Impacto de asteroide há 50 mil anos criou novo tipo de mineral
Por Daniele Cavalcante | Editado por Rafael Rigues | 25 de Julho de 2022 às 18h15
Um novo tipo de mineral de carbono foi encontrado no Arizona Meteor Crater, um buraco gigantesco formado pela onda de choque de um meteorito no deserto do Arizona. O mineral é um composto de diamante nanoestruturado e grafeno, e pode ser usado em futuras tecnologias.
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A cratera foi deixada pelo impacto há cerca de 50 mil anos, segundo as estimativas dos cientistas, e mede 1.250 metros de diâmetro e 173 metros de profundidade. O meteorito, de 25 a 30 metros de diâmetro, era composto de ferro-níquel e pesava alguns milhões de toneladas antes de atingir o solo a uma velocidade de 70.000 km/hora.
Cientistas já encontraram muitos fragmentos deste meteorito na região e encontraram minerais como a lonsdaleíta. No entanto, um novo estudo mostrou que, diferente do que se pensava antes, essa lonsdaleíta é composta de diamante nanoestruturado e grafeno, uma camada cristalina bidimensional de átomos de carbono.
Além disso, a equipe identificou algumas falhas de empilhamento nas sequências dos padrões repetidos de camadas de átomos. "Através do reconhecimento dos vários tipos de intercrescimento entre estruturas de grafeno e diamante, podemos chegar mais perto de entender as condições de pressão-temperatura que ocorrem durante os impactos de asteroides", disse o Dr. Péter Németh, autor principal do estudo.
Essa pesquisa também mostra que o mineral e suas complexidades estruturais podem ser usados como modelo para novos materiais, com propriedades únicas. Eles seriam ultra-rígidos e, ao mesmo tempo, maleáveis, além de ter propriedades eletrônicas que podem ser ajustadas para agir como condutor ou isolante elétrico.
Segundo o coautor do estudo, Christoph Salzmann, a descoberta "abriu as portas para novos materiais de carbono com propriedades mecânicas e eletrônicas empolgantes que podem resultar em novas aplicações, desde abrasivos e eletrônicos até nanomedicina e tecnologia a laser".
O artigo que descreve a descoberta foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (2022).