Supernovas | Como explosões estelares podem ter mudado clima na Terra
Por Danielle Cassita |

Um novo estudo sugere que as supernovas, as explosões das estrelas massivas que chegaram ao fim dos seus ciclos, podem ter causado efeitos importantes no clima da Terra ao longo da história. Por isso, estudar estes eventos pode ajudar os cientistas a preverem outros do tipo, contribuindo também para a preparação para seus impactos.
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Robert Brakenridge, autor que liderou o novo estudo, observa que os cientistas já identificaram mudanças ambientais abruptas na história do nosso planeta, mas ainda faltava descobrir as causas delas. Pensando nisso, ele e seus colegas se perguntaram se supernovas passadas e futuras poderiam impactar a atmosfera terrestre.
"Quando supernovas próximas ocorrerem no futuro, a radiação pode ter efeito bastante dramático na sociedade. Temos que descobrir se, de fato, elas causaram mudanças ambientais no passado”, explicou ele em comunicado.
Para investigar a questão, eles construíram um modelo das interações entre a radiação das supernovas e a atmosfera da Terra a partir dos dados de telescópios espaciais. O modelo mostrou que os fótons altamente energéticos podem destruir a camada de ozônio, que é essencial para nos proteger da radiação nociva do Sol; sem ela, a radiação solar degradaria o metano na estratosfera, composto altamente influente no efeito estufa.
Como a Terra não parece estar “na mira” da radiação de nenhuma supernova próxima, os pesquisadores não podem testar o modelo. Por outro lado, eles podem analisar os anéis nos troncos das árvores, que revelam condições atmosféricas do passado.
No caso, os autores estudaram anéis que indicavam as condições de aproximadamente 15 mil anos atrás e encontraram 11 picos de carbono radioativo. Para a equipe, os aumentos súbitos talvez indiquem as 11 vezes em que a Terra foi atingida por radiação de supernovas ou por explosões solares.
A melhor forma de identificar o verdadeiro culpado é por meio da análise das evidências em outras fontes geológicas, como gelo e sedimentos do fundo do oceano. Com estas investigações, os cientistas podem encontrar formas de nos prepararmos melhor para fenômenos semelhantes no futuro.
"À medida que aprendemos mais sobre nossas estrelas vizinhas próximas, a capacidade de previsão está na verdade ali mesmo", concluiu Brakenridge. "Será preciso mais modelagem e observação por parte dos astrofísicos para entender completamente a exposição da Terra a esses eventos”, finalizou.
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Fonte: Space.com