Miniluas da Terra podem revelar origem do Sistema Solar
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
As miniluas da Terra são pequenos corpos cósmicos, cujas órbitas são parcialmente governadas pelo nosso planeta (mas parcialmente governadas por outros corpos também). Pesquisadores da área destacaram essas miniluas como candidatas em potencial para revelar informações importantes sobre a origem do Sistema Solar.
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A proximidade das miniluas com a Terra é o que as torna perfeitas candidatas para essa exploração. Já faz muito tempo que os cientistas querem desvendar os segredos do Sistema Solar, objetivo que tem sido colocado em prática através de várias missões espaciais.
Por causa dessa proximidade, viajar até as miniluas e coletar uma amostra levaria muito menos tempo e combustível do que para chegar a determinados asteroides, como o Bennu (protagonista da missão OSIRIS REx, da NASA), onde pesquisadores conseguiram encontrar água e carbono.
Em entrevista ao Live Science, o cientista-chefe para exploração de pequenos corpos da NASA, Paul Abell, anunciou que esses asteroides próximos à Terra são como cápsulas do tempo, ou seja: “Eles nos dão indicações de como era o início do Sistema Solar e quais eram as condições.”
O que são as miniluas?
Miniluas são corpos celestes pequenos que temporariamente orbitam a Terra. Como o próprio nome sugere, são muito pequenos para serem classificados como luas verdadeiras. Geralmente, estamos falando de asteroides ou fragmentos de detritos espaciais capturados pela gravidade da Terra e temporariamente retidos em órbita.
Muitas miniluas podem passar despercebidas, justamente por causa de sua pequena dimensão e de suas órbitas muitas vezes irregulares e instáveis.
Miniluas ajudariam a entender o Sistema Solar?
Na entrevista, Abell afirma que a coleta de amostras de miniluas poderia ajudar a mitigar alguns grandes problemas na pesquisa atual de asteroides. O que acontece é que, na maioria dos casos, os cientistas estudam pedaços de asteroides que caíram na Terra na forma de meteoritos, mas podem ser difíceis de analisar dependendo das condições em que se encontram.
O especialista da NASA observa que, quando temos um meteorito caindo na Terra, ele já está contaminado pela umidade e pelos gases da atmosfera terrestre. Mas quando se fala de moléculas orgânicas e água, ir até a fonte e descobrir o que existe lá pode ser importante. “Por isso que gostaríamos de fazer essas missões de retorno de amostras”, completa.
A NASA continuará a estudar as rochas e a poeira dentro de Bennu, e a missão inspira os cientistas que planejam as próximas fases da exploração próxima da Terra. Com isso, o próximo destino mais fácil poderia ser uma das miniluas da Terra.
Fonte: NASA (1, 2), Live Science