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Vida pode ser impossível em Titã, lua candidata a mundo habitável

Por| Editado por Luciana Zaramela | 19 de Fevereiro de 2024 às 16h20

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NASA
NASA

A lua Titã, de Saturno, uma das maiores candidatas a mundo potencialmente habitado, pode não ser capaz de abrigar vida. Segundo um novo estudo publicado na revista Astrobiology, as luas geladas do Sistema Solar não possuem a química orgânica necessária para sustentar seres vivos.

Os estudos sobre as propriedades de Titã são de longa data, levando à descoberta de uma grande variedade de moléculas orgânicas em sua superfície. Além disso, ela é o único outro corpo planetário além da Terra com lagos, rios e mares — porém compostos por metano e etano.

Mesmo com esses corpos líquidos “exóticos”, os cientistas e astrobiólogos têm grandes expectativas de encontrar alguma forma de vida por lá. Contudo, o novo estudo pode ser um “balde de água fria”: as temperaturas em Titã são baixas demais para que ocorram as reações químicas essenciais à vida.

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Isso também vale para os oceanos abaixo da superfície, que teriam temperaturas mais altas. Ali, a falta de condições favoráveis também pode limitar a possibilidade de vida, segundo a equipe internacional autora do estudo.

Liderada por Catherine Neish, da Western University, Canadá, a equipe considera que um mundo como Titã só poderia ser habitável se houver um grande fornecimento de moléculas orgânicas da superfície alcançando o oceano. Isso poderia ocorrer por meio de impactos de cometas, por exemplo.

Caso essas colisões ocorram, parte da superfície de gelo derreteria, criando uma piscina de água líquida cheia de moléculas orgânicas. Por sua vez, as moléculas afundariam nas águas quentes abaixo da superfície, potencialmente ganhando as condições para gerar formas de vida como conhecemos.

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Para testar a hipótese, a equipe de Neish criou modelos e descobriu que a taxa de impactos de cometas não é alta o suficiente para que esse processo ocorra com a frequência necessária. Mesmo nas condições mais otimistas, a quantidade de matéria orgânica simplesmente não seria suficiente para formar e sustentar a vida.

Por fim, Neish não descarta a possibilidade de haver produtos orgânicos provenientes do interior de Titã, mas a equipe acha que esses materiais “podem ser principalmente compostos aromáticos e é difícil formar biomoléculas — como aminoácidos — a partir de tais compostos”.

Ainda há planos para investigar Titã, como a missão Dragonfly da NASA, na qual Neish terá participação. A missão deve enviar um pequeno helicóptero em 2027, com chegada prevista em 2036. Há ainda outro projeto em desenvolvimento para trazer à Terra amostras de Titã, ainda sem previsão de lançamento.

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Fonte: AstrobiologySpace.com