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Satélites que estudam a Terra ficaram "de olho" no eclipse lunar de maio

Por| Editado por Rafael Rigues | 18 de Julho de 2022 às 14h26

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Yu Kato/Unsplash
Yu Kato/Unsplash

Os satélites Landsat 8 e 9 estudam a Terra quase continuamente, mas em maio, eles acompanharam algo diferente: ambos registraram o eclipse lunar total daquele mês, o mais longo do tipo ocorrido em três décadas. Eles revelaram mudanças significativas e desiguais na temperatura do nosso satélite natural, registradas em uma sequência de imagens com resolução de aproximadamente 60 km por pixel.

Quando a Terra fica alinhada entre o Sol e a Lua, a sombra do nosso planeta é projetada na superfície lunar, dando origem ao fenômeno conhecido como eclipse lunar. O eclipse em questão foi total, ou seja, a sombra da Terra cobriu completamente a superfície lunar e a pouca luz solar que passou durante o evento foi filtrada pela nossa atmosfera, conferindo cor avermelhada ao nosso satélite natural — daí o apelido “Lua de Sangue”. O eclipse durou cerca de cinco horas.

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Enquanto observadores acompanhavam o evento, os sensores Thermal Infrared Sensor (TIRS e TIRS-2), dos satélites Landsat 8 e 9, respectivamente, analisaram as mudanças de temperatura na superfície da Lua através da intensidade da luz infravermelha refletida por sua superfície. Com as medidas da “temperatura de brilho”, os cientistas estudaram como a temperatura da superfície da Lua mudou enquanto estava na sombra da Terra.

Dennis Reuter, cientista do instrumento TIRS, observou que a superfície lunar esfriou rapidamente assim que a sombra da Terra a cobriu, bloqueando a luz do Sol: no caso, a temperatura caiu a uma taxa de mais de 100 ºC por hora quando o eclipse total começou. Além disso, as fotos dos sensores mostram que no momento total do evento, a superfície da Lua se esfriou rapidamente quando comparada a áreas iluminadas pelo Sol anteriormente.

Como a Lua não tem atmosfera para reter calor, é natural que a temperatura caia bruscamente na ausência da luz solar — contudo, Dennis Reuter, cientista do instrumento TIRS, observa que não é o único motivo. “Meteoroides atingiram a Lua por bilhões de anos, e deixaram a superfície toda coberta por uma fina camada de poeira rochosa, ou ‘regolito’”, explicou. “O pequeno tamanho de cada partícula e a baixa densidade natural da poeira ajuda a superfície lunar a perder calor rapidamente”, disse.

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Por fim, os cientistas descobriram que as crateras lunares formadas pelos impactos começam mais frias e perderam calor mais lentamente que o material ao redor delas durante a etapa total do eclipse. Isso foi observado na cratera Tycho: quando ela estava totalmente imersa na sombra da Terra, aparentou continuar relativamente brilhante (ou seja, ainda estava aquecida) quando comparada com o terreno nos arredores.

É possível que isso tenha acontecido em função da menor quantidade de poeira fina. “A diferença nas taxas de resfriamento em diferentes áreas é chamada ‘diferença em inércia térmica’, e nos dá pistas sobre a variação nas características da superfície de diferentes regiões do objeto”, comentou Reuter. Agora, as medidas obtidas vão ajudar os pesquisadores a aprender mais sobre a relação entre observações térmicas e a composição da superfície da Lua e, claro, de outros objetos.

Fonte: NASA