Publicidade

Supernovas podem ter moldado a evolução da vida na Terra

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

Compartilhe:
NASA/ESA/Leah Hustak (STScI)
NASA/ESA/Leah Hustak (STScI)

Cientistas descobriram que as explosões de duas supernovas próximas à Terra, ocorridas há milhões de anos, impactaram a evolução da vida no planeta. Um novo estudo sugere que isso ajudou a moldar o ambiente terrestre, enriquecendo nosso mundo com ferro-60.

Quando uma estrela massiva explode como supernova, elementos pesados são formados e espalhados no espaço, percorrendo longas distâncias. Esses eventos são responsáveis pelo enriquecimento químico de novas estrelas e sistemas.

Pesquisadores encontraram depósitos de ferro-60 em sedimentos marinhos, remontando a explosões de supernovas de 2 a 3 milhões e 5 a 6 milhões de anos atrás. Essas explosões também expuseram a Terra a radiação cósmica, o que pode ter afetado a evolução da vida.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

O estudo, que ainda aguarda revisão de pares, investiga a quantidade de energia que chegou à Terra a partir dessas supernovas e seu impacto sobre a vida. Segundo os autores, o acúmulo de ferro-60 de 2 milhões de anos veio de uma explosão direta.

Já o acúmulo mais antigo, estaria relacionado à passagem da Terra por uma “Bolha Local”, na qual o Sistema Solar estaria localizado. Com quase 1.000 anos-luz de largura, essa bolha consiste em matéria criada por estrelas massivas.

Nosso planeta, de acordo com o artigo, teria entrado na bolha há 5 ou 6 milhões de anos, o que explica o acúmulo mais antigo do isótopo ferro-60. Os autores acreditam que para formar essa bolha foram necessárias 15 explosões de supernovas.

Ainda não está claro como o isótopo afetou a vida na Terra, mas o artigo apresenta algumas possibilidades. Por exemplo, a radiação das supernovas pode ter sido forte o suficiente para causar quebras no DNA, levando a mutações e à diversificação de espécies.

Isótopos raros

Essa não é a primeira vez que cientistas estudam a presença do ferro-60 e sua relação com a evolução da vida. Pesquisas anteriores já encontraram amostras do isótopo na crosta terrestre, sedimentos do fundo do mar e até mesmo no regolito trazido da Lua. Essas amostras possibilitam descobrir a idade dos elementos e, portanto, determinar há quanto tempo a supernova ocorreu.

O isótopo ferro-60 é raro e tem meia-vida de cerca de 2,6 milhões de anos. Isso significa que ele decai relativamente rápido, transformando-se em elementos como o cobalto-60 e o níquel-60. A principal fonte de Fe-60 na Terra hoje são explosões de supernovas tipo II, ou seja, aquelas que ocorrem em estrelas com dez ou mais massas solares.

Continua após a publicidade

O novo artigo está disponível em pré-impressão no ArXiv.org e foi submetido à revista The Astrophysical Journal.

Fonte: arXiv.org; via: Universe Today