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Rússia culpa astronauta da NASA de ter "furado" uma nave Soyuz; entenda o caso

Por| Editado por Patricia Gnipper | 01 de Dezembro de 2021 às 11h44

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NASA
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A investigação de um pequeno furo encontrado em 2018 na estrutura de uma nave russa Soyuz, acoplada à Estação Espacial Internacional (ISS), foi concluída. As informações são da Roscosmos, a agência espacial da Rússia, que afirma ter encaminhado os resultados da investigação do incidente às autoridades policiais. Agora, cabe a eles a decisão sobre a necessidade ou não de dar início a um processo criminal.

A abertura em questão media 2 mm e foi descoberta no módulo orbital da nave Soyuz MS-09, que estava acoplada à estação e que levou a astronauta Serena Auñón-Chancellor, da NASA, junto de Alexander Gerst, da Agência Eespacial Europeia (ESA) e o cosmonauta Sergey Prokopyev. Eles selaram o buraco com epóxi e, embora não tenham corrido perigo, a abertura poderia ter despressurizado a ISS em algumas semanas.

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O incidente causou incômodo nas autoridades espaciais da Rússia, que seguem em busca do que poderia ter causado o pequeno buraco. Um impacto de micrometeoroide foi descartado e, por enquanto, meios de comunicação do país relataram que o furo seria um defeito de fabricação da nave. Embora esta pareça ser a teoria mais plausível, fontes do governo russo espalharam rumores que sugerem outra causa.

Mesmo sem fundamento, os oficiais do governo russo sugeriram que algum astronauta da NASA estaria insatisfeito e teria aberto o buraco. No início deste ano, o serviço de notícias estatal TASS publicou acusações à astronauta Auñón-Chancellor, afirmando que ela teria passado por uma “crise psicológica aguda” após sofrer uma trombose venosa profunda no espaço e teria feito o buraco para voltar para casa mais cedo.

As afirmações foram desmentidas pela NASA e, agora, a conclusão das investigações resultou em uma nova teoria — esta, que explicaria a abertura do buraco com ar conspiratório. De acordo com o artigo da RIA Novosti, agência de notícias russa, a astronauta Serena Auñón-Chancellor teria danificado a estrutura da nave “devido ao estresse após um relacionamento romântico sem sucesso com outro membro da tripulação”.

A NASA se defende

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Novamente, a agência espacial norte-americana afirmou firmemente que os ataques a Auñón-Chancellor não têm mérito. “Esses ataques são falsos e sem credibilidade alguma”, disse Bill Nelson, administrador da NASA. “Eu apoio completamente a Serena e todos os nossos astronautas”, declarou ele. O posicionamento de Nelson segue alinhado com as conclusões da NASA, que afirma desde 2018 que estas e outras acusações não são válidas.

Isso porque os oficiais da agência espacial já tinham observado a redução nos níveis de pressão da estação espacial no fim de agosto de 2018, e sabiam também a posição precisa dos astronautas norte-americanos antes e durante o início do vazamento:. Ees não estavam nem mesmo próximos do segmento russo da estação, onde a nave Soyuz estava acoplada, e esses dados foram compartilhados com os russos. Mesmo assim, as discussões sobre o incidente continuam e podem se estender ainda mais.

Embora os Estados Unidos e Rússia tenham uma parceria razoavelmente amigável em programas espaciais das últimas três décadas, essa aliança pode acabar ameaçada em função de tensões crescentes impulsionadas pelos russos — outra delas ocorreu recentemente com a destruição de um antigo satélite soviético durante um teste militar do país. Os detritos causados pelo procedimento fizeram com que os astronautas a bordo da ISS precisassem se abrigar dentro das naves acopladas à estação por algumas horas.

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Fonte: RIA Novosti; Via: ArsTechnica