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Ruído dos satélites da SpaceX está afetando radiotelescópios

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  |  • 

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ASTRON/ Danielle Futts
ASTRON/ Danielle Futts

Os satélites Starlink, da SpaceX, continuam afetando a astronomia. Enquanto pesquisadores usavam o telescópio Frequency Array (LOFAR), eles detectaram também pequenas emissões de rádio em frequências relativamente baixas. Depois, eles descobriram que elas vieram das dezenas de satélites de internet que sobrevoaram o observatório naquele momento.

O LOFAR conta com mais de 40 antenas de rádio distribuídas pela Holanda, Alemanha e outros países, capazes de detectar longos comprimentos de onda. A má notícia é que, além de identificar a radiação vinda de objetos distantes, o LOFAR detectou também “vazamentos” de radiofrequências, vindos dos satélites Starlink.

No novo estudo, os pesquisadores observaram que detectaram ruídos de rádio indesejados vindos de quase 50 satélites. “Com o LOFAR, detectamos a radiação entre 110 e 188 MHz de 47 dos 68 satélites observados”, explicou Cees Bassa, coautor do estudo que descreve a descoberta. “Esta amplitude de frequências inclui uma faixa protegida entre 150,05 e 153 MHz, reservada pela União Internacional de Telecomunicações especialmente para a astronomia”, finalizou.

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Os grandes observatórios de rádio são construídos em locais cercados por zonas de silêncio, onde não é permitido usar telefones celulares, TV ou rádio para evitar impactos nas observações. Entretanto, este tipo de radiação vinda dos satélites não é regulada, o que significa que a SpaceX não está infringindo nenhuma regra oficial.

Federico Di Vruno, autor principal do estudo, observa que o estudo é mais recente tentativa de compreender os impactos das constelações de satélites na radioastronomia. “Outros workshops apresentaram teorias sobre essa radiação, e nossas observações confirmam que ela pode ser medida”, acrescentou.

Segundo simulações dos autores, o impacto desta radiação “acidental” aumenta de acordo com o tamanho da constelação, já que ela se acumula acompanhando a quantidade de satélites. “Isso nos deixa preocupados não somente com as constelações existentes, mas ainda mais com aquelas planejadas”, alertou o coautor Benjamin Winkel.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Astronomy & Astrophysics.

Fonte: Astronomy & Astrophysics; Via: CPS