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VALORANT | "Estamos no caminho certo", diz bzkA, coach da LOUD

Por| Editado por Bruna Penilhas | 17 de Maio de 2022 às 18h00

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Imagem: Lance Skundrich/Riot Games
Imagem: Lance Skundrich/Riot Games

A caminhada da LOUD no VALORANT está sendo avassaladora. De um VCT Brasil invicto até o vice-campeonato no Masters, “pANcada e amigos”, como a line-up “escondia” sua presença em qualificatórias antes do anúncio oficial, em quatro meses a organização conseguiu levantar a poeira no cenário para construir uma campanha sólida neste início de trajetória.

Conversamos com Matheus “bzkA” Tarasconi, coach da equipe de VALORANT da LOUD, sobre seu começo nos eSports, a passagem pelo competitivo como jogador, a chegada na Team Vikings ao lado de Gustavo "Sacy" Rossi e Matias "Saadhak" Delipetro e, por fim, o começo espetacular da LOUD no cenário do jogo de tiro da Riot Games.

O começo competitivo

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Iniciamos a nossa conversa com bzkA falando um pouco sobre o começo dele como jogador profissional e como foi o caminho até virar coach na Team Vikings. Tarasconi explica que seu começo foi no Counter-Strike, ainda nos campeonatos jogados em lan-house e competições “de várzea”, como ele brincou.

Quando Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO) foi lançado, bzkA recebeu o convite de Rafael "zakk" Fernandes para montar um time com ele: “O zakk me ensinou muito, nos outros times que eu joguei, eu sempre fui a cabeça mais pensante, mas ainda não tinha jogado em alto nível”. De acordo com Tarasconi, a NiceHelmets Gaming, equipe que ambos faziam parte, teve bons resultados na época.

A equipe, no entretanto, não conseguiu ir para o DreamHack Valencia, o que fez com que Tarrasconi deixasse o CS por quase um ano. Nesse meio tempo, ele passou a jogar Paladins como forma de diversão, mas acabou surgindo um convite para substituir um jogador da Black Dragons durante o mundial do jogo.

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No meio da competição, bzkA foi chamado para integrar outro time de CS. “Ficamos Top 4 em um campeonato, mas não conseguimos entrar de fato no Tier 1 Americano. Quando eu fui trancar a faculdade, descobri que não poderia mais”. Isso acabou complicando a sua trajetória como jogador, que optou por se formar em Administração.

bzkA continuou jogando por diversão, até o VALORANT chegar e reacender a chama competitiva do ex-jogador. "Eu quero muito jogar esse jogo, é da Riot e também é uma mistura de CS:GO com Paladins, então para mim é perfeito”, pensou na época. Então, ele resolveu participar do beta norte-americano de VALORANT, antes mesmo do beta brasileiro ser lançado.

Foi durante a fase de testes do VALORANT que bzkA conheceu Murillo "murizzz" Tuchtenhagen e Pedro "ole" Orlandini, que na época eram jogadores da paiN Gaming. Junto com André "Txozin" Saidel, eles montaram um projeto e chamaram Leandro "frz" Gomes, que atualmente joga no MIBR, para migrar do Paladins para o FPS (jogo de tiro em primeira pessoa) da Riot Games, e assim criaram a Cage Triggered. O projeto, no entanto, se desfez antes do First Strike, primeira competição oficial da Riot Games.

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Posteriormente, bzkA entrou para a Highpower, onde conseguiu se classificar para o VCT com o time, mas caíram ainda na fase de grupos e não chegaram às eliminatórias. Tarasconi então saiu da organização, segundo ele por não encontrar o "profissionalismo necessário" durante sua passagem pelo time. Nisso, surgiu a proposta inesperada da Team Vikings.

O inesperado começo como coach

Apesar de ter executado a função de capitão nos times que jogou, bzkA ainda não tinha trabalhado como técnico. “Me chamaram um mês antes do Champions para treinar os garotos”. Ele trabalhou uma semana com os jogadores antes de sua efetivação, o que foi uma experiência completamente diferente.

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Na época, a Vikings disputaria o VALORANT Champions Berlin, o mundial do FPS da Riot Games. Vivo Keyd, Team Vikings e FURIA foram as equipes que representaram o Brasil na competição, com a Vikings sendo a única equipe que conseguiu uma vitória no mundial.

