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ESA realiza manobra em satélite para evitar colisão com Starlink, da SpaceX

Por| 02 de Setembro de 2019 às 21h20

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ESA realiza manobra em satélite para evitar colisão com Starlink, da SpaceX
ESA realiza manobra em satélite para evitar colisão com Starlink, da SpaceX

Na manhã desta segunda-feira (2), a Agência Espacial Europeia (ESA) informou que precisou realizar uma manobra em um de seus satélites para evitar uma colisão com um componente da Starlink, a “mega constelação” de satélites de internet da SpaceX. De acordo com o comunicado da ESA no Twitter, foi necessário ativar os propulsores do satélite Aeolus para aumentar sua altitude e desviá-lo da rota de colisão.

Essa foi a primeira vez em que a ESA teve que realizar uma manobra do tipo para evitar colisões com outro satélite, de acordo com a agência. Logo após o tempo previsto para a colisão acontecer, o Aeolus, que é um satélite científico cujo objetivo é melhorar a previsão do tempo, voltou a transmitir dados, confirmando que o desvio foi concluído com êxito.

Ainda de acordo com a agência espacial, a maioria das manobras desse tipo acontece, na verdade, para evitar detritos. O Aeolus está consideravelmente mais abaixo da órbita da constelação Starlink, portanto é possível que o satélite da SpaceX que ameaçou o Aeolus tenha sido um dos três que a empresa de Elon Musk está tirando da órbita após perda de contato.

Uma crítica sutil?

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Muitos interpretaram a publicação da ESA no Twitter como uma crítica à iniciativa Starlink. Entre eles, está Matt Desch, CEO da Iridium World Communications (companhia que opera uma constelação de 141 satélites usados para comunicação mundial de voz e dados telefônicos). Ele questionou a publicação da ESA, afirmando que sua empresa manobra seus satélites em média uma vez por semana, e não divulga um comunicado para dizer “de quem” se desviou.

A constelação da SpaceX começou lançando 60 satélites em maio de 2019, mas o objetivo da companhia é um total de 12.000. Sua missão é fornecer internet de alta velocidade a qualquer região do planeta. O projeto já foi abertamente criticado por astrônomos, que temem interferências na nossa visão do céu noturno e, claro, colisões com outros satélites.

Especialistas em detritos espaciais alertam que esse tipo de "mega constelação" de satélites pode causar problemas muito maiores e mais duradouros. Embora hoje seja raro ter que desviar de um satélite ativo, podemos esperar por muito mais avisos de colisão à medida em que a quantidade de objetos aumenta na órbita terrestre. Por isso, a própria ESA informou em seu comunicado que está preparando meios de automatizar o processo de detecção de rotas de colisão através de uma inteligência artificial.

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Fonte: ESA Operations, MIT