Voyager 1 tem problemas para enviar dados científicos à Terra
Por Danielle Cassita | Editado por Patricia Gnipper | 12 de Dezembro de 2023 às 17h35
Um dos computadores de bordo da Voyager 1 falhou. Em um comunicado nesta terça-feira (12), a NASA relatou que o sistema de dados de voo (FDS, na sigla em inglês) não está se comunicando corretamente com a unidade de telecomunicações (ou TMU). Por isso, nenhum dado científico ou de engenharia está chegando à Terra.
- Missão Voyager completa 45 anos de exploração do espaço
- Quais planetas já foram explorados por missões espaciais?
O FDS é um dispositivo que coleta dados dos instrumentos científicos da Voyager, bem como dados de engenharia sobre o estado da espaçonave. Depois, as informações são transformadas em uma espécie de pacote, que é enviado à Terra pelo TMU.
Para a transmissão até nosso planeta, tais dados são enviados em um código binário formado por 0 e 1. Só que as equipes da sonda perceberam que o TMU começou a enviar um padrão repetitivo de números, como se estivesse travado. Depois de descartar outras possíveis causas, eles perceberam que o FDS era a causa do problema.
No último fim de semana, a equipe da Voyager tentou reiniciar o dispositivo e deixá-lo novamente no estado em que estava antes do problema. Mesmo assim, a sonda continua enviando dados corrompidos.
Hoje, a Voyager 1 está a mais de 20 bilhões de quilômetros da Terra, o que significa que os comandos enviados pelos controladores da missão levam 22,5 horas para alcançá-la. Por isso, a equipe de engenharia precisa esperar 45 horas para saber se algum comando teve o efeito desejado. Agora, resta aguardar.
A sonda Voyager 1
A Voyager 1 foi lançada em setembro de 1977 cerca de duas semanas depois de a espaçonave gêmea Voyager 2 ir ao espaço. Ela se tornou a primeira espaçonave a ir além do Sistema Solar, alcançando o espaço interestelar.
Ambas são consideradas as sondas operando há mais tempo em toda a história. O marco é impressionante, mas também representa um desafio para as equipes da missão; afinal, muitas vezes as falhas que apresentam não foram antecipadas pelos engenheiros que as criaram.
Fonte: NASA