Sol vai sofrer inversão magnética. O que acontecerá com a Terra?
Por Danielle Cassita • Editado por Luciana Zaramela |
O Sol está a caminho de uma inversão magnética, algo que ocorreu pela última vez no fim de 2013. O fenômeno acontece a cada 11 anos e indica que nosso astro chegou à metade do máximo solar, o nome dado à etapa de maior atividade em seu ciclo.
Ryan French, astrofísico solar, contou ao Space.com que a mudança vai ser do campo magnético norte para o sul no hemisfério norte do Sol, e no sul, vai acontecer o oposto. “Isso vai levar a uma orientação magnética semelhante à da Terra, que também tem seu campo magnético apontando para o sul no hemisfério norte”, explicou.
Para entender o fenômeno, vale lembrar rapidamente que o ciclo solar de 11 anos é determinado pelo campo magnético do nosso astro. Existem alguns sinais que indicam aos cientistas a etapa do ciclo, como a frequência e intensidade de manchas solares.
Enquanto isso, existe também o Ciclo de Hale, um ciclo magnético que dura cerca de 22 anos. Neste caso, o campo magnético solar é invertido e depois sofre outra inversão, voltando ao estado original. Segundo French, quando o máximo solar acabar e a atividade solar diminuir, significa que o Sol voltou a ter dois polos magnéticos e polaridade reversa.
O processo de inversão dos polos magnéticos não é instantâneo, mas sim gradual. "Em resumo, não há um 'momento' específico em que os polos do sol se invertem", observou French. "Não é como na Terra, onde a inversão é medida pela migração do polo norte/sul."
Efeitos na Terra
O clima espacial está bastante agitado nos últimos dias: o Sol já disparou uma série de erupções e ejeções de massa coronal, cujas partículas causaram várias tempestades geomagnéticas em nosso planeta. Assim, talvez você esteja se perguntando se a reversão pode afetar estes eventos.
Pode ficar tranquilo, pois o aumento da atividade solar não causou a inversão magnética no Sol. French explicou que, na verdade, o clima solar fica mais forte durante o máximo solar, que é também a etapa em que o campo magnético do nosso astro chega ao auge da complexidade.
Por outro lado, existe um pequeno efeito benéfico na inversão: a mudança no campo magnético torna sua estrutura mais irregular. Na prática, isso significa que nosso planeta pode ficar ainda mais protegido contra os raios cósmicos, feitos de partículas altamente energéticas perigosas para astronautas e espaçonaves como as sondas Voyager.
Fonte: Space.com