Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Especial: Xtreme Ears conta como é o mercado de fones Made in Brazil

Por| 29 de Janeiro de 2020 às 19h00

Link copiado!

Luciana Zaramela/Canaltech
Luciana Zaramela/Canaltech

Você tem ideia de quantos fones de ouvido são produzidos no Brasil? Ou conhece alguma marca 100% brasileira que constrói e vende fones de qualidade — tanto em solo nacional quanto no exterior? É para trazer à tona a existência desse mercado que o Canaltech dá início a uma série de entrevistas especiais com gigantes do setor do áudio nacional, que estão despejando toda sua expertise e paixão pela música em modelos que se tornaram referência dentro de seus nichos.

Algumas são startups. Outras têm anos de chão. Mas o resultado converge para o mesmo ponto: nesta série de matérias, nós te convidamos a desbravar um caminho que todo amante brasileiro de música vai adorar conhecer: o mercado nacional de fones de ouvido!

Para começar, a gente conversou com um dos executivos que fazem a roda da Xtreme Ears girar. A empresa é pioneira em fones de ouvido personalizados e a primeira fabricante de fones in-ear aqui no Brasil.

De entusiastas a artistas: Xtreme Ears mostra a que veio

Continua após a publicidade

Andreas Kisser. Baby do Brasil. Caetano Veloso. Chico Buarque. Criolo. Ed Motta. Elba Ramalho. Frejat. Iza. Mano Brown. Michel Teló. Milton Nascimento. Wesley Safadão. Apesar dos diferentes estilos, todos esses nomes levam algo em comum na orelha: se você reparar bem durante apresentações ao vivo, verá que eles usam um tipo de fone de ouvido diferente, que se encaixa na orelha como se fosse um ponto eletrônico, com um visual que foge dos tradicionais AKG, Koss ou fones in-ear pré-fabricados que aparecem nos shows.

Essa galera usa os fones moldados da Xtreme Ears, uma empresa que está há mais de 10 anos no mercado nacional e trilhando um caminho cada vez mais sólido aqui no Brasil e lá fora.

Os fones são confeccionados de maneira artesanal, através de um processo minucioso. A empresa conta com consultoria personalizada para que o músico ou apreciador encontre o fone perfeito para suas necessidades — começando com um levantamento de informações pessoais e de gostos musicais até testes em palco dos fones in-ear. "Tudo isso pra você que não quer apenas ouvir música, mas sentir, inspirar, vivenciar nos mais nítidos detalhes", conforme a empresa mesmo ressalta.

Continua após a publicidade

Além de ter assistência técnica nacional, o que destaca a companhia no mercado é a relação próxima com músicos e técnicos, e isso gera grandes parcerias com os artistas. São eles os responsáveis pelos feedbacks e ajustes que fazem do produto final um equipamento único. E foi assim que a Xtreme Ears entrou e fincou suas raízes no mercado brasileiro.

O que não podemos deixar de deixar claro, aliás, é que por mais difícil que seja adentrar em um mercado de nicho no Brasil, principalmente na atualidade, é que a nossa diversidade está do nosso lado: o país produz talentos incríveis que conseguem fazer a música nacional ser reconhecida mundialmente como estado da arte. Existem expoentes brasileiros em vários estilos musicais. E é nessa pegada que a turma da Xtreme Ears faz o seu trabalho.

A gente conversou com André Goldstein, engenheiro especialista em acústica e sócio-fundador da companhia, para entender melhor como é ser uma empresa de fones de ouvido no Brasil e quais os planos dela para o futuro.

Continua após a publicidade

Canaltech: 10 anos de Brasil. Como foi sair das empresas de áudio gringas para investir em um segmento nichado em um país rico em musicalidade, mas com mercado tão desafiador?

