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Saiba tudo sobe a minilua da Terra, que chega neste domingo (29)

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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urikyo33/Pixabay
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A Lua, nosso satélite natural, vai receber uma companhia em breve. No domingo (29), nosso planeta vai capturar o asteroide 2024 PT5, que se transformará em uma minilua temporária por dois meses, aproximadamente. 

Esta visitante cósmica mede apenas 10 metros de diâmetro e deve permanecer 56,6 dias conosco. Como é pequena e tem brilho fraco, ela deve ser visível só com telescópios relativamente grandes e equipamentos eletrônicos.

“Infelizmente, este não vai ser um objeto visível a olho nu, e não vai estar no alcance de binóculos ou telescópios amadores”, disse Raúl de la Fuente Marcos, coautor de um estudo publicado na Research Notes of the AAS sobre a chegada da minilua, em entrevista ao Canaltech.  

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O objeto foi descoberto em 7 de agosto pelo levantamento Asteroid Terrestrial-Impact Last Alert System (ATLAS), da NASA. Ele foi identificado apenas um dia antes de se aproximar da Terra, quando ficou a 567 mil quilômetros do nosso planeta. 

Depois, os astrônomos Carlos e Raúl de la Fuente Marcos, da Universidade Complutense de Madrid, calcularam sua órbita e desvenderam sua trajetória. A minilua — que é o asteroide 2024 PT5 — veio do Cinturão de Asteroides Arjuna, o lar de rochas espaciais com órbitas parecidas com a da Terra.

De tempos em tempos, alguns destes asteroides ficam a cerca de 4,5 bilhões de quilômetros do nosso planeta, distância curta em termos astronômicos. Se algum deles se mover a cerca de 3.540 km/h, velocidade considerada lenta, a gravidade da Terra pode ser forte o suficiente para capturá-lo temporariamente. E é o que vai acontecer com 2024 PT5.

“Nossa colaboração já conseguiu o espectro [da luz] visível, e a outra conseguiu espectros da luz visível e do infravermelho próximo”, explicou o pesquisador ao Canaltech. “Com os dados de radar, vamos conseguir informações robustas sobre seu tamanho e formato. Do espectro, conseguimos informações sobre sua composição química. Com a fotometria, podemos descobrir como é sua rotação”, acrescentou.  

Minilua da Terra 

A estimativa é que o objeto entre na órbita da Terra em 29 de setembro, seguindo viagem pelo espaço em 25 de novembro. Durante este período, o pequeno asteroide vai parar de orbitar o Sol, passando a viajar ao redor da Terra; depois, ele vai voltar à sua órbita heliocêntrica.

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A curta estadia talvez seja uma das maiores diferenças entre 2024 PT5 e a Lua, nosso satélite natural que orbita a Terra há bilhões de anos. Como não vai completar uma órbita inteira ao redor do nosso planeta, é mais adequado dizer que o objeto foi temporariamente capturado e vai realizar um sobrevoo, aliás. 

Enquanto nossa Lua tem um lado que jamais pode ser visto da Terra, é difícil que algo assim aconteça com este visitante. “Satélites irregulares temporários não ficam perto da Terra por tempo suficiente para passar pelos efeitos gravitacionais que podem levar à rotação sincronizada [que causaria o 'lado oculto'], então o satélite mostra sempre o mesmo lado para o planeta”, explica. 

Após seguir viagem pelo espaço, o 2024 PT5 vai voltar para uma nova visita em 9 de janeiro, quando ficará a 1,8 milhões de quilômetros da Terra. Em 2055, o asteroide vai realizar uma nova visita, ficando a 5,2 milhões de quilômetros de nós. 

O que é minilua?

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Segundo a NASA, as luas são “objetos de origem natural que orbitam planetas”. Já os astrônomos descrevem as miniluas como asteroides e cometas que foram capturados pela gravidade de um planeta, e que ficaram por lá por um período limitado. 

No caso, 2024 PT5 é a quinta minilua detectada que foi capturada pela gravidade da Terra, mas outros objetos já estiveram em situação semelhante — é o caso de 1991 VG, a primeira minilua conhecida do nosso planeta. Ela chegou em 1991 e nos deixou em 1992, e media apenas 10 m de diâmetro. Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, também já teve suas próprias miniluas temporárias. 

Já em 2002, o astrônomo amador Bill Yeung descobriu J002E3, objeto que, à primeira vista, pareceu ser uma nova minilua. Depois, novas observações revelaram que o objeto estava coberto por uma pintura clara com óxido de titânio. No fim, os astrônomos concluíram que, na verdade, a “minilua” era o terceiro estágio de um foguete Saturn V. 

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E não pense que 2024 PT5 vai ser a última minilua da Terra. “Até agora, três pequenos asteroides se tornaram miniluas”, descreveu o autor. 2024 PT5 é o quarto deles. “É provável que vamos conseguir detectar novos em intervalos de alguns anos. As miniluas também tendem a sofrer capturas recorrentes a cada novas décadas”, finalizou de la Fuente Marcos.