Simulação sugere que Via Láctea tem um tamanho "especial"
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper |
Uma equipe de astrônomos liderada por Miguel Aragón, da Universidade Nacional Autônoma do México, descobriu uma característica curiosa na Via Láctea: nossa galáxia é grande demais para sua “parede cósmica”, composta pelo arranjo de galáxias em formato achatado, encontrado ao redor dela.
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Além das galáxias, as paredes contêm também regiões chamadas “vazios”. Estas áreas parecem unir as galáxias em uma espécie de estrutura parecida com uma panqueca, formando assim um grupo achatado delas. Este ambiente, chamado “Chapa Local”, influencia como a Via Láctea e galáxias próximas giram em seus próprios eixos.
A descoberta veio de uma análise com simulações do projeto IllustrisTNG, que modela o universo físico. Quando simularam uma área com cerca de um bilhão de anos-luz e milhões de galáxias, eles descobriram que apenas uma parte delas era “especial”, com massa semelhante à da Via Láctea poderia estar no interior da parede.
Joe Silk, coautor do estudo, explica que a Via Láctea não tem massa ou tipo que a torne especial, e que há várias outras galáxias espirais semelhantes. “Mas ela é rara se você considerar os arredores”, observou. “O que descobrimos é que os outros muros de galáxias, como a Chapa Local, costumam ter uma galáxia tão massiva quanto a Via Láctea”, disse.
O estudo não considerou Andrômeda, a maior vizinha da Via Láctea, mas os autores reconhecem que pode ser necessário considerar o ambiente local para estudar a Via Láctea, ao invés de assumir que a proporção da nossa galáxia é comum, e que ela ocorre em um lugar como no universo.
Como as simulações foram feitas com foco na Via Láctea em uma “parede”, trabalhos futuros podem considerar mais galáxias no grupo local. Ainda, os pesquisadores notam que o contexto ambiental pode ajudar a explicar alguns fenômenos ainda não compreendidos, como a configuração pouco comum das galáxias ao redor de Andrômeda.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
Fonte: Monthly Notices of the Royal Astronomical Society; Via: Royal Astronomical Society