André Goldstein: A experiência do sócio-fundador em empresas de áudio nos Estados Unidos plantou as raízes da Xtreme Ears em um solo de alta competência técnica e de qualidade, o que a destacou no mercado. Essa posição diferenciada pode ser ilustrada pelo pioneirismo da empresa em diversos produtos e tecnologias, como o primeiro fone in ear profissional pré-moldado e customizável projetado e produzido no Brasil, o XE2/PRO, lançado em 2010. Essa vanguarda se repetiu nos lançamentos dos modelos com 6, 8 e 12 microdrivers, respectivamente, o XE6, XE8 e XE12. E, mais recentemente, com os fones híbridos, que integram o microdriver dinâmico e de armadura balanceada, além da excelente relação custo x benefício da linha universal. O entendimento e a adaptação da empresa à realidade do mercado nacional é um desafio que nos motiva diariamente a melhorar nossos serviços e portfólio — o que é possível graças ao contato próximo com o músico profissional, que representa muito o nosso segmento de clientes.

CT: Vocês são a primeira fabricante nacional de fones in-ear. O que vocês consideram como principal diferencial da marca?

AG: A principal motivação da empresa, desde sua criação, sempre foi ajudar o profissional da música a resolver, definitivamente, as dificuldades com o retorno de palco. Isso direciona o nosso foco para a qualidade técnica do produto, que se reflete na preocupação com a qualidade de cada componente, em um processo de construção praticamente artesanal, pois cada detalhe faz a diferença aos ouvidos exigentes do nosso público. Na mesma linha, isso se reflete no atendimento próximo, como uma consultoria especializada, buscando entender a necessidade e estilo de cada cliente, a fim de recomendar o produto que o atenda com satisfação, seguindo dessa forma também no pós venda. Ou seja, acredito que seja a combinação entre qualidade e precisão técnica e atendimento personalizado e dedicado — inclusive, com assistência local.

Continua após a publicidade

CT: Vemos vários artistas renomados endossando os fones da XE. O pessoal da técnica também elogia muito a marca. Os produtos são voltados apenas para músicos/produtores profissionais ou entusiastas e audiófilos também podem se beneficiar dos fones (pré-fabricados e personalizados)?

AG: A Xtreme começou focada em atender o mercado profissional, técnicos e músicos/produtores, e o fato de ser uma marca nacional, o que garante a segurança de assistência e suporte no Brasil, foi essencial para nos consolidar nesse segmento, que precisa desse dinamismo, assim como esse comprometimento com a qualidade técnica, sobre a qual já falamos, que faz parte do nosso DNA, até pela origem da empresa e trajetória profissional e acadêmica de um dos fundadores, ​que é mestre em Engenharia Mecânica com especialização em acústica e Doutor em acústica pela Virginia Tech, nos Estados Unidos.

O resultado dessa combinação naturalmente atraiu os entusiastas e audiófilos que, apesar de não utilizarem o fone de forma tão intensa, também buscam a melhor qualidade de som e conforto. Mas a linha de fones universais mostra que temos diversidade para atender também ao usuário comum, que aprecia precisão e conforto para ouvir suas músicas durante atividades de rotina, como exercícios e afins.

CT: A Xtreme Ears atua fora do Brasil?

Continua após a publicidade

AG: Atuamos sim, em geral, por indicação. Já temos fones Xtreme Ears passeando pelos palcos americanos e europeus.

CT: Quantos/quais produtos estão no portfólio de vocês? Há novidades no forno para 2020?

Atualmente temos 4 produtos na linha universal e 8 modelos na linha de personalizados. A linha universal foca em aliar a qualidade e conforto do design anatômico e ajustável a preços acessíveis e para um público mais amplo. Na linha PRO, temos 8 modelos, compostos por 2 até 12 drivers, incluindo o Xtreme Hybrid.

Continua após a publicidade

A Xtreme completa 10 anos em 2020 e, com certeza, vem novidade. EM PRIMEIRA MÃO: o nosso próximo lançamento é um fone da linha universal com driver único de armadura balanceada, o SOLO. Esse fone já é favorito de alguns na empresa, com um som único na linha universal — bem balanceado e detalhado.