“Foi muito estranho para mim, eu nunca tinha trabalhado como Coach em uma partida oficial e de repente estava como coach de um time brasileiro no mundial de VALORANT, e eu tava, mano, como eu vou fazer isso?” Mas apesar do choque inicial, o aprendizado foi enorme por parte de Matheus.

Após a eliminação contra a Team Secret, o contrato de bzkA com a Vikings já estava no fim, mas ele tinha uma certeza: “Se eu fosse ser coach, eu queria que fosse no time do Sacy e do Saadhak. Eles são muito inteligentes e se não for para ser com eles, vou montar meu próprio projeto”, pensou. Durante a janela de transferências no fim de 2021, Gustavo "Sacy" Rossi e Matias "Saadhak" Delipetro buscavam uma nova casa, que viria a ser a LOUD. Junto com eles, as negociações entre Rodrigo "Onur" Dalmagro, até então ex-técnico da KRÜ, estavam bem avançadas, e o argentino seria técnico da LOUD.

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Durante o Champions Berlin em 2021, o treinador argentino havia se destacado ao lado da KRÜ, conquistando o quarto lugar na competição e eliminando a favorita Sentinels, além dos brasileiros da FURIA. Naquele momento, o bzkA, Sacy e Saadhak não trabalhariam mais juntos. Mas o destino acabou mudando a situação para juntar o trio.

Após ter sido ameaçado de deportação do Brasil por não estar com sua vacinação em dia e com o passaporte vacinal, Onur retornou para a Argentina e teve seu contrato cancelado com a LOUD. Nessa hora, a oportunidade bateu na porta de bzkA. “Eu montei meu projeto, estava com uma organização, só faltava pegar a caneta e assinar. Eu ia me mudar pro office desse novo time no dia 3 de janeiro. Aí, um dia antes, o Sacy e o Saadhak me ligam e conversam comigo. E eu, com malas prontas para ir para outro lugar, fui para a LOUD.” Tarasconi explicou que, apesar da mudança repentina, “doeu” deixar o outro projeto para trás, mas sabia que essa oportunidade com a LOUD poderia render bons frutos.

O “efeito LOUD” no VALORANT

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Então, “pANcada e amigos” se uniram na LOUD. A organização passou invicta pelo Valorant Champions Tour Brasil 2022, perdendo somente um mapa contra a Liberty Esports no circuito fechado e para o MIBR durante o qualificatório fechado. A próxima derrota de mapa aconteceu quase dois meses depois, contra a Team Liquid no Masters Reyjavík. No total, a equipe teve 90% de aproveitamento, com 17 vitórias em séries e uma derrota, contra a OpTic Gaming, adversária que a LOUD enfrentou na final do Masters.

O começo da organização no VALORANT coloca um sorriso no fã brasileiro de games FPS. Ainda mais para aqueles que acompanham o cenário competitivo, seja de um jogo da Riot Games, ou qualquer outro deste gênero, sabe as dificuldades que alguns times enfrentam.

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Com exceção do circuito brasileiro de Rainbow Six: Siege, times brasileiros que querem se destacar no Counter-Strike: Global Offensive, por exemplo, precisam disputar campeonatos fora do país para conseguir evoluir tecnicamente, o que demanda dinheiro, investimento e, principalmente, sorte de conseguir bons resultados no cenário internacional.

Em algumas modalidades nos eSports, o Brasil chegou a ser uma potência, mas sem o devido foco da comunidade para os feitos da comunidade brasileira. O próprio Bryan "pANcada" Luna é ex-jogador de Crossfire. Um jogo que, apesar de ser popular nas lan houses brasileiras, sempre foi marginalizado quando comparado com Counter-Strike. Porém, quando Luna jogava pela Black Dragons em 2019, foi vice-campeão do Crossfire Stars, mundial do FPS. Outro caso de FPS que foi "deixado" de lado pela comunidade brasileira é o Point Blank, em que o Brasil foi campeão mundial em 2019.

Para alguns jogadores, o VALORANT chegou como uma oportunidade de mostrar a sua habilidade e o seu valor no cenário de jogos de tiro nos eSports. “Quando lança um jogo novo, a pessoa pode estar jogando, mas saber que tem a Riot por trás, ela vai com muito mais vontade, porque sabe que o jogo vai evoluir, que vai dar certo e que o cenário competitivo vai ser forte", explica bzkA, que justamente foi um desses jogadores que viu no VALORANT a oportunidade de continuar crescendo nos eSports.

