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SpaceX | Explosão do foguete Starship cria buraco na atmosfera

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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O foguete Starship, da SpaceX, explodiu durante o segundo teste de voo do veículo, o qual foi conduzido em 2023. Segundo um novo estudo de pesquisadores da Rússia, o ocorrido abriu um buraco na atmosfera superior da Terra, o primeiro já criado por uma explosão de origem humana. 

Foi em 18 de novembro que a SpaceX lançou pela segunda vez o Starship, o maior e mais potente foguete do mundo. Cerca de oito minutos depois de deixar a plataforma, o primeiro estágio do foguete se separou e explodiu antes mesmo de voltar à Terra; o outro estágio teve destino semelhante. 

No novo estudo, pesquisadores descobriram que a segunda explosão criou uma grande abertura na ionosfera, camada atmosférica que fica de 80 km a 650 km acima da superfície da Terra. Ali, os gases perdem seus elétrons e se transformam em plasma. 

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Abaixo, você confere alguns momentos de destaque naquele teste de voo:

Yury Yasyukevich, autor principal do novo estudo, explicou que “buracos assim são o resultado de processos químicos na atmosfera devido à interação com o combustível dos motores”. Satélites e observatórios em solo acompanharam a perturbação, que durou de 30 a 40 minutos. Depois, a área afetada foi totalmente recuperada. 

Esta foi a primeira vez em que o fenômeno ocorreu na ionosfera como resultado da ação humana. De acordo com os autores, o buraco foi formado pela onda de choque causada pela explosão do Starship, que dispersou temporariamente os elétrons livres na ionosfera.

Isso fez com que o plasma perdesse suas propriedades comuns. Qualquer resto de combustível que ainda estivesse no foguete, sem ter sido consumido pela explosão, pode ter ajudado o buraco a durar mais tempo. Por isso, não ocorreu nenhuma emissão luminosa, que seria parecida com as luzes das auroras boreais

E, afinal, será que o buraco formado causa algum efeito? Segundo os autores, não é possível saber ao certo. Os efeitos dos buracos ionosféricos são pouco compreendidos — e, por isso, fenômenos como este representam uma ótima oportunidade para estudarem melhor as dinâmicas ali. 

Vale lembrar que isso não significa que sejam completamente desconhecidos. Os cientistas já sabem bem que os compostos nos propelentes dos foguetes podem reagir com átomos de oxigênio ionizados, fazendo com que sejam recombinados temporariamente e emitam luz — que foi o que aconteceu após alguns lançamentos de foguetes Falcon 9, que abriram buracos na atmosfera e deixaram luzes avermelhadas no céu.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Geophysical Research Letters.

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Fonte: Geophysical Research Letters, TASS