Universo TOTVS: a Inteligência Artificial já está entre nós

Por  Redação  | 

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Divulgação/Universo TOTVS
Divulgação/Universo TOTVS

Alguns conceitos existem apenas em filmes de ficção científica, mas a Inteligência Artificial definitivamente não é um deles. Há anos, as máquinas ganham a capacidade de “compreender” o mundo ao seu redor, através da análise massiva de milhões de dados, e oferecerem valiosos insights. Recém-descoberta pelo grande público, a IA generativa representa mais um capítulo nesta trajetória de inovação. O curioso é que esta “nova” IA já está presente na vida das pessoas e das empresas, mesmo que a compreensão seja limitada, como foi demonstrado na edição 2023 do Universo TOTVS, um dos principais eventos de tecnologia e negócios do Brasil.

A implementação da IA generativa em larga escala aponta para novas possibilidades de futuro, sendo que este mundo pode ser o paraíso ou uma distopia — no último caso, uma versão contemporânea da IA Skynet, em referência ao clássico O Exterminador do Futuro, poderá estar disposta a aniquilar toda a humanidade. Rompendo com os extremos, vale mais compreender a tecnologia na chave de uma extensão do ser humano, como propõe a maior empresa de tecnologia do Brasil, a TOTVS.

Independente das discussões futuras, o fato é que a IA já está entre nós e, nos próximos anos, sua presença será ainda maior. “Vamos ter IA em tudo” até o final dessa década, aposta Vincent Goetten, diretor do TOTVS Labs. “Não vejo nenhum software, num futuro próximo, que não tenha capacidade de IA”, acrescenta. O smartphone, o tablet ou o computador usados na leitura desta reportagem aplicam, há tempos, esta tecnologia em algum nível, mas ela nunca esteve tão pop quanto agora.

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Mente humana ou inteligência artificial?

Neste momento, o seu cérebro está codificando e tentando prever o futuro, mesmo que você esteja confortavelmente sentado. Nesse processo, “existe uma janela de 200 a 300 milissegundos antes de você começar um movimento, quando esse movimento já foi decodificado por redes neurais verticais e pode ser previsto”, afirma Miguel Nicolelis, neurocientista e professor emérito de Neurobiologia da Duke University, durante a sua passagem pelo Universo TOTVS no painel “Deuses e Monstros da Inteligência Artificial”.

Inclusive, ele próprio foi o responsável pelo desenvolvimento do primeiro método de leitura da atividade elétrica de grandes populações de neurônios ainda nos anos 1990. O feito era possível no cérebro de roedores, com cirurgias invasivas. Posteriormente, a descoberta viabilizou os testes iniciais com a interface cérebro-máquina.

No universo da computação e das redes neurais artificiais, existem também os neurônios digitais, que são responsáveis pelas previsões, mas funcionam por outros caminhos. No desenvolvimento de novas soluções com IA, o primeiro foco está em identificar os sinais dos dados de clientes, como preços e detalhes do estoque.

“Depois, com esses dados, é possível colocá-los em uma rede neural artificial, com os neurônios, que vai fazer um processamento e vai aprender com isso”, detalha Jean da Rolt, PhD em Ciências da Computação pela Université Montpellier. Após completar o processo, “vamos ter uma previsão tal como é feita pelos neurônios [orgânicos]”, complementa Rolt.

A questão é que as previsões são diferentes. A IA é capaz de apontar o melhor preço para colocar em um produto garantindo que ele venda mais, com uma chance de acerto significativamente maior. Dependendo da forma de treinamento, ela poderá retornar às solicitações com textos, imagens ou mesmo sons.

A IA vai superar o ser humano?

Embora a tecnologia esteja muito avançada, a IA não necessariamente deve ser lida como similar a uma inteligência humana. “Trabalho com tecnologia há 40 anos, quando vejo uma nova rede neural, um novo algoritmo, é claro que é um trabalho de criação impressionante, é uma obra de arte”, pontua Nicolelis, o diretor científico do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra.

No entanto, o especialista lembra que “não podemos esquecer quem nós somos, de onde nós viemos. Somos seres humanos e a tecnologia é uma ferramenta, criada pela mente humana. Uma criatura jamais será maior que o criador, e essa linha tênue não pode ser esquecida”.

Por outro lado, é inegável o impacto da IA na sociedade, no surgimento de novas ocupações e na necessidade de repensar as habilidades humanas aprendidas. “A minha preocupação maior é o quanto essa conveniência e essa facilidade de obter produtos intelectuais vai contaminar a mente humana a ponto da gente, em seguidas gerações, perder a habilidades intelectuais, matemáticas e filosóficas, que levaram milênios para serem acumuladas”, alerta Nicolelis. A vantagem é que o cérebro é um excepcional camaleão, podendo se adaptar a estes novos cenários.

Open Health e as infinitas possibilidades da IA

No cotidiano, a inteligência artificial já impacta a área da saúde em questões mais práticas que vão da gestão de um hospital até o desenvolvimento de novos medicamentos, passando pela jornada do paciente em um serviço, mas ainda resiste a uma digitalização setorial e integrada. Basta pensar que cada usuário precisa ter inúmeros aplicativos em seu smartphone para gerir os seus dados, que parecem não ser seus, conforme apontaram os especialistas no painel “Inteligência Artificial no entendimento da Saúde Humana”.