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“Todo mundo migrou para o VALORANT porque era um cenário muito mais coeso, que fazia sentido de estar profissionalmente", completa bzkA, ainda falando sobre as oportunidades no Brasil. “Não adianta um jogador de CS em um time tier 2, tier 3, jogar profissionalmente aqui no Brasil sem a oportunidade de se classificar para um campeonato grande lá fora.” Para ele, o VALORANT colocou todos no mesmo patamar nesse novo começo.

“Como é um jogo novo, todos estão em pé de igualdade, então quem se dedicar e aprender mais rápido, vai se destacar e esse foi o grande diferencial”. A segurança de um cenário com a desenvolvedora do jogo sendo responsável pelos principais circuitos competitivos, ajuda a saltar os olhos de jogadores que procuram uma nova casa dentro dos eSports.

Sacy, Saadhak e pANcada chegaram ao VALORANT através de outros eSports. Sacy é ex-jogador de League of Legends, Saadhak de Paladins e, como já citamos, pANcada veio do Crossfire. Jogadores experientes e que já possuem um histórico competitivo formam o “balanço perfeito” com os novos atletas, como Felipe "Less" Basso e Erick "aspas" Santos, jovens jogadores que chegaram com o jogo da Riot Games.

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Pela experiência competitiva dos jogadores e também pelo fato de bzkA já ter competido tanto no VALORANT, Paladins e no CS, conversamos um pouco sobre como isso ajuda na hora de orientar a equipe. “Eu acho que, sem dúvida, o fato de eu ter sido jogador e ter jogado internacionalmente outros games, ajuda a entender o que eles estão passando. Eu sei o que eles estão sentindo, a expectativa, a frustração, o nervosismo, sabe? Eu conheço, pois, já passei por tudo isso”, explica o técnico da LOUD.

Mas, como foi essa passagem de jogador para técnico? Tarasconi comentou que, enquanto jogador, sempre foi mais estratégico e fazia a função de capitão, ou in-game leader nos times que passou. Sendo um jogador de comunicação e voz ativa, a transição para técnico poderia potencializar essa característica, mas a situação ficou "mais simples" para bzkA. Mesmo que não estando nos planos, Tarasconi aceitou a oportunidade de exercer uma função não habitual.

E, como já citado, tendo sido um jogador bem analítico e vocal, sua voz poderia "atrapalhar" o brilhantismo de seus jogadores, mas o técnico da LOUD entende bem o seu momento de falar e não sobrepor suas ideias. “É bem diferente, eu estou em um time com o Sacy e o Saadhak, que são duas mentes brilhantes, e muitas vezes alguns trabalhos que eu faria como líder no jogo, eu não preciso fazer.”

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Para ele, três cabeças pensantes é até demais na hora de compartilhar ideias. “Eu tenho que me cuidar muito bem nos pontos em que eu devo interferir na parte estratégica, até para não atrapalhar o time em si." Ao mesmo tempo, a visão de bzkA é essencial na organização de ideias: “O meu trabalho é fazer o time funcionar de forma coesa”.

Ele ainda explica que seu trabalho inicial durante esses meses na LOUD, era de ajudar na adaptação de Felipe "Less" Basso e de Erick "aspas" Santos, os mais novos na line-up, a se acostumarem com o ritmo do cenário profissional: “O Less e o aspas nunca tiveram um time competitivo de alto nível, eles não tinham alguns macetes, algumas coisas que eram necessárias para acelerar esse processo".

Conversamos também sobre como a experiência de bzkA, Gustavo "Sacy" Rossi e Matias "Saadhak" Delipetro ajudam a criar o ambiente profissional que a LOUD busca tanto na rotina quanto nas competições: “O Sacy também cobra muito isso dos meninos, ele também tem um papel muito importante nesse sentido." Segundo Tarasconi, tanto Sacy quanto Saadhak "ajudam" o time, ao lado de bzkA, a passar essa noção de profissionalismo, cobrança nos horários de treinos e na mentalidade durante as partidas e competições.

“Eu já trabalhei no mundo corporativo, já engoli muito sapo de chefe”, brinca Tarasconi, falando sobre trazer o profissionalismo para dentro do jogo. “Eu trago essa experiência de fora para essa gurizada, esses meninos ‘nasceram’ nos eSports, o Less nunca trabalhou, o aspas também não, então eu tento trazer um pouco dessa vivência fora dos eSports para ajudar o nosso dia a dia", finaliza o coach.

