Rússia vai abandonar a ISS em protesto contra sanções
Por Wyllian Torres | Editado por Rafael Rigues | 02 de Maio de 2022 às 11h20
A Rússia anunciou que deixará o programa da Estação Espacial Internacional (ISS) devido às inúmeras sanções impostas contra o país pelo ocidente desde o início da invasão à Ucrânia, em fevereiro. A notícia foi dada por Dmitry Rogozin, diretor da agência espacial russa (Roscomos), em entrevista no último sábado (30).
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Conforme relatado pelos portais russos TASS e RIA Novosti, Rogozin disse que a decisão já foi tomada, mas que a Roscosmos não é obrigada a falar publicamente sobre ela. Em vez de uma data específica, o executivo apenas afirmou que “informaremos nossos parceiros sobre o fim de nosso trabalho na ISS com um ano de antecedência”.
A decisão não pega ninguém de surpresa: no início de abril Rogozin já havia ameaçado abandonar a ISS caso os EUA, a União Europeia e o Canadá não suspendessem as sanções impostas contra a Rússia. Obviamente, com a continuidade das operações militares russas na Ucrânia, as sanções seguem de pé.
Até agora a ISS era um lugar de plena cooperação entre Rússia, EUA e nações europeias, apesar da tensão desde o início da invasão à Ucrânia. No entanto, o isolamento internacional sem precedentes da nação russa parece marcar o fim da exploração espacial conjunta.
Na quarta-feira (27) passada, a missão Crew-4 com três astronautas norte-americanos e um italiano, chegou à ISS para se juntar a outros três norte-americanos, três cosmonautas russos e um astronauta alemão que já estavam por lá. Eles viajaram a bordo de uma cápsula Crew Dragon lançada por um foguete Falcon 9, veículos que acabaram com mais de uma década de dependência dos EUA em foguetes russos para a troca de tripulação. A NASA tem planos de operar a ISS até 2030.
Fonte: Via Bloomberg