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Virgin Galactic deve atrasar ainda mais o início de seu turismo espacial

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Richard Seymour
Richard Seymour

Com vários anos de atraso, provavelmente a Virgin Galactic, que se tornou uma empresa pública no final do ano passado, atrasará mais uma vez o início de seus voos comerciais com o veículo suborbital VSS Unity, do tipo SpaceShipTwo — ainda que esteja planejando retomar a venda de ingressos para suas prometidas viagens turísticas ao redor da Terra.

É que a empresa, ao avaliar os resultados financeiros do quarto trimestre de 2019, revelou uma perda significativa, com prejuízo de US$ 72,8 milhões no período em questão — no terceiro trimestre do ano passado, o prejuízo foi de US$ 51,5 milhões. A justificativa para esse cenário é a de que, no quarto trimestre, a companhia teve despesas adicionais associadas aos custos de se tornar uma empresa pública, bem como altos custos operacionais com a VSS Unity — que foi testada com sucesso em um voo tripulado em fevereiro de 2019, por sinal.

Contudo, a empresa projeta lucros rápidos quando o veículo suborbital iniciar suas operações comerciais, prevendo um número crescente de voos à medida que ganhar experiência e colocar veículos adicionais em operação. Tais projeções, então, indicam que o início das operações comerciais da Virgin Galactic no que diz respeito ao turismo espacial acontecerá a partir de junho de 2020.

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No entanto, é possível que neste ano aconteçam poucos voos do tipo, quiçá apenas um, levando a bordo o fundador da empresa, Richard Branson, que há anos planeja se tornar o primeiro passageiro real da VSS Unity. George Whitesides, executivo-chefe da Virgin Galactic, falou que a empresa continua focada "em sua principal prioridade do ano, que é levar Branson ao espaço em um voo comercial", mas "embora desejemos ter alguma receita comercial neste ano, o foco principal, da perspectiva da empresa e da engenharia, é trabalhar para preparar nossos veículos e nossas operações para serviços comerciais regulares e de longo prazo" — o que inclui a conclusão do programa de testes da VSS Unity.

Em outras palavras, a empresa simplesmente não parece estar preparada para começar a levar pessoas comuns à órbita da Terra a bordo deste veículo suborbital, e prefere fazer talvez um único voo inaugural com Branson a bordo — o que certamente ajudará na propaganda do turismo espacial —, deixando para dar início às viagens turísticas de fato somente depois disso — talvez no próximo ano.

A Virgin Galactic já teria vendido 603 ingressos para esta prometida viagem turística ao redor da Terra, mas teve as vendas interrompidas em 2014, quando um acidente destruiu a primeira nave do tipo SpaceShipTwo, matando seu copiloto. A empresa se prepara para retomar as vendas em um futuro próximo, dizendo que já recebeu cerca de 8 mil "registros de interesse em reservas de voos" — tal reserva custa US$ 1.000, e os preços atuais dos ingressos não foram publicamente divulgados. Contudo, Whitesides confirmou que os novos ingressos serão mais caros do que os vendidos anos atrás, que custavam até US$ 250 mil por pessoa.

Fonte: Spacenews