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Galáxia de Andrômeda: o que sabemos sobre a vizinha gigante da Via Láctea

Por  • Editado por  Rafael Rigues  | 

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NAOJ, Hubble, Mayall (NSF)/R. Gendler & R. Croman
NAOJ, Hubble, Mayall (NSF)/R. Gendler & R. Croman

A galáxia Andrômeda é observada por humanos há um bom tempo. Há registros sobre a "Pequena Nuvem" no Livro de Estrelas Fixas do astrônomo persa Abd-al-Rahman Al-Sufi, do ano 964, e em outros livros posteriores. Entretanto, foi por meio do catálogo de Charles Messier, de 1764, que o objeto se tornou mais conhecido.

Quem descobriu Andrômeda?

Sem conhecer o trabalho de Al-Sufi, Charles Messier e Edmond Halley (que escreveu seu Tratado sobre Nebulosas em 1716) creditam a descoberta de Andrômeda a diferentes astrônomos, alguns dos quais rejeitaram a atribuição.

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Na década de 1920, havia um debate sobre nebulosas, em especial Andrômeda: seriam elas objetos dentro da Via Láctea ou algo bem mais distante? A polêmica foi fomentada principalmente com telescópios capazes de identificar algumas estrelas na nebulosa.

Quando Edwin Hubble descobriu estrelas variáveis Cefeidas, ele conseguiu medir distâncias de objetos cósmicos e comprovou que Andrômeda é, na verdade, uma galáxia separada, muito mais distante da Via Láctea que se imaginava — 2,5 milhões de anos-luz de distância.

Além disso, Hubble conseguiu mostrar que existem outros bilhões de galáxias universo afora, uma hipótese relativamente antiga, mas nunca comprovada. Com a popularidade do catálogo de Messier entre os astrônomos amadores, Andrômeda ficou conhecida como Messier 31, ou M31.

Características da Galáxia de Andrômeda

A Galáxia de Andrômeda recebe esse nome por se localizar na constelação de Andrômeda. É provavelmente a galáxia mais massiva do Grupo Local, com cerca de 1 trilhão de estrelas, enquanto a Via Láctea tem entre 200 e 400 bilhões.

Sua magnitude aparente é de 3,4, ou seja, é brilhante o suficiente para ser vista a olho nu em noites sem Lua e sem poluição luminosa. Na verdade, é o objeto visível mais distante da Via Láctea.

Seu tamanho é de aproximadamente 220.000 anos-luz de diâmetro (a Via Láctea tem cerca de 105 anos-luz de diâmetro) e sua massa é de 1.230 bilhões de massas solares. Embora as diferenças sejam grandes, Andrômeda e Via Láctea são as maiores e mais massivas do Grupo Local de Galáxias.

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Ambas têm nas suas vizinhanças cerca de uma dúzia de galáxias satélites e um buraco negro supermassivo em seus respectivos núcleos. Curiosamente, Andrômeda tem um núcleo duplo, com duas concentrações de massa chamadas P1 e P2, separados por 4,2 anos-luz de distância. A mais fraca (P2) abriga o buraco negro central.

Passado e futuro de Andrômeda

Assim como a Via Láctea, Andrômeda é uma galáxia espiral que evoluiu por meio da colisão com galáxias menores. Ela pode ser considerada como uma verdadeira galáxia canibal, já que os processos de colisão podem ser rotineiros desde seu “nascimento”.

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Durante o tempo de formação de Andrômeda, a galáxia experimentou uma taxa muito alta de formação de estrelas, que cessou há cerca de 2 bilhões de anos. Agora, ela está praticamente inativa na formação estelar.

Andrômeda compartilhará seu destino com a Via Láctea, já que ambas também colidirão entre si. Esse futuro é inevitável, mas não acontecerá antes de quatro bilhões de anos. A previsão foi feita pela NASA graças a medições realizadas pelo telescópio espacial Hubble.

Fusões entre galáxias ocorrem porque elas estão se atraindo mutuamente devido à gravidade. Todo o processo levará ainda mais 2 bilhões de anos e o resultado será uma espiral gigantesca. Muitas estrelas se formarão nessa mega galáxia durante muitíssimo tempo, antes que o gás se acabe.

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O formato da mega galáxia tem sido tema de debate. Até pouco tempo, os astrônomos raciocinavam que o resultado dessa fusão seria uma galáxia elíptica, mas com modelos mais sofisticados a conclusão é de que o formato espiral será mantido.

Se ainda houver alguma civilização daqui a 4 bilhões de anos, a vista do céu noturno será magnífica. O processo será muito longo e ninguém veria mudanças ao longo da vida, mas ao longo nos milênios será possível comparar registros e notar a evolução da fusão. O Sol ainda estará “vivo”, mas prestes a “morrer”, mas será dificilmente afetado ou atingido por outra estrela durante a fusão.