Na mesma linha do Open Finance, o Open Health propõe integrar os dados de saúde de um único indivíduo, mesmo que tenham sido gerados por diferentes stakeholders. Isso inclui todos os seus exames, vacinas, remédios receitados, doenças pré-existentes, tipo sanguíneo e, quem sabe, dados genômicos.

“O quanto facilitaria em uma consulta ter o seu prontuário e poder disponibilizar para o médico acessar e ver as informações, mas continuar sendo seu?”, questiona Gustavo Paro, especialista em blockchain, que comandou as operações da empresa R3 no Brasil e na América Latina. É a ideia de um ID único e soberano, que irá empoderar o paciente dos próprios dados, e é somente possível com o uso do blockchain.

Se a autonomia de compartilhar o histórico médico facilita um diagnóstico, todos esses dados de um único usuário agrupados, de forma anonimizada, com os de outras centenas de milhões de pacientes, gerará uma quantidade de informação capaz de revolucionar a medicina como é praticada hoje, caso ocorra a intersecção dos dados com a IA.

IA revolucionando o tratamento de doenças genéticas

O conceito pode soar excessivamente grandioso, mas não é. Experiências recentes na área da medicina genômica confirmam o potencial do agrupamento de dados analisados por uma IA, como revela David Schlesinger, médico neurologista e CEO da Mendelics, sobre o campo das doenças raras.

Em 2013, era possível associar variações genéticas específicas com o diagnóstico de 5% dos indivíduos com doenças raras. Com a popularização do sequenciamento do genoma humano, redução nos custos e análises potencializadas com a IA, hoje, é possível diagnosticar 50% dos casos, mudando por completo a perspectiva de tratamento.

Para dimensionar, o primeiro genoma humano só foi sequenciado há 20 anos — custando cerca de três bilhões de dólares. “Tínhamos expectativas muito grandes do que ia acontecer quando sequenciássemos o primeiro genoma”, conta Schlesinger. Só que logo a ciência percebeu que ter todas as informações de um único indivíduo não era o suficiente, mesmo que abrisse muitas possibilidades e apontasse novos insights.

Na prática: como a TOTVS aplica a IA

Dentro de outros setores empresariais, os potenciais benefícios do uso da IA também avançam de modo diretamente proporcional com o nível de digitalização da companhia. A regra é simples: quanto mais conectado, melhores são os indicadores e os analytics que podem ser extraídos a partir da ferramenta de IA da TOTVS. É o que explica Angela Gheller, diretora de produtos de Logística e Manufatura da companhia, sobre a importância da Inteligência de Dados e da Inteligência de Negócios.

Nos últimos anos, Gheller desenvolve estratégias para viabilizar o processo de digitalização do chão de fábrica de empresas de manufatura e das cadeias de logística — dois setores bastante avançados nas possibilidades de aplicação de IA. A partir da digitalização, os primeiros dados são obtidos e a IA tem material para iniciar as suas operações. Nessa jornada, é fundamental adotar o modo paper less (menos papel) para a digitalização corporativa.

Com toda esta etapa de digitalização já resolvida, dentro das soluções disponíveis, é possível obter uma predição de que determinada máquina pode apresentar problemas, comenta Gheller. As previsões da IA são feitas com base nos padrões estabelecidos, que podem ser imperceptíveis ao olhar humano. A tecnologia é capaz de rastrear atrasos e identificar pontos de melhoria, simplificando as tarefas do gerente de logística, por exemplo.

Unindo diferentes algoritmos, Machine Learning e Deep Neural Network, a empresa já oferece ferramentas de previsão, recomendações ou otimizações, através da IA. Durante o evento, o TOTVS Labs apresentou uma nova solução integrada com o ChatGPT, com linguagem natural (NPL), o que viabiliza uma experiência de conversação e de novos recortes nos dados já obtidos anteriormente, por meio dos ERPS da companhia. É TOTVS como Digital Trusted Advisor.

Dentro das indústrias e da logística, o próximo salto está previsto com a implementação do 5G. “Hoje, com o 4G, você tem poucos sensores que conseguem conectar numa indústria, além da questão da latência. Há muito ruído de informação e não é possível obter os dados de uma forma rápida”, explica Gheller. Neste futuro bem próximo, serão possíveis 100 milhões de conexões por metro quadrado, o que aumentará exponencialmente as possibilidades de análise da IA, revolucionando toda a cadeia e baixando os custos.

Aposta no futuro brasileiro

Atualmente, a sede do laboratório de inovação da TOTVS está no Research Triangle, na Carolina do Norte. Apesar disso, “a maior parte da equipe está no Brasil”, explica o diretor Vincent Goetten. A presença em solo americano é uma estratégia em busca de flexibilidade para contratar os melhores talentos globais, incluindo colaboradores dos EUA, da Europa e da Ásia.

“Há alguns anos, existia um gap de conhecimento entre EUA e Brasil, mas ele não existe mais. Nos últimos anos, o país avançou muito em termos de ciência da computação”, descreve Goetten sobre a mudança do cenário. Tanto é que outras nações importam os talentos brasileiros, mesmo que a falta de fluência no inglês ainda permaneça como uma barreira.

Apostando no futuro, nos novos talentos e nas gerações que vão desenhar as próximas soluções impensadas no campo da IA, a TOTVS foi a fundadora e, hoje, é uma das principais mantenedoras do Instituto de Oportunidade (IOS). Voltada para jovens de 15 a 29 anos em situação de vulnerabilidade social, a iniciativa já formou 43 mil alunos em cursos que os inserem no mercado de trabalho em áreas centrais para a inovação, como programação e tecnologia da informação.