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Fotos mostram fragmentos do satélite destruído pela Rússia, que ameaçam a ISS

Por| Editado por Patricia Gnipper | 17 de Novembro de 2021 às 11h50

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NASA
NASA

Nesta segunda-feira (15), oficiais dos Estados Unidos detectaram uma nuvem formada por milhares de detritos espaciais perigosos, presentes na órbita baixa da Terra e, posteriormente, a Rússia confirmou que o grupo de fragmentos foi o resultado de um teste de uma arma antissatélite, usada em um antigo satélite soviético. O procedimento resultou em milhares de detritos, registrados em imagens de telescópio feitas pela Numerica Corp., empresa que trabalha com o rastreamento de detritos orbitais.

As imagens e vídeos foram compartilhados pela Slingshot Aeroespace, parceira da Numerica, e mostram uma parte dos 1.500 novos pedacinhos de lixo espacial. Na descrição dos materiais, a Slingshot afirma que “a Numerica produziu as imagens do campo de detritos, formado pelo teste anti-satélite da Rússia realizado contra o satélite Kosmos 1408”. As imagens foram obtidas com o apoio de uma rede global de telescópios e rastreamento da Numerica e com dados da Slingshot, voltados para o monitoramento dos fragmentos.

Confira:

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Os detritos foram o resultado do teste de arma antissatélite, procedimento em que os responsáveis usam armas capazes de danificar temporariamente ou até destruir permanentemente um satélite em órbita. Agências espaciais vêm desenvolvendo e testando armas para essa finalidade desde a década de 1960 — e, no caso do teste recente, os russos usaram uma que pode ser lançada tanto do solo quanto das asas de um avião, para depois seguir até o satélite desejado e se chocar contra ele em alta velocidade.

O teste já trouxe consequências para as operações espaciais internacionais — uma delas envolveu os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), que precisaram se abrigar por algumas horas nas naves espaciais acopladas à estação enquanto o laboratório orbital passava pela nuvem na segunda-feira. Se fosse necessário retornar para a Terra em uma situação emergencial, eles já estariam preparados. Instituições dos Estados Unidos, como o Departamento Espacial, oficiais militares e a NASA, condenaram a ação da Rússia, afirmando que o teste foi descuidado e que expôs a estação e os tripulantes a riscos.

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O problema dos detritos orbitais

Após o teste, o satélite soviético se rompeu e criou milhares de pedaços de detritos em órbita com tamanhos variados, que vão de apenas alguns centímetros a alguns metros de largura. Agora, esse novo lixo espacial ficará em órbita por anos e poderá acabar colidindo com outros satélites — isso sem mencionar a possibilidade de atingir também a Estação Espacial Internacional, que precisa realizar manobras de desvio de fragmentos perigosos de tempos em tempos.

Colisões do tipo seriam mais fáceis de evitar se elas envolverem pedaços de lixo espacial que podem ser rastreados. Os fragmentos maiores podem ser detectados, mas a maior preocupação vem daqueles que são pequenos. Há detritos espaciais que, embora não tenham mais que 10 cm de comprimento, viajam a mais de 27 mil km/h na órbita da Terra, sendo mais que suficiente para destruir qualquer nave ou satélite caso haja um impacto.

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Por isso, os detritos espaciais apresentam riscos consideráveis para missões tripuladas. Em julho de 2021, por exemplo, um dos braços robóticos da ISS foi atingido por um pedacinho de lixo espacial recentemente, que resultou em uma abertura de 0,5 cm na estrutura do instrumento. O dano não exigiu reparos imediatos, mas os oficiais consideraram que mesmo assim tiveram sorte, já que o problema poderia ser bem mais grave se tivesse atingido alguma outra parte da estação.

O governo dos Estados Unidos e demais empresas comerciais estão acompanhando os novos detritos e, conforme se espalharem, ficará mais fácil para os controladores da estação entenderem melhor os riscos que os astronautas podem correr. Mesmo assim, especialistas recomendam que a solução ideal a longo prazo seria, na verdade, trabalhar em soluções globais para a remoção dos detritos, como evitar impactos que acabem criando mais deles e remover os que já estão em órbita.

Fonte: Space.com, Science Alert