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Uma molécula "estranha" foi descoberta na atmosfera da lua Titã, de Saturno

Por| 29 de Outubro de 2020 às 18h20

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Cientistas da NASA acabaram de fazer mais uma descoberta, desta vez sobre a lua Titã: eles encontraram em sua atmosfera uma molécula "estranha", que nunca foi detectada em atmosfera alguma. Trata-se de ciclopropenilideno (C3H2), uma molécula baseada em carbono e hidrogênio que pode ser uma dos precursoras dos compostos mais complexos, aqueles que formam os blocos de construção da vida como a conhecemos. A descoberta foi publicada no The Astronomycal Journal.

A descoberta foi feita usando um observatório de radiotelescópios no Chile, o famoso Atacama Large Millimeter / submillimeter Array (ALMA). Nas observações, eles notaram a presença do ciclopropenilideno enquanto estudavam a composição química da atmosfera de Titã. "Quando percebi que estava olhando para o ciclopropenilideno, meu primeiro pensamento foi 'bem, isso é realmente inesperado'", conta Cono Nixon, cientista planetário que trabalha para a NASA.

O ciclopropenilideno já foi encontrado espalhado pela galáxia (em nuvens de gás e poeira entre sistemas estelares, por exemplo), mas nunca havia sido detectado em uma atmosfera. É que ele pode reagir muito facilmente com outras moléculas, e acaba se transformando. Por isso, o interesse pela lua Titã fica ainda mais intenso com mais esta novidade.

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Titã é a maior entre as 62 luas conhecidas de Saturno, e é um mundo que intriga a ciência há bastante tempo, porque ele acaba sendo, de certa maneira, bastante parecido com a Terra — a Terra primitiva, ao menos. Esta lua tem uma densa atmosfera, por exemplo (quatro vezes mais do que a nossa), e conta com atividade marítima, nuvens, chuvas, lagos e rios — a diferença é que, em nosso planeta, tudo isso é baseado em água, enquanto, em Titã, os lagos e rios têm metano e etano líquido. Ainda, a geologia da lua é similar à nossa, com dunas e montanhas.

Sendo assim, estudar Titã nos fornecerá mais informações para compreendermos o Sistema Solar, e, quem sabe, entendermos ainda melhor nosso planeta e o surgimento da vida. "Pensamos em Titã como um laboratório da vida real, onde podemos ver uma química semelhante à da Terra antiga quando a vida estava surgindo aqui", disse Melissa Trainer, astrobióloga da NASA.

A NASA, por sinal, já tem uma missão chamada Dragonfly, que justamente será enviada à lua Titã para analisar tanto sua atmosfera, quanto sua superfície. Eles vão enviar uma espécie de helicóptero capaz de estudar grandes áreas, repleto de instrumentos científicos a bordo. A missão foi recentemente adiada para ser lançada em 2027 — e certamente, a partir de agora, a agência espacial também ficará focada em estudar moléculas como o ciclopropenilideno. "Cada pequena peça e parte que você pode descobrir pode ajudá-lo a montar o enorme quebra-cabeça de todas as coisas que acontecem lá", disse o cientista planetário Michael Malaska, também da NASA.

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Fonte: Saturn Daily, Sci-News