Saiba como a ESA vai ajudar satélite aposentado a reentrar na atmosfera
Por Danielle Cassita | Editado por Patricia Gnipper | 25 de Julho de 2023 às 11h59
A Agência Espacial Europeia (ESA) iniciou nesta segunda-feira (24) a operação para guiar satélite Aeolus à Terra de forma segura. Ele está perdendo cerca de 1 km de altitude a cada dia, e os operadores da ESA deram início aos procedimentos para tentar realizar uma uma reentrada assistida com ele. Se tudo correr bem, o satélite vai reentrar na atmosfera durante a noite de sexta (28).
- O que é reentrada de lixo espacial? E quais são os riscos?
- Como os satélites na órbita da Terra evitam colisões entre si?
O satélite Aeolus foi lançado em 2018 e passou cerca de cinco anos orbitando a Terra — ao longo de suas operações, ele precisou ser desviado para evitar uma colisão com um satélite da SpaceX. Desde o fim de sua missão, a gravidade do planeta e a atividade solar vêm arrastando o satélite para baixo de sua altitude operacional de 320 km. Ele não foi projetado para fazer uma reentrada controlada, ou seja, iria cair de volta para a Terra se nenhuma interferência for feita.
Entretanto, a ESA vai tentar uma reentrada assistida, o primeiro procedimento do tipo já feito. A ideia é aproveitar o que restou de combustível no interior do satélite para seu retorno à Terra. “Isso vai começar com um conjunto inicial de manobras que vão ser executadas na segunda, para reduzir a altitude de 280 km, que a espaçonave deve ter, para 250 km e colocá-lo em uma órbita elíptica”, explicou Isabel Rojo Escude-Cofiner, da ESA.
A primeira manobra foi concluída com sucesso e, agora, as equipes vão passar três dias trabalhando em outro conjunto de manobras, que vai reduzir a altitude do satélite para 150 km. Já na sexta-feira, o Aeolus vai receber seus comandos finais, necessários para realizar manobras que vão colocá-lo a apenas 100 km de altitude.
Cinco horas depois, o satélite vai iniciar sua reentrada pela atmosfera. Segundo a ESA, ele vai descer em uma trajetória sobre o oceano Atlântico, sob monitoramento dos radares da agência espacial. Caso ocorra alguma falha durante a operação, o Aeolus vai seguir em sua reentrada natural, sem uma direção específica.
Os cientistas da ESA acreditam que 80% do satélite seja queimado conforme ele desce pela atmosfera, enquanto os 20% que sobreviverem vão cair no oceano Atlântico e afundar. Portanto, a segurança desta reentrada não está no que sobrar do satélite e na recuperação destes fragmentos, mas sim na missão, que vai ajudar os cientistas a desenvolver futuras missões para trazer equipamentos espaciais à Terra com riscos ainda mais baixos para pessoas e construções em solo.
Fonte: ESA