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Urano e Netuno podem ter diferentes tons de azul devido à "neve" de metano

Por| Editado por Patricia Gnipper | 01 de Fevereiro de 2022 às 15h10

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NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech

É possível que as diferenças entre os tons de azul de Urano e Netuno sejam causadas por uma camada de minúsculas partículas de metano congelado, que afundam conforme crescem e formam uma espécie de “neve”, evaporando em seguida. A conclusão é de um estudo liderado por Patrick Irwin, professor da Universidade de Oxford, que, junto de seus colegas, apresentou um modelo que pode ajudar a esclarecer o porquê destas diferenças.

Planetas como Marte e Júpiter, por exemplo, recebem grande atenção da comunidade científica e vêm sendo estudados de perto por sondas espaciais. Por outro lado, os cientistas vêm estudando Urano e Netuno com dados das sondas Voyager 1 e 2, coletados há mais de 30 anos, junto de dados de telescópios espaciais e em solo. Enquanto isso, neste novo estudo, os pesquisadores tentaram aprender mais sobre os planetas.

Para entender o porquê de um planeta mostrar tons de azul mais escuros que o outro, Irwin e seus colegas combinaram dados da Voyager 2 com medidas obtidas pelo telescópio Hubble e observatórios em solo, para tentar compreender as atmosferas deles. Eles criaram modelos com representações altamente fiéis das condições atmosféricas de ambos os planetas, que mostraram que os dois têm pressão atmosférica semelhante.

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Esta atmosfera é formada por sulfeto de hidrogênio, gás com cheiro parecido com o de ovo podre, gelo e uma névoa fotoquímica. Acima dela, há uma camada de névoa fotoquímica com pressão que pode chegar ao dobro daquela, no nível do mar na Terra; esta camada, por sua vez, tem outra por cima com composição semelhante, mas pressão menor. A névoa é formada nas atmosferas superiores dos planetas, antes de afundar e se concentrar ao redor do ponto onde o metano é condensado.

Depois, os compostos atuam como sementes, que originam flocos. Estes flocos caem até suas partículas serem liberadas, para dar origem a novas nuvens. Por fim, o modelo mostrou que Urano tem atmosfera mais espessa que aquela de Netuno, o que pode explicar o porquê deste ser mais escuro que Urano — mas, de qualquer forma, ambos são azuis pelo metano, que reflete a luz azul.

Os autores descobriram também que Netuno não tem coloração uniforme como se pensava. Na verdade, o planeta tem manchas escuras, que provavelmente são formadas por uma maior concentração de materiais na camada atmosférica superior. Eles concluem, por fim, que além de este estudo fornecer mais dados sobre os planetas, o trabalho pode ser usado também para investigações de exoplanetas na órbita de outras estrelas.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Journal of Geophysical Research: Planets.

Fonte: Journal of Geophysical Research: Planets; Via: Phys.org, IFLScience