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"Superlua" parece ter sido encontrada em outro sistema estelar

Por| Editado por Patricia Gnipper | 13 de Janeiro de 2022 às 15h10

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Helena Valenzuela Widerström
Helena Valenzuela Widerström

Uma segunda candidata a superlua foi descoberta. Chamada Kepler-1708 b-i, o satélite natural fica na órbita de um exoplaneta do tamanho de Júpiter, a cerca de 5.500 anos-luz de nós. A descoberta foi feita por David Kipping, da Columbia University, junto de seus colegas e, se for confirmada, poderá significar que a ocorrência de exoluas é tão comum no universo quanto a de exoplanetas.

A possível nova exolua foi encontrada na órbita de Kepler-1708b, um exoplaneta um pouco menor que Júpiter. Até o momento, as evidências sugerem que a lua tem, aproximadamente, 2,6 vezes o tamanho da Terra, e parece ser gasosa. Ela é um pouco menor que a possível lua de tamanho de Netuno, encontrada por Kipping e seus colegas, na órbita do exoplaneta Kepler-1625b.

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A mais nova candidata foi revelada em meio a dados coletados pelo já aposentado telescópio espacial Kepler, que operou durante anos em busca de exoplanetas. Para isso, o Kepler observava pequenas diminuições na luz das estrelas, que podiam ser causadas por planetas. Em meio aos dados, o exoplaneta 1Kepler-1708b era o único que mostrava algo correspondente ao sinal de uma exolua.

As exoluas são objetos fascinantes para os astrônomos por um motivo parecido pelo qual os exoplanetas o são: além de terem o potencial de revelar como e onde a vida pode ter surgido no universo, elas têm características curiosas próprias, e podem ajudar em estudos sobre como se formaram, se podem abrigar vida e se têm papel na habitabilidade de seus planetas.

A candidata a "super" exolua

A candidata a superlua foi encontrada na órbita de Kepler 1708b, um exoplaneta localizado a cerca de 5.500 anos-luz da Terra, na direção das constelações do Cisne e da Lira, e é cerca de 30% menor que aquela encontrada anteriormente por Kipping e seus colegas. Segundo os autores, as duas candidatas a superluas são feitas de gás acumulado pelos efeitos gravitacionais vindos de suas enormes dimensões.

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Se este realmente for o caso, é possível que as duas tenham começado suas vidas como planetas, mas acabaram atraídas para a órbita de mundos ainda maiores, como é o caso de Kepler-1625b e 1708b. Kipping observa que, embora já existam algumas dezenas de milhares de candidatos a exoplanetas identificados, encontrar exoluas é algo ainda mais desafiador. Agora, observações futuras com outros telescópios espaciais devem ser realizadas para verificar a descoberta após alguns anos — basta lembrar que a primeira exolua identificada por Kipping é alvo de debates até hoje.

Eric Agol, professor de astronomia da Universidade de Washington, tem dúvidas sobre o sinal realmente indicar uma lua. ”Pode ser apenas uma flutuação nos dados, tanto por ruídos da estrela quanto pelos instrumentos”, sugeriu ele. Por outro lado, outros estão otimistas. “Isso é ciência pura: encontramos um objeto intrigantes, fizemos uma previsão e ou a confirmamos, ou descartamos com observações futuras”, propôs o astrônomo Michael Hippke.

De qualquer forma, ainda será preciso aguardar novos dados sobre a mais nova candidata a exolua. Kipping considera que a espera valerá a pena, e compara a situação ao ceticismo que recebeu a ideia da existência de exoplanetas. “Estes planetas são algo alienígena em comparação com o nosso sistema, mas revolucionaram o nosso entendimento de como sistemas planetários se formam”, concluiu.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Astronomy.

Fonte: Nature Astronomy; Via: Columbia NewsEurekalert