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Conheça o Cheops, satélite europeu que vai estudar exoplanetas distantes em 2020

Por| 19 de Setembro de 2019 às 17h20

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ESA/ATG medialab
ESA/ATG medialab

A Agência Espacial Europeia (ESA) está se preparando para o lançamento do satélite Cheops, projetado para explorar e coletar informações de exoplanetas. Ele será lançado em meados de dezembro, na Guiana Francesa, e começará suas observações em abril de 2020. Essa será a primeira missão da ESA com foco nos planetas além do Sistema Solar.

De acordo com as publicações da agência, o Cheops (sigla para Characterising Exoplanet Satellite) está pronto desde março deste ano, quando concluiu uma série de testes finais. Nessa mesma época, o lançamento foi previsto para outubro ou novembro, mas a nova data foi revelada na última segunda-feira (16) pela cientista Kate Isaak, uma das responsáveis pela missão.

O Cheops realizará fotometria de alta precisão em estrelas brilhantes já conhecidas por hospedar planetas em sua órbita. Os principais objetivos da missão, segundo a ESA, são “medir a densidade aparente de super-Terras e Netunos orbitando estrelas brilhantes e prover alvos adequados para futuros estudos aprofundados das características de exoplanetas nessas faixas de massa e tamanho”.

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Willy Benz, principal pesquisador da equipe, enfatiza que não se trata de uma missão de descoberta, e sim para aprender sobre alguns dos mais de 4.000 exoplanetas já conhecidos. O primeiro objetivo é mensurar com precisão o tamanho dos mundos, “e uma vez que temos o tamanho, e possivelmente a massa, podemos encontrar a densidade, e a partir daí saberemos um pouco do que o planeta é feito”.

Assim, através das informações obtidas pelo satélite, os pesquisadores terão grandes pistas sobre a composição e estrutura dos planetas, e poderão saber se eles são rochosos ou gasosos, ou se existem oceanos de água líquida.

Os dados obtidos pelo Cheops serão processados pelos cientistas do Observatório de Genebra, na Suíça. Esse observatório tem um grande histórico no estudo de exoplanetas: foi lá que, em 1995, Michel Mayor e Didier Queloz descobriram o primeiro exoplaneta orbitando uma estrela parecida com o Sol.

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A missão é uma parceria entre a ESA e a Suíça, e também conta com importantes contribuições da Áustria, Bélgica, França, Alemanha, Hungria, Itália, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido. O satélite foi fabricado em maior parte na Espanha, onde se encontra atualmente. Segundo Isaak, "a calibragem dos instrumentos já terminou, as simulações e testes estão em curso e o programa científico está na fase final".

Essa será apenas a primeira missão de pesquisa de exoplanetas da ESA. A próxima geração de satélites exploradores de planetas fora do Sistema Solar da agência europeia já está planejada para a próxima década: as missões Platão e Ariel, que vão descobrir e investigar novos mundos em torno de outras estrelas.

Fonte: ESA