Stage é de mais ganho, pressão e potência, apesar de ambos serem próximos em termos de specs. Agradeça à armadura balanceada, que o torna superior em todos os sentidos: principalmente nos detalhes, na profundidade e na clareza — em todas as faixas de frequência. Tirando todo o tecniquês, temos bem mais feeling, versatilidade e musicalidade com o modelo híbrido, enquanto o Stage é mais voltado para palco e mais focado em médio-graves e médios.

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Como é o som

Assim como fiz com o Stage, testei o Stage Hybrid universal em dois "ambientes": em casa, ouvindo música e monitorando gravações no Logic, para depois partir para o estúdio, em ensaios com contrabaixo e sintetizador. E já adianto que este é um modelo mais interessante que o primeiro.

Ouvindo música/monitorando gravações: a frequência que mais se destaca é, sem dúvidas, a baixa. Os graves soam muito cheios e com aquele impacto que vai agradar não só os produtores e músicos no palco, mas também a galera que quer um fone extremamente detalhado e responsivo para ouvir música em casa — e até no celular, se ele tiver o conector de 3,5 mm. No Hybrid, os subgraves também chegam, porém com menos força (o que considero algo excelente, já que, para meus ouvidos, muito ganho em subgraves é desanimador), enquanto médios são uma frequência tratada com muito carinho por estes fones. É claro: como costumo dizer, no meu entendimento, é a frequência mais importante de todas, pois nela estão concentrados os instrumentos de destaque da grande e esmagadora maioria das músicas, e ter um cuidado com ela tanto na gravação quanto na mixagem dá a liga que é essencial para que graves e agudos não soem mirrados ou deslocados lá para o fundo. Os agudos, aqui, são os mais "tímidos", por assim dizer, mas sem deixar de lado a nitidez, o brilho e a excelente presença. Acho que é um fone pau-para-toda-obra, já que ele se comporta muito bem em diversos estilos: samba, pop, sertanejo, funk, rock, metal, pagode, bossa, disco, soul, blues, jazz, fusion… apesar de fazer um som mais com um pé no jazz-fusion, testei ouvindo de tudo e gostei bastante do resultado.

Usando o Hybrid como retorno no contrabaixo, o som que vem é bem mais redondo e agradável que o do Stage, inclusive se você, músico, gosta de equalizar seu instrumento com mais poder de baixas frequências. Não é o meu caso, mas os dois drivers fazem muita diferença em TODAS as frequências, não só nas graves. E se ouvir com o Hybrid enquanto você grava ou toca ao vivo é bem legal. O ganho não te deixa superfocado na sua bolha musical, já que o selamento passivo deste fone é voltado para que isso não aconteça: você tem um retorno excelente, enquanto ouve seus colegas de banda e não se destoa deles por "viajar demais". Também, você não se perde porque a moçada tá empolgada no volume: o ganho é bem bacana e você vai se ouvir sim, mesmo se o pau estiver quebrando ao seu redor.

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No sintetizador, comparando com o Stage, são outros quinhentos. A potência de efeitos mais graves, nas escalas mais baixas do teclado, te dão aquele frio gostoso na barriga na hora de executar uma base ou um riff. Em órgãos e sínteses, achei sensacional, porque seja como base ou solo, você sente sua parte bem cheia na música. O peso para pianos, principalmente elétricos, também é muito bacana e não deixa o som magrinho: preenche muito bem e você se ouve tranquilamente enquanto a banda toda executa um crescendo ao seu redor. Apesar de não ter o equilíbrio tonal do Stage, o Hybrid ganha em graves, médios e agudos por tratar todas essas frequências com uma dose maior de definição e ganho. Espetei o Hybrid direto na saída do teclado e usaria ele com tranquilidade nas minhas gigs — não incomoda e você nem sente que está usando fones.

Preço e onde comprar

O Stage Hybrid também é vendido no site oficial da Xtreme Ears. Ao clicar em "Comprar", você é redirecionado a uma página com um formulário. Basta preencher e enviar os dados para que a equipe comercial entre em contato para facilitar a encomenda. Como todos os fones universais da marca, ele também é vendido no e-commerce (Americanas, Submarino, Shoptime e Mercado Livre). À vista, sai por R$ 650. Parcelado, são R$ 740 em até 10x.

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Xtreme Hybrid Personalizado

Teoricamente, temos aqui quase o mesmo fone que testei acima, porém com um "pequeno" diferencial: além de eu poder emprestar esse modelo para ninguém, porque ele foi moldado para os meus ouvidos (e ouvido é que nem impressão digital: se achar um no mundo com o mesmo formato do seu, é uma chance e um milhão), ele vem com um driver dinâmico maior, de 8 mm, contra o de 6 mm do Xtreme Hybrid. Aliás, acho legal falar um pouco sobre como funciona a confecção de um fone desse tipo, e por que vale a pena ter um. Segundo a Xtreme Ears, esse modelo é o pioneiro no país ao unir essas duas vantagens: ter dois drivers e poder ser personalizado.