“Eu, por ser a pessoa mais velha, tenho sempre que dar o exemplo”, pontua bzkA. “Eu não vou chegar atrasado, não vou fazer corpo mole, serei o mais profissional possível. E o nosso psicólogo trabalha muito bem essa parte também de orientação de rotina." Ele ainda salienta que respeita o espaço do profissional de psicologia e que ambos trabalham juntos para criar a rotina e a profissionalização dos jogadores.

Ainda conversamos também sobre como a estrutura que a LOUD montou para a equipe facilita todo esse processo. “Nós temos um psicólogo, temos dois fisioterapeutas e vamos começar agora um trabalho nutricional e físico com os meninos também", relata bzkA, que afirma que a LOUD apoiou a adição desses trabalhos. “É uma coisa que a organização não era familiarizada, mas nós pedimos e a LOUD abraçou a ideia". Matheus ainda explica que eles possuem um diálogo saudável com a diretoria da equipe e que, em alguns casos, o próprio time busca novidades para implementar na estrutura.

Agora, a LOUD se prepara para a próxima etapa do VCT Brasil. Para bzkA, a equipe precisa continuar com os dois pés nos chãos: “Vou falar algo que parece meio clichê, mas se manter no topo é muito mais difícil do que chegar lá. Todos os times estarão estudando a gente nesse momento. Eles já sabem como jogamos e a gente sempre tem que estar se reinventando para não cair na mesmice”.

Segundo o coach, o profissionalismo é a base para continuar vencendo: “Eu acho que o nosso profissionalismo e a forma como a gente lida com tudo é o grande diferencial para conseguir manter esse ritmo de jogo". bzkA completa dizendo: “A gente tem tudo para manter os bons resultados aqui no Brasil, não dá para ganhar todos os times, mas estamos trabalhando muito para isso”.

Conversamos também sobre a grande mudança para 2023 no cenário de VALORANT. Com campeonatos internacionais acontecendo semanalmente e equipes Norte Americanas, da América Latina e do Brasil se enfrentando, o choque de estilos de jogabilidade acontecerá. Por isso, perguntei como bzKA encara a entrada de um campeonato a mais no calendário.

“Sendo bem sincero, eu não tenho muita informação ainda de como vai acontecer e acho que depende muito do formato do evento. O mais importante seria os times se enfrentarem entre si." Caso aconteça uma base sólida de treinos, seria benéfico para os jogadores essa troca de experiência. “Os jogadores vão ter mais vivências, mais experiências, mais oportunidades e isso acaba levando a qualidade de treino de todos os times da região a melhora. Depende do formato, mas parece bem promissor.”

A LOUD tem um plano


Os jogadores da LOUD sempre foram bastante realistas quanto ao desempenho em competições, principalmente no Masters Reykjavik, a primeira experiência internacional dessa formação. Após vencerem o VCT de forma invicta, a expectativa e sucesso poderiam subir à cabeça dos jogadores, mas não foi o que aconteceu. Sempre que são colocados como favoritos, o grupo comentava que estava na competição para adquirir experiência internacional. Sendo a LOUD uma organização com muitos fãs, além da pressão natural por resultados expressivos em competições internacionais, falamos um pouco sobre a mentalidade da equipe de se manter realista durante a empreitada internacional.

“A gente traçou esse plano sobre o Masters, sobre ser um projeto a longo prazo, no primeiro dia que juntamos todo mundo na sala”, disse Tarasconi. A mentalidade estava presente desde o começo para a LOUD. “O nosso objetivo sempre foi a longo prazo, o nosso objetivo sempre foi a Champions." Caso surgisse a oportunidade de jogar o Masters, seria para ganhar experiência. “Eu acho que pelo fato de nós termos entrado nesse Masters sem pressão interna, isso ajudou muito a jogarmos bem mais soltos." O nervosismo, para bzkA, não chegou a acontecer por parte da equipe e, segundo ele, o psicólogo da equipe ajudou muito nesse sentido.

