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Supostos lagos subterrâneos em Marte podem ser apenas camadas de rocha

Por| Editado por Patricia Gnipper | 28 de Setembro de 2022 às 15h15

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ESA/DLR/FU Berlin/Bill Dunford
ESA/DLR/FU Berlin/Bill Dunford

O debate sobre a possível existência de água líquida em Marte, sob a calota polar sul do planeta, ganhou mais um capítulo. É possível que os reflexos brilhantes ali não tenham vindo de lagos de água líquida sob o gelo, mas sim de camadas de rochas. O resultado vem de uma nova análise liderada por Dan Lalich, da Universidade de Cornell e, embora não seja uma conclusão definitiva sobre o assunto, indica que mais evidências são necessárias para os cientistas determinarem com mais certeza o que há ali.

A hipótese da existência dos lagos nasceu em 2018 a partir de sinais de radar coletados pela sonda Mars Express, da Agência Espacial Europeia, que indicaram um material estranhamente refletivo sob o gelo. Depois, outras buscas indicaram outras áreas brilhantes escondidas sob a camada congelada. Regiões do tipo já foram encontradas na Terra sob o gelo do polo sul e, no caso do nosso planeta, indicaram a existência de lagos subglaciais.

Assim, os cientistas consideraram que poderia haver reservas de água líquida parecidas no Planeta Vermelho, mas o problema neste cenário é que Marte é considerado um planeta frio demais para ter água líquida. Então, para investigar a natureza das áreas brilhantes, Lalich e seus colegas realizaram algumas simulações com materiais que já se sabe que existem em Marte.

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Eles criaram camadas de água congelada, dióxido de carbono congelado, basalto e gases atmosféricos em diferentes configurações e espessuras, cada uma capaz de refletir pulsos de radar de formas específicas. Ao analisar os sinais que cada configuração iria emitir, eles descobriram que a camada de água congelada entre duas de dióxido de carbono congelado, como um sanduíche, emite sinais parecidos com aqueles da Mars Express.

Esta não é a primeira vez que um estudo sugere que a origem do sinal pode não ter relação com a água líquida — no ano passado, por exemplo, pesquisadores descobriram que a argila congelada produz um brilho parecido em sinais de radar. Já neste ano, uma equipe de pesquisadores descobriu que as rochas vulcânicas, bastante abundantes em Marte, também podem emitir sinais parecidos.

Mesmo assim, Lalich ressalta que estes resultados não descartam a possibilidade de água líquida existir por ali, e que vale a pena seguir investigando a região. “Se houver água líquida, talvez exista vida, ou talvez possamos usá-la para futuras missões lançadas a Marte”, sugeriu.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Astronomy.

Fonte: Nature Astronomy; Via: Cornell University