Para se ter um fone exclusivamente seu, moldado ao seu ouvido, é preciso realizar alguns procedimentos depois que você escolher o modelo desejado. Seja você de São Paulo ou não, é necessário fazer um molde de seus ouvidos em uma clínica de fonoaudiologia parceira da lojaj (tem em várias cidades) ou centro auditivo de sua confiança, para, depois, enviar à Xtreme o pré-molde: é um material feito a partir de um silicone denso, tipo aqueles que os dentistas usam para moldar arcadas dentárias. O fonoaudiólogo coloca uma massa nos seus ouvidos, espera um tempinho para ela endurecer e saca o "modelo", que é a cópia negativa do seu canal auditivo e parte da orelha. É rápido, indolor e permite copiar exatamente cada curva e dobra da sua orelha e do seu ouvido — respeitando, claro, a região do tímpano.

Depois de enviado o pré-molde, você pode escolher como quer personalizar seu fone. São mais de 20 cores disponíveis, além dos diversos efeitos e detalhes, como aço escovado, pedrarias, madeira, glitter, fibra de carbono e até mesmo uma logomarca personalizada, impressa no faceplate. Escolhi fazer o meu de uma maneira bem sóbria: cápsula transparente, faceplate fumê com a logo da XE. E ficou bem bonito.

Quando tudo estiver nos conformes, seu fone partirá para um delicado processo artesanal, que vai da escolha de cada componente, todos importados, até as diferentes combinações entre eles — e isso funciona para qualquer fone personalizado da marca (é o caso da linha XE/PRO da Xtreme Ears, com modelos de 1 até 12 micro drivers).

Escolhi o meu com a cápsula transparente, o faceplate fumê e a logo da XE nos dois lados. Eles colocaram meu nome na parte interna em azul (ouvido esquerdo) e vermelho (ouvido direito), o que é legal em caso de vacilos — se você esquecer os fones onde foi tocar, vão saber de quem é.

"E a personalização não fica por aí. É possível escolher o acabamento externo (cápsula + faceplate), entre mais de 20 cores, diversos detalhes, como cristais, swarovski, glitter, madeira, aço escovado, fibra de carbono e opções acrílicas com cores que se adaptam a diversos tons de pele, proporcionam um aspecto discreto para quem não quer deixar o fone evidente. Também é possível incluir logomarca pessoal, gravada em relevo no faceplate, sendo que cada lado pode ser configurado esteticamente de uma maneira única. Por exemplo, muitos músicos escolhem colocar a logomarca pessoal em um lado do fone e a logomarca da banda no outro lado", garante André Goldstein, cofundador da empresa.

Se, por acaso, o fone chegar até você e não ficar 100% adaptado, aí você pode entrar em contato com a fabricante para entender onde está o problema: a orientação que o cliente preencha o formulário que consta no site da Xtreme Ears, na seção de Fale Conosco -> Manutenção e garantia. Então, um dos técnicos operacionais da empresa entrará em contato. Nesse mesmo formulário também tem os telefones para contato, caso o cliente prefira dessa forma.

Qualquer desajuste precisa ser avaliado, a princípio por foto, pois pode ser simplesmente a forma que a pessoa está encaixando o fone nos ouvidos, até pequenos acertos, como, por exemplo, um banho de verniz pra ajustar melhor, fazer um pequeno ajuste no conduto, entre outros.


O moldado incomoda?


Muita gente acha que, por ser um fone sem a ponteira de silicone, tradicionalmente usada em buds in-ear, o contato direto da resina acrílica com o canal auditivo vai incomodar pacas. É, incomodaria mesmo, se o fone não fosse… moldado. É tirada uma cópia da anatomia dos seus ouvidos para confeccionar os fones, e por esse motivo, não há como sentir dor: os fones só têm uma maneira de encaixe perfeito, e é por isso que ele são exclusivamente seus. Nem se forem roubados, poderão ser revendidos, simplesmente porque não servirão em outras pessoas e, portanto, ninguém vai querer comprar.

A porção que se insere no seu canal auditivo não incomoda, mas chega em um nível profundo o suficiente para que o fone entregue, com clareza, todas as frequências da melhor forma e sem vazamentos. Afinal, fones moldados e personalizados são mais fiéis que fones universais, pois se encaixam perfeitamente aos ouvidos, oferecendo vedação completa tanto no canal do ouvido quanto na orelha. Fica ajustadíssimo e isso é a cereja do bolo.

“Tem canal auditivo que é muito cheio de curvas. Neste caso, um fone convencional pode direcionar o som para a parede do ouvido e o resultado é um aspecto sonoro abafado. O fone sob medida garante que o som vá direto para a membrana timpânica”, explica a fonoaudióloga Carla Tonelini.

Durante o uso, é possível passar horas com os fones e sentir zero incômodo. Esteja ele plugado no seu equipamento de áudio, no seu retorno de palco, no seu smartphone. É um fone cabeado, voltado a usuários mais exigentes, com alta definição. Muito leve, aliás.


