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Satélite da ESA que estudará exoplanetas será construído pela Airbus

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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ESA/STFC RAL Space/UCL/Europlanet-Science Office
ESA/STFC RAL Space/UCL/Europlanet-Science Office

A missão Atmospheric Remote-sensing Infrared Exoplanet Large-survey (ou somente "ARIEL") já pode avançar para as etapas de projeto e construção através de um novo contrato, fechado entre a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Airbus. A missão tem lançamento programado para 2029 e irá estudar a composição, formação e evolução de aproximadamente mil exoplanetas.

O contrato foi celebrado em uma pequena cerimônia na sede da ESA. A Airbus irá liderar o consórcio industrial europeu para a construção do satélite da missão, proporcionando também expertise e apoio à agência espacial para o desenvolvimento do módulo de cargas úteis. Futuramente, a Ariel deve ser lançada com um foguete Ariane 6, da ESA, junto da missão Comet Interceptor.

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A missão irá operar no Ponto de Lagrange L2 a 1,5 milhão de quilômetros “atrás” da Terra (em relação ao Sol) durante sua missão primária. Esta é a primeira missão dedicada à coleta de informações da composição química e da estrutura térmica de exoplanetas, e irá estudar os compostos deles, bem como a formação e evolução destes mundos através de análises de comprimentos de onda da luz visível e infravermelha em cerca de mil planetas.

Graças ao design térmico e mecânico de grande estabilidade, a nave poderá realizar operações de longo prazo de um mesmo sistema de exoplanetas em períodos de 10 horas a 3 dias. Ela conta com um módulo de carga útil, equipado com um telescópio criogênico de classe e instrumentos científicos associados.

Com a Ariel, será possível preencher uma lacuna importante no conhecimento de como a composição de um planeta está relacionada ao ambiente onde se formou, esclarecendo também como e se o tipo da estrela pode ser responsável por definir os processos químicos e físicos da evolução do planeta em questão. Essas observações vão também contribuir para a compreensão do Sistema Solar, ajudando os cientistas na busca por vida em outros planetas.

Missões "caçadoras de exoplanetas" da ESA

A Ariel faz parte de um trio de novas missões da ESA dedicadas ao estudo de exoplanetas. Além dela, há a CHEOPS (Characterising Exoplanet Satellite), lançada em 2019 para observar estrelas brilhantes orbitadas por exoplanetas. Focada principalmente em mundos com tamanho entre o da Terra e de Netuno, a Cheops vem registrando informações das dimensões dos exoplanetas e as combina com medidas obtidas por outros observatórios.

Desta forma, é possível determinar a densidade deles, um passo inicial importante para a caracterização da natureza deles. A Cheops irá identificar também possíveis candidatos para missões futuras; por exemplo, ela irá proporcionar alvos bem caracterizados para estudos com o telescópio James Webb, que poderá analisar a atmosfera deles mais detalhadamente.

Já a missão Plato (PLAnetary Transits and Oscillations of stars) é uma caçadora de planetas de última geração, voltada para analisar as propriedades de planetas rochosos que estejam em órbitas até a zona habitável de suas estrelas, ou seja, a região onde a água pode existir em estado líquido. Esta missão irá estudar também a estrela, reunindo informações sobre o estado evolucionário dos sistemas estelares estudados.

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As missões Cheops, Plato e Ariel serão complementadas pelos dados do telescópio espacial James Webb, cujos resultados poderão ajudar os astrônomos a entender o que formam sistemas exoplanetários e como ocorre a evolução deles. O Webb tem lançamento programado para acontecer no dia 22 de dezembro com um foguete Ariane V, da francesa Arianespace.

Fonte: ESA (1, 2)

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