Também vem novidades na linha PRO. Contamos assim que saírem do forno.

CT: Como funciona o processo de fabricação dos fones? Conta um pouco pra gente sobre o que acontece entre o molde e o despacho do fone para o cliente.

AG: São várias etapas que, combinadas, resultam em um produto único para cada cliente! Para garantir satisfação máxima, recomendamos uma conversa com nossos consultores de vendas para identificar o modelo que mais se adequa às necessidades e gosto. O nosso portfólio é amplo justamente para poder atender ao maior número possível de clientes, com sua peculiaridades, pois sabemos que, na verdade, a audição tem muito de subjetividade.

Continua após a publicidade

Depois, é necessário definir os detalhes de customização (no caso dos modelos personalizados), que incluem cor de cápsula, cor de faceplate, acabamento de faceplate e logomarca customizada (ou não), além dos pré-moldes do canal auditivo.

Os pré-moldes precisam ser preparados para fazermos a cápsula (onde serão inseridos os componentes do modelo escolhido pelo cliente).

Se a logo for personalizada, é preciso o arquivo em formato corel draw para que nosso pessoal possa adaptar a arte para o tamanho correto e aplicação no faceplate.

Quando todas as etapas necessárias são realizadas, o fone entra em linha de produção.

Continua após a publicidade

CT: O quão personalizável pode ser um fone da marca?

AG: Quando o assunto é pessoalidade, a Xtreme Ears vai além, com a linha de fones de retorno in ear personalizados XE/PRO, que conta com ​oito ​modelos: ​XE2/PRO​, ​XE3/PRO​, ​XE4/PRO​, XE5/PRO, ​XE6/PRO​, ​XE8/PRO e ​XE12/PRO e Xtreme Hybrid. Todos são feitos a partir do pré-molde do ouvido do cliente, coletado por um fonoaudiólogo.

E a personalização não fica por aí. É possível escolher o acabamento externo (cápsula + faceplate), entre mais de 20 cores, diversos detalhes, como cristais, swarovski, glitter, madeira, aço escovado, fibra de carbono e opções acrílicas com cores que se adaptam a diversos tons de pele, proporcionam um aspecto discreto para quem não quer deixar o fone evidente. Também é possível incluir logomarca pessoal, gravada em relevo no faceplate, sendo que cada lado pode ser configurado esteticamente de uma maneira única. Por exemplo, muitos músicos escolhem colocar a logomarca pessoal em um lado do fone e a logomarca da banda no outro lado.

Xtreme Ears na prática

Continua após a publicidade

Além dos fones, a marca também dispõe de acessórios que melhoram a experiência com os fones e ainda prolongam sua vida útil. Dentre eles, você encontra de cabo removível, cápsulas desumidificadoras, caixa Pelican 1010, ponteiras e até suit kit para troca de filtros rápidas para os modelos Xtreme One e Xtreme One Plus. Aliás, cuidar da audição é algo que também vai além dos fones: a empresa fabrica atenuadores para dar aquela aliviada nos ouvidos, excelente para quem vive uma vida em altos decibéis.

Para garantir que o cliente tenha o seu aparelho ideal, a Xtreme Ears também conta com profissionais experientes que prestam uma verdadeira consultoria, independente do local onde você está no Brasil. O site é completo, detalhado e traz uma sessão de troca de ideias para antigos e novos clientes agendarem suas consultorias.

Durante várias semanas, eu testei três modelos do portfólio da empresa: o Stage, o Stage Hybrid e o Hybrid, este último personalizado para os meus ouvidos. Todos possuem propostas diferentes. E todos são fones de ouvido in-ear profissionais produzidos aqui no Brasil.

Continua após a publicidade

Como são cabeados, testei todos os modelos usando uma interface de áudio Scarlett, da Focusrite, para ouvir música. Também fiz o teste como retorno em studio, para contrabaixo e sintetizador. Mas isso é assunto para um review detalhado, que sairá em breve aqui no Canaltech.