Como é o som

Bem parecido com o Hybrid universal em perfil sonoro, o Hybrid personalizado é uma opção que leva vantagem sobre ele pelo fato de ser moldado e ter mais ganho. O som simplesmente não vaza e, ao ouvir ou monitorar, você não perde frequência para o ambiente. Do subgrave aos agudos acima de 15 kHz, você tem tudo só para você — literalmente.

Nos testes ouvindo e monitorando música, a impressão que eu tive foi positivíssima: com precisão e naturalidade, o fone híbrido faz toda a diferença em relação aos de apenas um driver dinâmico. Os graves são fortes e presentes, e são a frequência que mais aparece nos fones. Até mesmo os subgraves das músicas eletrônicas chegam com profundidade aos ouvidos. O contrabaixo, o surdo, o bumbo e os efeitos graves de batidas eletrônicas chegam com pressão, sem atropelar as frequências vizinhas. As frequências médias existem e são muito bem tratadas pela Xtreme, e neste modelo, estão levemente recuadas em relação aos graves, porém muito detalhadas: solos de teclado e guitarra, caixa da bateria, vocais, bases e instrumentos de sopro soam muito, mas muito claros e respeitando-se entre si. Aquela base de guitarra lá no fundo da mix, que você custa a ouvir em fones com médios recuados demais, aparece legal e você encontra detalhes que não encontraria usando modelos mais comerciais. As frequências agudas são as mais comportadas do Hybrid, mas também estão lá em cima: chimbais, percussões, vocalizações sibilantes, riffs e solos em escalas altas, vocais femininos e infantis, palmas, estalados, efeitos agudos, cuíca… tudo é muito bem entregue com total definição, alto nível de detalhamento, brilho e presença. Há um respeito muito bacana entre todas as frequências, aliás. Você não sente o fone "embolar" nenhuma delas.

Tocando em estúdio: usando o Hybrid como retorno para ambos os instrumentos em ensaios e gigs, a impressão que tive foi bem próxima à que senti monitorando gravações e ouvindo música. No teclado, que explora mais as frequências, tive o melhor resultado entre os três modelos testados. Mesmo usando efeitos gordos, sons guturais, solos "fininhos" ou simplesmente usando timbres de órgão, piano e piano elétrico: tudo soou com bastante fidelidade ao que eu gostaria de ouvir em uma mix, por exemplo. E com destaque para efeitos panorâmicos (trêmolo stereo).

No contrabaixo, a mesma coisa: mesmo que eu não seja muito fã de frequências agudas no meu som — exceto para slap —, consegui me ouvir com bastante clareza e sem perder ganho de retorno para a banda. Estejam o baterista e o guitarrista competindo para ver quem toca mais alto (brincadeiras à parte), ouvir-se com definição é uma necessidade de qualquer músico em palco ou em estúdio. Graves cheios, médios muito, muito bons e responsivos, e agudos "espertos", mas não pungentes. Ouvir seu slap em um fone híbrido durante a gig é uma delícia.


Preço e onde comprar

Você pode iniciar sua compra direto pelo site da Xtreme Ears. Como é um fone moldado, é só por lá que você vai conseguir confeccionar o seu — apesar de o formulário funcionar para qualquer modelo ou acessório vendido no site. Basta preencher os dados que a equipe entrará em contato para vocês combinarem onde moldar, cores da cápsula e do faceplate e demais "frufrus" para enfeitar seu fone. O modelo sai a R$ 1.100 à vista ou R$ 1.200 em até 10x — já contando personalização básica e logo de sua escolha.

Demais produtos com DNA brasileiro

Além dos modelos que já testamos, a empresa conta com um catálogo rico em variedade em fones, acessórios e atenuadores de som.

Além da linha de fones universais, há ainda a linha XE/PRO de fones in ear personalizados. Quanto aos acessórios, eles também disponibilizam cabo removível, cápsulas desumidificadoras, caixa Pelican 1010, ponteiras e suit kit para troca de filtros rápidas para os modelos Xtreme One e Xtreme One Plus. A empresa dá garantia e também conta com profissionais para consultoria no pré e pós venda.

A Xtreme completa 10 anos em 2020 e, em entrevista ao Canaltech, Goldstein deu notícias de novidade em primeira mão:opróximo lançamento é um fone da linha universal com driver único de armadura balanceada, o SOLO. "Esse fone já é o favorito de alguns na empresa, com um som único na linha universal — bem balanceado e detalhado", completa. E finaliza com suspense: "Também vem novidades na linha PRO. Contamos assim que saírem do forno".

Para conhecer mais sobre a empresa, acesse o site oficial.

A série especial sobre fones Made in Brazil está só começando! Fique ligado aqui no Canaltech para mais novidades sobre empresas e produtos com DNA verde e amarelo. Acredite: tem muita coisa boa produzida em nosso solo.