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Virgin Galactic é investigada por causa de incidente em voo tripulado

Por| Editado por Patricia Gnipper | 03 de Setembro de 2021 às 12h10

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Virgin Galactic
Virgin Galactic

Em julho, o bilionário Richard Branson, junto de outros três tripulantes, voou com o avião espacial VSS Unity ao espaço suborbital. Tudo pareceu correr bem durante a missão e a empresa até já planejou o próximo voo do veículo, que irá contar com tripulantes da Força Aérea Italiana. Contudo, a nova missão poderá ter que esperar: após a divulgação recente de alguns problemas de altitude e trajetória do voo, a Federal Aviation Administration (FAA), agência reguladora de voos nos Estados Unidos, anunciou nesta quinta-feira (2) que o avião não poderá voar novamente até que a investigação do incidente seja concluída.

A suspensão vem após a divulgação de informações de oficiais da empresa em uma reportagem do jornal The New Yorker, que revelaram que os pilotos da missão Unity 22 viram luzes de alerta amarelas e vermelhas se acendendo no painel do avião durante a subida ao espaço. Elas indicavam que o avião espacial não estava em uma trajetória vertical o suficiente para planar de volta para pousar e, para completar, a nave saiu do espaço aéreo liberado pelo controle de tráfego aéreo. No comunicado, a FAA afirma que está investigando o ocorrido junto da Virgin Galactic, e que os voos não poderão ser retomados até a aprovação do relatório final da investigação ou determinação de que as questões relacionadas ao acidente não afetam a segurança pública.

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Em resposta, a Virgin Galactic declarou que está investigando as causas do ocorrido e determinando formas de evitar que algo do tipo aconteça novamente em missões futuras. Ainda, a empresa comunica que o desvio foi, na verdade, “uma rota de voo controlada e intencional, que permitiu que a missão Unity 22 alcançasse o espaço com sucesso e pousasse em segurança”. Segundo a Virgin Galactic, os passageiros e a tripulação não estiveram em perigo em momento algum. Em sua declaração, a empresa contestou as afirmações da publicação original, mas reconheceu que o avião estava abaixo da altitude determinada para o espaço aéreo durante 101 segundos.

Além disso, a Virgin Galactic disse que os ventos fortes naquela altitude foram responsáveis pelo desvio, que fez com que o sinal fosse aceso no painel. “Nossos pilotos responderam adequadamente a essas mudanças nas condições de voo, exatamente como foram treinados a fazer, e em estreita conformidade com nossos procedimentos”, disseram. Segundo fontes da empresa no artigo original, o motor de foguete do SpaceShipTwo deveria ter sido desligado em função dos avisos para voltar ao solo, mas os pilotos decidiram mantê-lo ativo. Se tivessem abortado a missão, Branson não conseguiria chegar ao espaço suborbital antes de seu rival Jeff Bezos.

A missão Unity 22 foi um dos voos mais divulgados e celebrados pela Virgin Galactic. Mesmo assim, no dia da missão, não houve menção alguma ao desvio da nave do espaço aéreo aprovado, ou sobre as luzes de alerta que os pilotos viram. Além disso, a reportagem afirma que a FAA não foi imediatamente notificada sobre esses incidentes — e a Virgin Galactic admitiu que, de fato, não comunicou inicialmente a FAA sobre o desvio. Agora, uma mudança no cronograma da empresa poderá ser necessária: horas antes do comunicado da FAA, a Virgin Galactic havia liberado informações sobre o próximo voo do SpaceShipTwo, chamado Unity 23, que seria lançado no início de outubro.

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Fonte: SpaceNews, The Verge