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Sonda Parker Solar desvenda origem do vento solar rápido

Por| Editado por Patricia Gnipper | 07 de Junho de 2023 às 13h56

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A sonda Parker Solar, da NASA, se aproximou tanto do Sol que conseguiu detectar as estruturas causadoras do vento solar rápido. Em um novo estudo liderado por Stuart D. Bale, professor da Universidade da Califórnia, cientistas relatam que a nave reconstituiu a origem do vento até chegar aos buracos coronais, presentes na atmosfera do Sol.

Os buracos coronais são as áreas onde as linhas do campo magnético solar emergem da superfície. Quando o Sol está em períodos tranquilos do seu ciclo, os buracos aparecem nas regiões polares, mas basta que nosso astro fique mais ativo para surgirem em toda a superfície.

No novo estudo, os pesquisadores explicam que os dados da nave revelaram fluxos de partículas energéticas que correspondem a fluxos de supergranulação nos buracos, que são grandes células de convecção na fotosfera. É como se os buracos fossem um chuveiro: eles contêm jatos espaçados, emitidos a partir de áreas brilhantes em que as linhas do campo magnético se unem dentro e fora da superfície solar.

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As partículas formam estruturas parecidas com grandes funis. Quando os campos magnéticos opostos se sobrepõem neles, se rompem e são reconectados depois, disparando partículas do Sol. Este processo é conhecido como reconexão magnética, e parece estar por trás das partículas energéticas viajando até 100 vezes mais rápido que a média daquelas do vento solar "normal".

Bale conta que eles notaram a separação entre os funis conforme estudaram os dados da Parker, obtidos ao longo de suas aproximações do Sol. “A conclusão é que a reconexão magnética dentro destas estruturas oferece a energia para o vento solar rápido”, explicou ele. Antes, os pesquisadores não sabiam ao certo se a aceleração das partículas veio da reconexão ou do plasma quente do Sol, mas parece que, de fato, a reconexão é a causa.

Para identificar tantos detalhes do vento solar, a Parker precisou ficar a menos de 20 milhões de quilômetros do Sol. “Abaixo desta altitude, há muito menos evolução do vento solar e ele fica mais estruturado, você vê mais vestígios do que estava no Sol”, explicou ele. Isso aconteceu em 2021, quando ela ficou a apenas 8,4 milhões de quilômetros da superfície solar.

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Foi assim que ela conseguiu revelar detalhes que, normalmente, seriam perdidos conforme o vento solar deixa a coroa do Sol — ainda na analogia do chuveiro, é como se a nave tivesse observado os jatos de água estando de frente para eles. Ela viajou pelos jatos de material, que permitiram que os cientistas os relacionassem aos campos magnéticos e células de supergranulação.

James Drake, coautor do estudo, destacou a importância de conhecer os mecanismos por trás do vento solar. “Isso vai afetar nossa habilidade de entender como o Sol libera energia e causa tempestades geomagnéticas, que ameaçam nossas redes de comunicação”, finalizou ele.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature.

Fonte: Nature; Via: Berkeley University