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Falcon 9: foguete da SpaceX pode ter feito buraco na atmosfera da Terra

Por| Editado por Patricia Gnipper | 26 de Julho de 2023 às 12h16

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Kamala Venkatesh/Instagram
Kamala Venkatesh/Instagram

Parece que um dos lançamentos espaciais recentes da SpaceX criou uma espécie de buraco na ionosfera, uma das camadas atmosféricas da Terra. O fenômeno pode estar por trás do brilho avermelhado no céu, registrado por observadores nos Estados Unidos.

O lançamento em questão ocorreu no início da madrugada de 20 de julho. Naquele dia, um foguete Falcon 9 deixou a plataforma da Força Espacial Vandenberg, na Califórnia, levando 15 satélites Starlink ao espaço.

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A pluma deixada pelo foguete iluminou parte do céu, maravilhando os observadores no local. Pouco após o foguete seguir viagem e desaparecer do campo de visão de quem acompanhava o lançamento, um brilho avermelhado apareceu.

O fenômeno foi registrado pela astrofotógrafa Kamala Venkatesh, que estava fotografando o lançamento e notou uma mancha avermelhada nas suas imagens e naquelas capturadas por outro fotógrafo. “O brilho [do lançamento] da SpaceX ficou no céu e apareceu nas minha imagens, mas desapareceu conforme a noite seguiu”, relatou ela.

Para Jeff Baumgardner, cientista da Universidade de Boston, o fenômeno pode realmente ter sido causado pelo foguete. “Eu revi a filmagem do lançamento do dia 19, e ela mostra o motor do segundo estágio queimando a 286 km perto do pico da região F na ionosfera naquela parte do dia”, observou. “Então, é bem possível que um ‘buraco’ ionosférico tenha sido formado”.

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Ele explicou que o processo já é conhecido, e ocorre quando os foguetes espaciais acionam seus motores a até 300 km de altitude. O brilho aparece quando os gases expelidos pelo segundo estágio do veículo causem recombinação na ionosfera. “Os motores do foguete liberam água e dióxido de carbono na ionosfera, extinguindo a ionização local em até 70%”, acrescentou o cientista.

Depois, ocorrem reações químicas entre os íons de oxigênio e as moléculas liberadas pelo foguete. Estas reações produzem fótons em comprimentos de onda semelhantes àqueles das auroras boreais na cor vermelha. O fenômeno pode causar falhas perceptíveis por operadores de rádio e de sistemas GPS.

Esta não foi a primeira vez em que fenômenos apareceram no céu após lançamentos espaciais. No ano passado, um brilho avermelhado semelhante foi registrado após um foguete Falcon 9 ser lançado, e um observatório japonês registrou uma espiral brilhante, que pode ser formada pelo propelente liberado pelo foguete.

Fonte: Space Weather