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Colisões gigantes podem ter causado diferenças entre Urano e Netuno

Por| 05 de Fevereiro de 2020 às 15h35

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NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech

Uma equipe de pesquisadores usou simulações em computador para desvendar um dos mistérios no quebra-cabeça da formação do Sistema Solar. É que astrônomos pensavam que Urano e Netuno se formaram de maneira semelhante, já que são parecidos em massa, tamanho e distância do Sol. Mas não é bem assim: os dois planetas também têm muitas diferenças, que indicam origens distintas.

Entre as diferenças, a mais notável é o ângulo de rotação. Urano tem rotação inclinada em cerca de 98 graus em comparação com seu plano orbital, enquanto Netuno acompanha a maioria dos outros planetas do Sistema Solar, com rotações mais ou menos alinhadas com suas órbitas. Além disso, Netuno parecer ter alguma fonte de calor aquecendo-o por dentro, enquanto Urano não apresenta indícios disso.

Essas diferenças apontam que cada um desses gigantes gasosos parecem ter passado por eventos diferentes no passado, durante suas “infâncias”, o que os colocaram em duas faixas evolutivas distintas. Para criar uma imagem mais completa de como o Sistema Solar se formou, os cientistas simularam a evolução desses planetas usando hipóteses levantadas por estudos anteriores.

Tais estudos sugeriram que impactos com grandes corpos rochosos poderiam explicar o giro inclinado de Urano, além de esclarecer outras diferenças entre os dois planetas. Então Christian Reinhardt, da Universidade de Zurique, ao lado de outros pesquisadores, decidiram testar se simulações computacionais sofisticadas sustentam essa ideia.

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Assim, os pesquisadores descobriram que, se Netuno sofreu uma colisão frontal com algum corpo rochoso grande em seu passado, alguma energia extra poderia ter sido armazenada nas profundezas do planeta, que lentamente “escapa” na forma de calor em direção à superfície ao longo do tempo. Isso, segundo os cientistas, poderia ser a fonte do calor extra que irradia do interior do planeta.

No caso de Urano, os modelos mostram que um impacto oblíquo de outro objeto rochoso pode explicar a inclinação do planeta, bem como as estranhas propriedades orbitais de suas luas. Os pesquisadores deduzem que as luas de Urano provavelmente se formaram a partir de um disco de detritos que já existia ao redor do planeta, e os novos modelos mostram que esse disco poderia ter sido o resultado de um outro impacto de relance.

Modelos computacionais como este, reforçando as hipóteses de colisão, são um grande passo para construir uma história evolutiva do Sistema Solar. No entanto, Reinhardt observa que sua equipe ainda tem muito trabalho a fazer neste projeto, como conectar essas possíveis colisões a simulações da formação do Sistema Solar, além de modelar como o interior dos planetas teria evoluído através do tempo.

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Além de uma peça do quebra-cabeça que falta para entender a formação planetária do Sistema Solar, a compreensão da formação de Urano e Netuno também “fornece uma melhor compreensão da formação dos muitos exoplanetas observados neste regime de massa”, disse Reinhardt.

Fonte: Astronomy