Saiba por que a Starlink de Elon Musk não tem culpa na tragédia do submarino
Por Danielle Cassita | Editado por Patricia Gnipper | 23 de Junho de 2023 às 12h56
![Michal Mrozek/Unsplash](https://t.ctcdn.com.br/F_uX_DYgO-Wz8_c3FMD-BMXHdAw=/640x360/smart/i756654.jpeg)
Os destroços do submersível Titan, da OceanGate, foram encontrados na quinta (22) com a ajuda de um robô. O desfecho vem após o desaparecimento do veículo no domingo (18) com cinco pessoas a bordo, e rendeu especulações nas redes sociais — alguns, inclusive, apontaram o Titan perdeu a comunicação porque usava a internet dos satélites Starlink da SpaceX, empresa de Elon Musk. Mas isso não é verdade.
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Uma publicação do portal Snopes afirmava que a Starlink oferecia conexão para a expedição. Ainda, um tuíte da OceanGate, feito um dia antes do início da expedição, afirmava que, como não há torres de celular no meio do oceano, eles dependiam da Starlink para a comunicação necessária para a empreitada. A publicação fo apagada após a confusão.
Outro tuíte, este publicado pelo perfil da Starlink, dizia que “a internet do espaço estava apoiando a expedição de mergulho ao Titanic”. Para alguns, isso indicaria que a internet Starlink — e, consequentemente, Elon Musk — seriam os responsáveis pela perda de comunicação do submersível e a embarcação de apoio. Só que não.
De fato, a embarcação que ajudou a levar o Titan ao meio do oceano poderia usar internet via satélite para a comunicação na superfície. Só que, quando veículos como submarinos estão em águas profundas, eles não usam internet para enviar mensagens, mas sim o sonar, uma tecnologia que emite ondas sonoras.
Estas ondas precisam de um meio para se propagarem, como o ar da atmosfera ou a água do oceano. Já a internet Starlink é transmitida por ondas de rádio, que atravessam facilmente o vácuo do espaço e a atmosfera terrestre, mas não a água — e menos ainda a grandes profundidades, como os quase 4 km em que estão os destroços do Titanic, o alvo da expedição.
Stefan Williams, professor na Universidade de Sidney, observa que o Titan provavelmente tinha uma ligação acústica com a embarcação na superfície. "[A ligação era] feita por meio de um transpoder (dispositivo para receber um sinal de sonar) em sua extremidade e um transceptor (dispositivo que pode tanto transmitir quanto receber comunicações), na embarcação de superfície", descreveu ele.
Depois, a OceanGate reforçou que não se comunicava com o veículo no fundo do mar por meio de conexão com a internet, esta sendo usada apenas em embarcações na superfície, necessárias para ajudar na navegação e comunicação com os submergíveis durante as expedições da empresa.
Fonte: Via: Mashable, Interesting Engineering, Business Insider