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Creative Aurvana Ace é primeiro fone TWS a usar novo driver MEMS

Por| Editado por Wallace Moté | 09 de Novembro de 2023 às 10h15

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(Imagem: Reprodução/Creative)
(Imagem: Reprodução/Creative)

Mais conhecida pelos sistemas de som e placas de áudio Sound Blaster, ainda que tenha uma linha completa de fones, a Creative anunciou nesta quinta-feira (9) os primeiros earbuds TWS do mundo a apostar em uma nova tecnologia de reprodução de som, os Aurvana Ace e Ace 2. A principal novidade dos lançamentos é a adoção do driver MEMS, cujos maiores benefícios incluiriam uma resposta de frequência extrema, menor distorção, tamanho reduzido e durabilidade turbinada frente a outros drivers.

O que é o driver MEMS?

Antes de discutir a inovação dos drivers MEMS, é preciso lembrar brevemente o funcionamento de um dispositivo de áudio. O som é um tipo de onda mecânica, o que de forma resumida significa que é gerado a partir da movimentação de um componente, sendo então propagado no ar até chegar aos nossos ouvidos. O método usado por eletrônicos é a adoção de drivers (ou transdutores, em português), que convertem um sinal elétrico e fazem uma membrana, o chamado diafragma, vibrar e assim emitir áudio.

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Há uma variedade de drivers diferentes, com pontos fortes e fracos, apropriados para diferentes tipos de aparelho. No caso dos fones de ouvido TWS, os mais comuns são os drivers dinâmicos e os drivers de armadura balanceada.

Os dinâmicos combinam uma bobina de cobre com um ímã instalados por trás do diafragma, fazendo-o vibrar com mudanças de polaridade. Já os de armadura balanceada adotam uma armadura de metal posicionada de forma balanceada entre os polos positivo e negativo de um ímã (a razão por trás do nome) que vibra conforme há mudança na corrente elétrica, enviando a vibração para o diafragma instalado em outra área da estrutura.

Por sua vez, apesar de serem tratados como uma grande inovação, os drivers MEMS (Micro-Electromechanical System, ou Sistema Microeletromecânico em tradução livre) não são exatamente uma novidade. Quem acompanha de perto tecnologias de microfone sabe que o sistema já é adotado para captação de áudio — no fim das contas, o processa de reproduzir ou captar sons é o similar, mudando apenas a ordem. Sendo assim, era questão de tempo até que engenheiros preparassem o MEMS para adoção em fones e outros aparelhos.

Seu funcionamento lembra um pouco as soluções de armadura balanceada, mas há menos complexidade e maior precisão: o diafragma é composto de uma fina membrana de silício com o atuador (a peça que a faz vibrar) integrado. Conforme a corrente elétrica atravessa o componente, a membrana vibra gerando o som.

A solução é hoje desenvolvida principalmente pela companhia norte-americana xMEMS, que possui uma variedade de drivers MEMS pensados para diferentes aplicações. No caso dos fones da Creative, são utilizados os drivers da série Cowell, que surpreendem pelo tamanho com espessura de 1 mm, a primeira das vantagens da tecnologia.

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Segundo a empresa, outras vantagens incluem uma resposta de frequência extrema, altíssima precisão e transição ultrarrápida entre um som e outro, em virtude da forma como a peça funciona, além de maior durabilidade com aspectos como a certificação IP58, que atesta a resistência à poeira e até submersão em água. Fora isso, por serem fabricados da mesma forma que chips de celular ou computador, em vez de manualmente como os outros tipos de drivers, os MEMS tem maior grau de uniformidade.

Um dos únicos pontos fracos da solução é o nível menor de pressão sonora (SPL, ou Sound Pressure Level), unidade de medida que define as variações que as ondas de som geram no ar — basicamente o quanto o driver consegue mexer o ar. Essa limitação não é um problema em fones fechados, mas precisa ser contornada em acessórios que tragam aberturas para aplicar cancelamento ativo de ruído (ANC), por exemplo, caso dos fones Aurvana Ace. Para lidar com isso, um segundo driver deve ser utilizado.

Aurvana Ace e Ace 2 estreiam novo driver

Os Aurvana Ace e Ace 2 compartilham de boa parte da ficha técnica, havendo poucas diferenças. Combinando drivers MEMS Cowell, para frequências médias e agudas, com drivers dinâmicos de 10 mm, para os graves, os dispositivos prometem uma reposta de frequência entre 5 Hz e 40 kHz, colocando-os no patamar de fones premium Hi-Fi de alta definição. A dupla também traz ANC e cancelamento de ruído em ligações com apoio de seis microfones, motivo para o uso da dupla de transdutores.

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O design é um tanto similar ao dos AirPods Pro da Apple, com hastes que incluem comandos por toque, e há certificação IPX5 de resistência a respingos d'água e suor. A conexão é feita usando Bluetooth 5.3, com suporte aos codecs básicos SBC e AAC, além dos mais robustos aptX e aptX Adaptive da Qualcomm. As tecnologias LE Audio também são suportadas, trazendo o novo codec LC3 para transmissões que economizam bateria sem sacrificar a qualidade sonora.

Fecham o pacote a autonomia de bateria de até 24 horas, contando a carga adicional fornecida pelo estojo, e a compatibilidade com carregamento sem fio. As únicas diferenças entre os lançamentos estão no design e conectividade: o Aurvana Ace 2 é mais premium ao oferecer construção translúcida, ANC adaptativo para adequar a eliminação de ruído ao ambiente, e codec aptX Lossless, método com "qualidade de CD" que chega a superar o LDAC da Sony, antiga referência da categoria.

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Preço e disponibilidade

Os novos Creative Aurvana Ace e Ace 2 entram em pré-venda nos EUA nesta sexta-feira (10), com preços sugeridos de US$ 130 (~R$ 640) e US$ 150 (~R$ 740), respectivamente. Não há informações sobre a disponibilidade dos acessórios em outros países, mas não espere vê-los chegar ao Brasil, ao menos de forma oficial. Vai ser preciso esperar que outras marcas de maior alcance comecem a adotar os drivers MEMS, o que não deve demorar muito agora que o uso da solução está sendo expandido.

Fonte: via DigitalTrends