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O que tem no centro da Via Láctea?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 30 de Novembro de 2022 às 07h30

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NASA/JPL-Caltech/R. Hurt (SSC/Caltech)
NASA/JPL-Caltech/R. Hurt (SSC/Caltech)

A Via Láctea é uma galáxia formada principalmente por um disco de braços espirais e uma região central muito densa e amarelada chamada “bojo”. Ali, há cerca de dez bilhões de estrelas orbitando o objeto colossal que habita o núcleo da galáxia: o buraco negro supermassivo Sagittarius A* (ou Sagitário A*).

O centro da Via Láctea fica a 26 mil anos-luz do Sistema Solar e podemos ver um pouquinho da luminosidade do bojo a olho nu, durante o período entre março e agosto. Claro, para isso é preciso estar em uma área livre da poluição luminosa, o que significa estar bem longe dos centros urbanos.

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O bojo da Via Láctea

Com cerca de 27 mil anos luz de uma extremidade a outra, o bojo é a região mais povoada da galáxia. Bojos galácticos têm esse formato devido às estrelas que habitam por lá.

Ao contrário do disco da galáxia, formado por estrelas que orbitam de modo bastante ordenado ao redor do núcleo, as estrelas do bojo têm órbitas aleatórias, resultando em uma região de formato esférico.

Algumas delas formam aglomerados globulares que orbitam o núcleo dessa região, onde existem tantas estrelas que as colisões entre elas são relativamente comuns.

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Entretanto, embora seja considerado a região central, o bojo não é exatamente o núcleo da Via Láctea. Dentro dele, no exato ponto central, existe o buraco negro supermassivo Sagittarius A* (cuja sigla é Sgr A*), com cerca de 4,31 milhões de vezes a massa do Sol.

O buraco negro supermassivo da Via Láctea

O Sagittarius A* está posicionado no baricentro da Via Láctea, ou seja, no ponto ao redor do qual todo o restante da galáxia orbita — inclusive o Sistema Solar. Não é à toa que os cientistas cogitam que buracos negros supermassivos têm papel fundamental na própria formação das galáxias espirais.

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Apesar de parecer assustador, nosso buraco negro central não é exatamente uma ameaça para as estrelas ao seu redor. Na verdade, ele é bem “tranquilo”, já que não se alimenta de muita matéria há um bom tempo — exceto por alguns “lanches” compostos por gás e poeira.

Foi graças a estrelas próximas bem próximas do núcleo, conhecidas como estrelas S, que os cientistas puderam comprovar a existência do Sgr A* — em especial a estrela S2, que também ajudou a determinar a massa do buraco negro. Este trabalho rendeu um prêmio Nobel aos autores Reinhard Genzel e Andrea Ghez em 2020.

Em março de 2022, a colaboração Event Horizon Telescope (EHT) revelou a primeira imagem real do Sagittarius A*. Contudo, ainda há muitas perguntas que permanecem sem respostas. Como ele se formou? Qual seu real papel na formação da Via Láctea? E, principalmente, o que acontece dentro dele?