“O fato de termos como objetivo realmente a Champions, dá mais liberdade para trabalharmos com mais calma, sem apressar tudo. Uma coisa que mata muito o time são expectativas altas." Apesar de todo o hype em cima da equipe, eles conseguiram se blindar do monstro da expectativa. “A gente conseguiu entender o nosso nível. Quando começou o VCT, falavam que seríamos os favoritos, que venceríamos tudo no Brasil, só que a gente que tá no dia a dia sabe que não é assim que funciona." bzkA ainda revela que, em nenhum momento, a equipe achou que venceria o VCT de forma invicta, muito menos uma final de Masters.

Sacy, pANcada e Saadhak já tiveram experiências internacionais antes mesmo do VALORANT. No caso da dupla Sacy e Saadhak, ambos já competiram internacionalmente pelo FPS da Riot Games. Por isso, perguntei se a vivência lá fora ajudou a equipe a “se fechar” e manter o foco, principalmente para manter a confiança dos jogadores mais novos. Como Less e aspas estavam em sua primeira experiência internacional, o nervosismo seria algo comum e compreensível para os jovens jogadores. Mas, a “mira jovem” dos garotos foi essencial durante a campanha da LOUD no Masters. E bzkA confirmou que sim, isso ajudou bastante.

“Olha, eu acho que sim. O Less e o aspas são os meninos mais novos e têm todo o mérito também por conseguirem absorver tudo o que a gente passou, por entrarem nessa pequena bolha que a gente criou, Mas sim, a experiência que o Sacy e o Saadhak trazem, junto comigo e com o pANcada, conseguimos dar aquele pontapé inicial sabe?" Tarasconi ainda explica que muitos times se deixam levar pela empolgação de estar performando no cenário internacional: “Isso pode afetar muito negativamente. Sempre é muito bom o carinho da torcida e o apoio, mas isso durante a competição pode atrapalhar. Algumas vezes, os comentários criam expectativas e nervosismo dentro de jogo, e isso ‘tranca’ muito o jogador".

Conversamos sobre esse período pós-Masters e quais são os principais planos da equipe para a próxima etapa do VCT. “Nós optamos por tirar férias após o Masters, estávamos trabalhando 16 horas por dia. Almoçamos VALORANT, jantamos VALORANT, então a gente viveu o jogo de uma forma muito forte, por isso resolvemos descansar por uma semana".

Para bzkA, o vice-campeonato de Reykjavik e o título do VCT são um combustível. “Eu só posso falar por mim, mas isso tudo só me motiva ainda mais, eu acho que a forma e os resultados que nós tivemos foi fruto do nosso trabalho, apesar de parecer clichê." Agora, o foco do time continua no Champions, principal objetivo da organização.

“É o meu maior objetivo e eu acho sim que a gente consegue alcançar um título internacional, e o que construímos até agora mostra que estamos no caminho certo." Mudanças de rotina e pequenos ajustes diários serão feitos pela equipe, segundo o técnico. Mas, a grande pergunta que fica: a "Era do Medo" acabou para o VALORANT brasileiro? Podemos esperar ver os times do Brasil batendo de frente com as potências internacionais?

“Eu torço muito para que sirva de exemplo para os outros times do Brasil, principalmente no profissionalismo, é o que mais falta nos times hoje", diz bzkA. Para ele, quanto mais times treinarem de forma profissional, melhor vai ser o cenário. A era do medo? Nunca existiu para ele. "Eu particularmente nunca tive medo de ninguém. Até mesmo nos campeonatos que a gente perdeu, a Vivo Keyd teve uma ótima campanha, a FURIA fez uma ótima campanha, a VKS também. Em momento algum a gente se sentiu com medo de jogar ou respeitando demais os caras. Acho que o que realmente faltava era o conhecimento, um pouco de experiência para a galera e eu acho que a gente está conseguindo absorver isso."

Para bzkA, é questão de tempo até a “Brazilian Storm” também chegar no VALORANT. “O brasileiro é muito bom no FPS, é muito trabalhador, é muito esforçado, dedicado, e em um passinho de cada vez, em um bloquinho de cada vez, a gente chega lá”, finalizou o técnico da LOUD.

Enquanto os campeonatos internacionais do VALORANT não retornam para o Brasil colocar sua habilidade em prática, a segunda etapa do VCT Brasil começou neste último sábado (14) com a LOUD enfrentando a FURIA e vencendo por 2 a 0. A organização volta a jogar no domingo (22), no clássico contra a Los Grandes, a partir das 17h nos canais oficiais da Riot Games na Twitch e Youtube.