Quantas estrelas tem na Via Láctea?
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper |
Você já se perguntou quantas estrelas tem na Via Láctea? Se observar o céu em uma noite escura e longe da poluição luminosa, você talvez veja cerca de quatro mil estrelas. Entretanto, a quantidade de estrelas que faz parte da nossa galáxia é muito maior, chegando facilmente a algumas centenas de bilhões.
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É extremamente difícil determinar a quantidade exata de estrelas da nossa galáxia. É que, além de não ser possível contar cada uma delas individualmente, muitas delas não podem ser observadas devido à estrutura da Via Láctea.
O centro da Via Láctea é formado por estrelas, gás e poeira — isso sem mencionar Sagitário A*, o buraco negro supermassivo da nossa galáxia. A matéria ali está tão densamente agrupada que nem mesmo os telescópios mais poderosos conseguem observar o que existe na região.
Por isso, os astrônomos desenvolveram algumas técnicas para chegar a estimativas e, assim, tentar se aproximar do total de estrelas da Via Láctea.
Afinal, quantas estrelas existem na Via Láctea?
A resposta curta é “ninguém sabe ao certo”. Pode soar frustrante, mas até o momento, foi possível chegar apenas a estimativas que, como o nome indica, não representam de forma exata a quantidade de estrelas da Via Láctea, mas chegam perto.
Por isso, a quantidade de estrelas varia. Alguns astrônomos sugerem a existência de cerca de 100 bilhões delas, enquanto outros propõem algo mais próximo dos 300 bilhões de estrelas. Vale lembrar que estes números se aplicam somente para a Via Láctea, e não representam as estimativas de outras galáxias.
Já a missão Gaia, da Agência Espacial Europeia, vem estudando a quantidade de estrelas no céu noturno há quase uma década. Ela já mapeou a posição de 1,7 bilhão de estrelas, e os dados obtidos sugerem que existam entre 100 e 400 bilhões delas.
Como saber quantas estrelas há na Via Láctea?
Os astrônomos desenvolveram algumas técnicas para tentar responder esta pergunta. Uma delas envolve a análise da cor e brilho das estrelas da nossa galáxia: as estrelas maiores e mais massivas, como Vega, tendem a ser azuladas, e as menores e mais escuras, avermelhadas.
Como as estrelas brancas, azuis e vermelhas emitem diferentes quantidades de luz, é possível medir esta luz e chegar a estimativas da quantidade delas existente delas.
Outro jeito é medir a massa da Via Láctea por meio da rotação e do espectro de luz emitido. Como a maior parte da massa é formada pela matéria escura, aquela que não emite luz e que compõe a maior parte da matéria do universo, é preciso determinar ainda o quanto da massa total vem, sozinha, das estrelas.
Normalmente, 90% da massa galáctica obtida a partir da curva de rotação vem da matéria escura. Muito do restante é formado por gás e poeira, e apenas 3% são compostos por estrelas — mas, como estamos lidando com estimativas, este número pode variar.