Publicidade

Veja as luas Europa e Ganimedes em novas fotos tiradas por telescópio no Chile

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

Compartilhe:
ESO / King & Fletcher
ESO / King & Fletcher

Uma equipe de cientistas planetários da Universidade de Leicester, no Reino Unido, registrou fotos de Europa e Ganimedes, duas das maiores luas de Júpiter, usando o telescópio Very Large Telescope (VLT), do Observatório Europeu do Sul. As imagens revelam os compostos que formam as superfícies congeladas destes satélites naturais distantes.

O VLT está instalado no Chile a alta altitude, tem espelhos com mais de 8 m e é considerado um dos telescópios mais poderosos do mundo. “Isso nos permitiu conseguir um mapeamento detalhado de Europa e Ganimedes, observando formações em suas superfícies com menos de 150 km de extensão — tudo isso a distâncias de mais de 600 milhões de quilômetros da Terra”, disse Oliver King, doutorando na universidade e líder do estudo.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

A equipe conseguiu registrar a luz refletida da superfície de Europa e Ganimedes em diferentes comprimentos de onda do infravermelho, produzindo um espectro de refletância. Ao analisar o espectro com um modelo computacional, que compara cada espectro às diferentes substâncias já medidas em laboratório, eles analisaram a composição da crosta de Europa.

Os dados e imagens mostraram que a crosta da lua é formada principalmente por água congelada, contaminada por materiais não congelados. King explica que, ao mapear a distribuição dos materiais da superfície, eles descobriram que o ácido sulfúrico congelado é encontrado principalmente no lado de Europa mais atingido pelos gases de Júpiter.

Já as observações de Ganimedes mostraram que a superfície da lua é formada por dois tipos principais de terrenos: existem áreas mais jovens, com grandes quantidades de água congelada, e áreas mais antigas, formadas principalmente por um material escuro e de composição desconhecida.

Segundo os autores, as áreas congeladas, que aparecem em azul na foto, representam as calotas polares da lua e suas crateras — estas foram formadas por um impacto, que expôs o gelo da crosta de Ganimedes. Eles mapearam as variações do tamanho dos grãos na superfície da lua, junto da possível distribuição de diferentes sais. Alguns deles, inclusive, podem ter vindo da própria lua.

Luas Europa e Ganimedes

As luas Io, Europa, Ganimedes e Calisto são conhecidas como “luas galileanas”. Elas são os quatro maiores satélites naturais de Júpiter e, juntas, formam uma espécie de “miniatura do Sistema Solar” ao redor do gigante gasoso. Europa, a segunda lua em relação ao planeta, é a menor de suas três vizinhas. Ela tem núcleo de rocha de silicato e uma crosta externa de água líquida, coberta por uma camada de água congelada de até 20 km de extensão.

Esta lua tem “bloqueio de marés” em relação a Júpiter, ou seja, mantém sempre a mesma face voltada para o planeta. Já o aquecimento das marés ajuda a manter um oceano de água líquida entre a superfície e o silicato, o que a torna uma boa candidata para abrigar vida.

Continua após a publicidade

Ganimedes é a maior das luas galileanas, sendo também a maior lua do Sistema Solar. Ela tem núcleo de ferro, campo magnético próprio e parece abrigar ainda um oceano em sua subsuperfície entre camadas múltiplas de gelo. A crosta da lua é formada principalmente por água congelada, e as novas observações indicaram variedade de possíveis sais hidratados nela.

Esta dupla de luas será explorada na próxima década pelas missões Jupiter Icy Moons Explorer (JUICE) e Europa Clipper, da Agência Espacial Europeia e NASA, respectivamente. “Estas observações em solo ‘abrem o apetite’ para a nossa futura exploração das luas de Júpiter”, disse Leigh Fletcher, professor que supervisionou o estudo e é membro das equipes científicas destas missões.

Os artigos com os resultados dos estudos foram aceitos para publicação nas revistas Planetary Science Journal e Journal of Geophysical Research: Planets.

Continua após a publicidade

Fonte: Planetary Science Journal, arXiv; Via: University of Leicester