Starlab é o nome da estação espacial privada que deve ser lançada em 2027
Por Wyllian Torres • Editado por Patricia Gnipper |
As empresas Nanoracks, Voyager Space e Lockheed Martin anunciaram seus planos de construir uma estação espacial privada na órbita terrestre baixa (LEO, na sigla em inglês) até 2027. Uma vez que a Estação Espacial Internacional (ISS) tem grandes chances de ser desativada até o fim desta década, a unidade orbital privada chamada Starlab servirá como destino turístico, centro de pesquisa e como incentivo ao crescimento econômico fora da Terra.
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A Nanoracks será a principal responsável pela fabricação da nova unidade orbital, enquanto a Voyager Space oferecerá sua experiência em estratégia, manuseio e investimento; e a Lockheed Martin atuará como fabricante e integradora técnica. A Starlab consistirá em um módulo inflável anexado de um lado e, do outro, uma nave para fornecer a energia e propulsão. Ela terá uma capacidade de abrigar até quatro pessoas ao mesmo tempo, num espaço de 340 metros cúbicos — a ISS possui 916 metros cúbicos, para fins de comparação.
De acordo com Lisa Callahan, vice-presidente e gerente geral de espaço civil comercial da Lockheed Martin, a experiência da empresa na construção de naves espaciais e sistemas complexos, junto à inovação comercial da Nanoracks e a experiência financeira da Voyager Space, garantirá a criação de uma estação espacial focada na demanda dos futuros clientes. A Starlab poderia atingir sua capacidade operacional inicial em 2027, mas as empresas não divulgaram informações quanto ao custo total do projeto ou como ele será financiado.
Vale destacar que a Nanoracks não é a única a planejar a construção de um laboratório orbital, contando com financiamento da agência espacial estadunidense. A Axiom Space, por exemplo, foi selecionada pela NASA para construir um módulo comercial habitável a ser anexado na ISS. Além disso, a Blue Origin e a Sierra Space apresentaram conceitos de unidades orbitais. A Sierra Nevada Corporation também anunciou este ano que pretende construir um módulo inflável para substituir a estação internacional.
No início deste ano, a NASA anunciou o programa Commercial Low Earth Orbit Destinations (CLD). A partir dele, a agência norte-americana financiará algumas empresas para estudos iniciais de estações espaciais comerciais — ao final deste processo, as unidades seriam certificadas para uso dos astronautas da agência. O CLD também permitiria uma transição gradativa da ISS para outras unidades. O problema é que, segundo o ex-administrador da NASA, Jim Bridenstine, as unidades comerciais não ficarão prontas antes de a ISS se aposentar.
Os principais motivos seriam o grande tempo que se leva para desenvolver uma unidade orbital e, também, por conta do atual financiamento da NASA aos projetos — que, segundo Bridenstine, são insuficientes. Até o momento, a agência espacial não revelou quais serão seus planos após a aposentadoria da ISS. Sem uma unidade espacial estabelecida, é possível que os clientes comerciais procurem a nova estação espacial da China.